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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Vingança do guarda redes Ricardo e se calhar de Rubem Amorim.

Ontem coisa estranha, vi o jogo Braga - Benfica....
E com o decorrer do tempo, quase sem dar por isso, estava a torcer pelo Braga.
Faz-me confusão como é que a direcção do Benfica deixou cair aquela máxima de no Benfica só jogarem  Portugueses. O actual treinador, esse então parece que não gosta de jogadores Portugueses.
Isto vem  a propósito do comportamento e da actuação de Ricardo e de Rúbem Amorim. Cada vez que este ultimo pegava na bola esfrangalhava a defesa do Benfica. E o Ricardo defendeu dois penaltis garantindo a vitória ao Braga. 
Não percebeu o porquê do Rubem não ter lugar na equipa do Benfica e estar emprestado ao Braga.
Penso que foi uma enorme prova de que tanto o Ricardo como o Rubem tinham lugar na equipa do Benfica.
Além do mais são Portugueses!... Mas isso parece que não conta na maioria dos clubes nacionais!.....

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Andamos sobre as brasas e isto assim, vai arder!....



Desde há cerca de 3 ou 4 anos começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual.   Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses...   e que irá mudar as nossa  sociedade e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
Tal como ocorreu noutros períodos da história recente, no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Um rápido balanço da mudança e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial:    desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo para: "emprestado virtualmente à taxa zero")  montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas.   Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história!...

2º- A Crise do Petróleo:   Há mais de 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços.   Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar.   Duas coisas são porém claras:   primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!)  e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços.   Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há semanas, a uma subida no preço dos bilhetes de...  50%  (leu bem: cinquenta por cento).   É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor:   basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB)  irá virtualmente desaparecer em 12 meses!   Acabaram as viagens de avião baratas  (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade:   fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer uma contracção profunda, e as trocas físicas comerciais que implicam transporte irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º-A Imigração:   a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália).   Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos!   A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e por melhor estatuto sócio-económico  (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º A Destruição da Classe Média:   quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente!   Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e, descontados alguns matizes e diferente gradação, as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu:   embora ainda estejam a projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, já não tem liderança e já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!...   Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro!   O "Requiem" pela Europa e "seus valores" deu-se há dias na Irlanda!

7º-A China ao assalto!   A construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios....  da China.   O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...).   Foram apresentados, há dias, no mais importante Salão Automóvel mundial, os novos carros chineses.   Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros!   E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...  estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade.   À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças!   Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais.

8º-A Crise do Edifício Social:   as sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar!   As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia:   para os menos atentos, a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante!   Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º-A Revolução Tecnológica:  nos últimos meses, o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica)  suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!
  Eis a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual".   Mas o resultado é ainda desconhecido e imprevisível.   Uma coisa é certa:    as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, e estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Com a devida vénia:tirado daqui José Martins)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Viva a Republica, (mas não esta!)


Para os mestres do Chico espiritismo nacional, o que conta é a vida à grande. O resto, para eles é paisagem. A ascensão no partido, o voto do Zé Povinho, o poder e muita lata, escacaram portas a inefáveis privilégios, dão prestígio, conta bancária e acesso rápido à grandeza. O pequeno, o povo, a arraia-miúda, como já o desconsideraram à laia de peixe reles, não conta. A não ser para pagar as crises provocadas pelos grandes. Os políticos que nos têm governado nos últimos anos são grandes, legislaram para tal, fizeram pela vidinha. Grande, muito grande é também a falta de vergonha de quem pede sacrifícios aos outros e não dá o exemplo encorajador e ético. Ah, 2013! Empresas encerram umas atrás das outras. O desemprego vai em 17%. Os preços de produtos e serviços essenciais trepam, trepam… Famílias insolventes aos milhares. O custo de vida é um fardo a cada dia mais custoso de arrastar. Os rendimentos de quem trabalha sofrem um assalto silencioso, miserável, cobarde. A pobreza aumenta. Ementes  o Presidente gasta o dobro do rei de Espanha. Viva a República! Morra a monarquia! Olvide-se o governante falhado, o delapidador do tesouro, o Bragança absoluto, o vil, o tirano, o traidor da nação! Exalte-se e viva, bem vivinho da silva, o símbolo da liberdade, o salvador, o garante da felicidade da grei, o incorruptível, o humilde, o probo, o Presidente da República! Ai as voltas que os fundadores do Partido Republicano já deram na tumba! Foi-se-lhes o argumento, tão útil na propaganda, do despesismo monárquico. A Espanha é um país pobre? Deve ser. Se o rei gasta menos que o nosso Presidente… Portugal é um país rico? É, de certeza, para alguns iluminados por aquela centelha especial que vem do alto e só ilumina quem tem de iluminar – os grandes, que podem não ser grande coisa, mas são grandes, principalmente no narcisismo com que se vêem e revêem no espelho das vaidades, na incompetência que revelam e na voracidade com que delapidam os dinheiros públicos. Na Espanha, o rei gasta menos. Na Noruega, na Suécia e noutros países da Europa, os políticos não têm frotas de carros de luxo e condutores à disposição, exércitos de assessores e secretárias, reformas aos quarenta e poucos anos, regalias de fazer praguejar um santo. Pobrezinhos! Em Portugal, político é político, e político tem de ser grande, fazer figurão, gastar o que tiver de ser gasto, sem concessões a pelintrices. A plebe que se esforrique, que poupe, que conte tostões e que pague o que houver a pagar. E viva a República!

Por: Juvenal José Cordeiro Danado, Professor in Diário da Região

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os Portugueses, os que não estiverem mortos, estão moribundos.

Este vídeo reflecte a cultura impingida na população!   
  
Parece que não, mas é a verdade. Se olharmos para a situação real deste País, agora e num futuro muito próximo, é a conclusão  a que  chego..........Espero estar enganado. Mas vamos por partes: 
 1.º- Os Portugueses mais capazes estão e vão emigrar.
 2.º- A justiça não funciona, foi encomendada  à elite de escritórios de advogados, que por sua vez controla a Assembleia da Republica. 
   3.º- Os partidos na sua maioria são controlados por estes doutores. 
 4.º- Os políticos são também os menos competentes, fazendo da política a sua carreira profissional. Que lhe vai abrindo as portas a outros voos mais altos nos bancos,  nas empresas publicas e outras. Lugares alcançados depois de terem dado provas de que foram e são facilmente manobráveis. 

 5.º- Em Portugal nas últimas décadas, nas escolas,e nas empresas, não se tem valorizado, o saber, a competência e o trabalho.
 6.º- O que conta é a demagogia e o cartão do partido a que se diz pertencer...isto aplica-se a todos os partidos.
    7.º- E ultimo ...nos próximos anos, se não se tomarem medidas,para alterar tudo...Portugal terá como base uma população de velhos, políticos e profissionais do Rendimento de Inserção Social. Os velhos irão morrendo mais depressa devido ao agravamento das condições sociais. Os políticos terão os caminhos cada vez mais estreitos e menos rentáveis. Os que estão e vão viver à custa do Rendimento Mínimo   (enquanto durar),serão os que vão gerar mais filhos, para poderem manter essa fonte de rendimento. Mas os filhos dessa gente, também não foi e não será motivada, para ser factor de mudança e de trabalho...farão parte das dificuldades a que este País chegará. Assim deste jeito, Portugal não tem futuro.Como já perdemos a Independência ,embora camuflada,ela será perdida de  forma assumida. Mas digo:, para sermos independentes e governados por esta gente, melhor será que outros de fora venham pôr isto na ordem. Quanto tempo levará isto a acontecer? A continuar assim...não demorará muito!......E se  ninguém, como parece ser,  alterar este futuro.....como digo  no titulo....os que não estiverem mortos ...estarão moribundos.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

..Como seria fácil poupar, os tais 4 mil milhões de euros

Querem melhor receita para sobrevivermos a 2013 ?!
PROPOSTAS DE ALTERNATIVA à austeridade, que tudo está a mirrar, isto no que toca a CORTE DE DESPESA nas ditas gorduras. Por isso:  
- Reduzam 50% do Orçamento da Assembleia da República e vão poupar +- 70.000.000,00€.   
 -Reduzam 50% do Orçamento da Presidência da República e vão poupar +- 7.600.000,00€ 0€.   
 - Cortem 30% nos vencimentos e outras mordomias dos políticos, seus assessores, secretários e companhia e vão poupar +- 2.000.000.00€ . 
- Cortem 50% das subvenções estatais aos partidos políticos e pouparão +- 40.000.000,00€.
   - Cortem, com rigor, os apoios às Fundações e bem assim os benefícios fiscais às mesmas e irão 
poupar +- 500.000.000,00€. 
 - Reduzam, em média, 1,5 Vereador por cada Câmara e irão poupar +- 13.000.000,00€ . - Negociem, a sério, as famosas Parcerias Público Privadas e as Rendas Energéticas e pouparão + 1.500.000.000,00€. Só aqui nestas “coisitas”, o país reduz a despesa em mais de 2 MIL e CEM MILHÕES de Euros. Mas nas receitas também se pode melhorar e muito a sua cobrança. - Combatam eficazmente a tão desenvolvida ECONOMIA PARALELA e as Receitas aumentarão mais de 10.000.000.000,00€. - Procurem e realizem o dinheiro que foi metido no BPN e encontrarão mais de 9.000.000.000,00€. - Vendam 200 das tais 238 viaturas de luxo do parque do Estado e as receitas aumentarão +- 5.000.000,00€. - Façam o mesmo a 308 automóveis das Câmaras, 1 por cada uma, e as receitas aumentarão +- 3.000.000,00€. - Fundam a CP com a Refer e outras empresas do grupo e ainda com a Soflusa e pouparão em Administrações +- 7.000.000,00€ . Nestas “coisitas” as receitas aumentarão cerca de VINTE MIL MILHÕES DE EUROS, sendo certo que não se fazem contas à redução das despesas com combustíveis, telemóveis e outras mordomias, por força da venda das viaturas, valores esses que não são desprezíveis. Sendo assim, é ou não possível, reduzir o défice, reduzir a dívida pública injectar liquidez na economia, para que o país volte a funcionar? -Há, ou não HÁ, alternativas? Mas se não forem capazes de pôr em pratica todas estas medidas ,...usem parte do ouro que está depositado no Banco de Portugal para avalizar parte da dívida , fazendo esta medida baixar os juros dos empréstimos!.....

Contas feitas só de cabeça, mas se fossem feitas com vontade de as concretizar, ainda se arranjava mais umas receitas , sem ser preciso esta austeridade parva que leva o País para o abismo!...


Orçamento da Assembleia da Republica para 2013, clic em baixo.

  Orçamento-2013



sábado, 9 de fevereiro de 2013

Eles (nós,não ele) aguentam!....


O miseravel Ulrich


Depois de ter defendido em Outubro do ano passado que o país aguentava mais austeridade, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, voltou ontem ao tema com um novo argumento: 
"Se os gregos aguentam uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 25% os portugueses não aguentariam porquê? Somo todos iguais, ou não?"
"Se você andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer". "E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, naquela situação e sofrer tanto aguentam porque é que nós não aguentamos? Parece-me uma coisa absolutamente evidente", rematou o banqueiro.
 O BPI registou lucros de 249,1 milhões de euros em 2012, revelou hoje Fernando Ulrich. Para este resultado contribuiu não apenas a melhoria da margem financeira e  o produto bancário mas também as mais valias da venda da carteira de divida soberana portuguesa noutro trimestre do ano que terá ascendido a 160 milhões de euros.

Nem tenho palavras para descrever o que sinto ao ouvir esta cavalgadura vomitar tanta porcaria por aquela bocarra fora. A crise que vivemos é uma crise criada pela desonestidade e ganancia dos Banqueiros, que mesmo depois de atiraram países e os seus povos para situações de pobreza e miséria, vivem no luxo e na ostentação com salários exorbitantes num país onde o ordenado mínimo não chega aos 500 euros, onde todos os dias o desemprego e o desespero crescem exponencialmente. É esta gente que depois tem a lata de vir anunciar lucros de centenas de milhões, na sua maioria conseguidos na especulação coma própria divida do país que eles próprios endividaram. Um país que vive na austeridade mais violenta, que vê todos os direitos dos seus cidadãos serem destruídos vê também os culpados desta situação a serem mimados e ajudados por políticos em negócios e compadrios vergonhosos. E esta gente ainda fala, ainda se dá ao luxo de arrotar disparates e ofensas ao mais simples cidadão. Para eles é normal que alguém perca tudo, caia na mais profunda miséria, vá viver como sem abrigo num beco qualquer em nome de uma crise e de uma dívida pela qual não tem responsabilidade. Pior, ainda se coloca na situação de também ele poder vir a tornar-se num sem abrigo. Uma cavalgadura que ganha mais num ano que muitos portugueses juntos durante toda a sua vida. Mas merecia, merecia que este povo lhe entrasse pelo banco dentro e lhe retirasse tudo o que tem, lhe oferecesse um cobertor e um caixote de cartão e o obrigasse a viver a vida a que tem condenado tantos outros. Devia ter de comer dos caixotes de lixo, dormir na soleira das portas ao frio e à chuva e estender a mão em busca de alguma solidariedade, coisa que ele não sabe o que é. Este canalha não durava um mês, mas diz que todos temos de estar preparados para essa ser a nossa vida. Pulha miserável.

in http://wehavekaosinthegarden.blogspot.pt/

A Peste Grisalha!


A propósito do Deputado do PSD que diz que (a nossa Pátria sofre de Peste Grisalha)   não consegui conter a raiva e a seguir transcrevo o mail que lhe enviei que é para alguém me defender se criarem uma nova prisão de alta segurança ou me mandarem internar num hospício.Segundo o seu comentário que transcrevo a seguir gostaria de lhe fazer algumas perguntas:A propósito de demografia escreveu: "A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.Ora bem:

 1º - Deduzo que o Sr. Deputado que nasceu a 13 de Fevereiro de 1968 foi por obra e graça do Espírito Santo e como tal deve achar-se um filho de Deus que desceu à Terra.    


2º - Portanto cresceu sem pai, sem mãe, sem avós e sem berço. 


3º - Apesar de tudo isso nasceu feliz porque hoje não tem ninguém na sua família a quem possa dizer que faz parte da peste grisalha. 


 4º - Também não tem que agradecer a ninguém os estudos que tem. Chegou a advogado também por obra do Espírito Santo!E agora vamos a conclusões. Pois fique sabendo que eu tenho na minha família e eu própria pertenço à peste grisalha. E fique sabendo também que quando o Sr. Deputado nasceu já eu trabalhava. E assim foi durante 44 anos, não devo nada a ninguém, tenho educação, princípios e moral coisa que lhe falta a si e muito!A si falta-lhe tudo o que eu tenho, amor, amizade, convicções, solidariedade, determinação. Tive pai, mãe, avós, berço, mesmo que tudo tenha sido modesto.Sabe que se não morrer cedo e espero que não, terá que engolir as palavras que disse ou então pintar o seu cabelo porque a peste também lhe chegará e alguém poderá lembrar-se do que disse. Alguém obviamente mais novo porque o Sr. Deputado poderia ser meu filho hipoteticamente falando. Felizmente não é porque para seu mal seria diferente ou então não se livrava de um bom par de estalos. Fique bem no meio dos seus e não se esqueça de todas as noites agradecer ao Espírito Santo!   

 Maria Virgínia Machado

Mais uma achega......
                                                                                                                 
 O deputado a que esta senhora se refere, é o deputado do PSD , Carlos Peixoto que  escreveu no jornal  I  e dá a entender , que o mal deste país são  os velhos.
Mas não é só ele...outros  subtilmente estão a incutir nas gerações mais novas que são os mais velhos que através das suas reformas estão a levar o país à desgraça. A tal Refundação do Estado que se fala é que está a fazer aparecer estes senhores com estas opiniões. Os reformados e os Funcionário publicos é que são a desgraça deste País. Mas os B PN ,e outras falcatruas, em que esta corja  colaborou, ou não fizeram nada, para que os responsáveis pagassem, (estes) não têm culpa nenhuma!


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A "Traição de Omar" fez correr lágrimas a Spínola



 O significado da queda Nametil * (Omar)
Rompia a manhã a 1 de Agosto de 1974, no aquartelamento do exército colonial, chamado de «Ornar», mas cuja verdadeira designação era Nametil. Estava no seu comando interino o alferes José Carlos Monteiro. Para eles, certamente, a guerra já tinha acabado, perdidos num ermo de Cabo Delgado, com uma vista monótona para a fronteira com a Tanzânia. Haviam mesmo começado a destruir algum material, pois estava previsto o seu encerramento. Ignoravam que eram, há muito, objecto de especial atenção, e que iriam ficar registados na história.
Em Naschingwea, face ao impasse negocial, depois das falhadas negociações de Junho, era necessário realizar uma acção capaz de acelerar a marcha dos acontecimentos. Escolhe-se o posto de Omar. Estudam-se as suas envolventes e chega-se mes­mo a fazer uma maqueta do aquartelamento. Ou a operação re­sultava em pleno ou as suas consequências poderiam ser sérias e reacender a guerra, quando da parte de uma das partes existe um estado de cessar-fogo. Samora Machel, pessoalmente, estabele­ce a táctica. E recomenda, com alguma estranheza para alguns, que a acção seja gravada em som e imagem. A 31 de Julho as forças da FRELIMO, as FPLM, tinham cercado por completo o aquartelamento. Inclusivamente colocado artilharia. Era respon­sável por esta operação no terreno o comandante Salvador Mtu-muke. Bem próximo do local, numa montanha, encontravam-se, em atenta observação, o adjunto do Departamento de Defesa, Alberto Joaquim Chipande, assim como o comandante do de­partamento de Defesa de Cabo Delgado, Raimundo Pachinuapa. Tinham instalado um sistema de comunicações entre a fren­te de operações, a base de comando e a Tanzânia, onde Samora Machel aguardava com grande impaciência o desenrolar do pla­no estabelecido.
Quando rompe a aurora do primeiro dia do mês de Agosto de 1974, os cento e quarenta soldados do aquartelamento de Nametil são acordados por megafones solicitando a sua rendição  Todos estes pormenores da tomada de Nametil foram gravados. A guarnição militar rende-se. Cento e quarenta homens são feitos prisioneiros e três conseguiram fugir. Seguirão para a Tanzânia, onde chegam a 6 de Agosto. Independentemente da controvérsia, se a rendição resultou de um equívoco ou simplesmente da tomada de decisão mais sensata do seu comandante de não combater, face à situação política que se vivia e mesmo tendo em causa a desproporção do equipamento e das armas, a tomada do quartel de Nametil (Omar)  não pode deixar de ser mencionada pelos reflexos que teve. Mais do que uma vitória militar era uma vitória política.
O presidente Spínola, com condição para uma ronda nego­cial, que se inicia a 15 de Agosto, em Dar-es-Salam, exige que a FRELIMO apresente desculpas pelo ocorrido em Ornar. Samora que engenhosamente tivera a percepção de tudo gravar, faz com que a delegação chefiada por Melo Antunes escute essa grava­ção. O que foi suficiente.
O que se passou a 1 de Agosto, nesse aquartelamento, poder-se-ia passar em qualquer outro ponto do país. Havia, da parte do exército português, a total falta de vontade de dar mais um tiro e muito menos de continuar uma guerra. Há factos indesmentíveis dessa realidade. O próprio general António de Spínola o admite e escreve que a tomada de Omar era «uma arma decisiva para Samora Machel na mesa de negociações. De militar para militar efectivamente assim o foi.
494 António de Spínola, País sem Rumo – Contributo para a História de uma Revolução. Ed. Editorial SCIRE, p. 302
In MOÇAMBIQUE 1974 – O fim do Império e o Nascimento da Nação, de Fernando Amado Couto(2011)
*Omar, para as autoridades portuguesas.
NOTA:
Se se comparar este texto com o que o Comandante Almeida e Costa relata, tanto Almeida Santos, como Melo Antunes mentiram ao General Spínola, além de não lhe fazerem a comunicação imediata dos acontecimentos de 1 de Agosto de 1974.
Diz Almeida e Costa: “Não só pelas três sessões de trabalho mas, sobretudo, pelo teor das surpresas que os esperam. A começar pela notícia de que a Frelimo tinha capturado uma companhia inteira de militares portugueses em Omar, no norte de Moçambique. Como se isso não bastasse, Samora insistiu que se ouvissem as gravações e as entrevistas feitas com os soldados capturados, apelando à rendição das forças portuguesas. «Foi muito confrangedor», explica Almeida e Costa. Incluindo para o terceiro-mundista Melo Antunes, que não resistiu a um desabafo: «Merda, assim não se pode fazer nada». Ihttp://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/08/1_de_agosto_de__2.html
Assim a cassete veio para Portugal a 3/4 de Agosto e não a 17/18 de Agosto.
Porque a não apresentaram de imediato ao General Spínola?
Escreve o General Spínola:
“Assim, quando em 15 e 16 de Agosto, a Delegação Portuguesa (13) se sentou à mesa das negociações em Dar-es-Salam, a facção predominante do MFA, ali repre­sentada pelo Major Melo Antunes, já estava ao lado do chamado Movimento de Libertação e, para que ainda se retirassem às forças políticas todas as possibilidades de soluções razoáveis, recorreu-se a formas de pressão impen­sáveis e só possíveis num quadro de alta traição.

“Na mesma ocasião fui informado de que aquela reunião havia sido aberta com a audição de uma fita gravada da «rendição» de uma companhia metropoli­tana no Norte de Moçambique, num cenário concertado com as cúpulas marxistas do MFA e conhecido pela «traição de Omar» (14), gravação que ficará a assinalar uma das páginas mais vergonhosas da História do Exér­cito Português ao oferecer a Samora Machel, na mesa das negociações, uma arma decisiva. As afirmações pro­duzidas no «acto da rendição», designadamente as sau­dações à FRELIMO, como libertadora de Moçambique e do próprio povo português, constituíram prova irrefu­tável do índice de prostituição moral a que haviam chegado alguns militares portugueses.” (In O PAÍS SEM RUMO, de António Spínola).
Ora, a fita gravada, segundo Almeida e Costa, já fora ouvida por ele e Melo Antunes na anterior estadia entre 31 de Julho e 3 de Agosto.
Agora escutem o que Almeida Santos diz sobre a reunião de 15/16 de Agosto à SIC emhttp://www.macua1.org/blog/sicalmeidasantos.html
Para quê este “teatro”?
Mas porque é que “Samora Machel, pessoalmente, estabele­ce a táctica. E recomenda, com alguma estranheza para alguns, que a acção seja gravada em som e imagem.”(In Moçambique 1974, de Fernando Amado Couto)
Porque era preciso impressionar e levar o General Spínola a aceitar o que há muito já estava combinado entre o PS, PCP e FRELIMO, desde uma célebre reunião em Paris, onde, entre outros, a FRELIMO esteve presente. Recorde emhttp://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/04/a-outra-face-do-25-de-abril.html#more
E, para que não restem dúvidas, o autor da Newsletter aqui reproduzida, ainda felizmente vivo, me confirmou todo o seu conteúdo.
Resta ler-se a entrevista do Alferes Comandante em OMAR na altura, para se poder comparar do que é real do que é ou foi forjado.
Recorde aqui :http://bcac1891.blogspot.pt/2013/01/a-traicao-da-frelimo-e-ingenuidade-dos.html

Negando o então Alferes comandante de Omar ter proferido as afirmações que lhe são atribuídas por Almeida Santos, porque nunca foi tornada pública a cassete apresentada ao General Spínola? Será que ainda existe? Porque nunca foi ouvido qualquer dos elementos da companhia aprisionada?
OMAR e WIRIAMU são dois acontecimentos cuja génese ainda não foi totalmente dissecada. Mas que serviram na perfeição para a descolonização que foi feita.
Fernando Gil

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Portugal, uma colónia angolana!..

Um velho país europeu numa má fase olha com inveja uma nação africana em plena ascensão. “Em Luanda diz-se, com um certo espírito de vingança, que Portugal se tornou uma colónia angolana!”, conta um antigo expatriado. E isto apesar de Angola não ter só vantagens: uma pobreza extrema que atinge dois terços dos habitantes, uma esperança de vida que não atinge os 40 anos, um custo de vida muito alto e um nível de corrupção recorde.
Vista de Lisboa, a antiga colónia parece um maná providencial. Primeiro cliente do país, fora da UE, Portugal investe muito em Angola (557 milhões de euros em 2009), e 800 empresas instaladas na ex-colónia.
Mas o sentido inverso também é verdadeiro: os milionários angolanos investem em Portugal na indústria de luxo, nos carros, nos hotéis onde passam as suas estadias, na alta-costura e na cirurgia plástica. José Calp, um empresário lisboeta, afirma: “Angola é a tábua de salvação da economia portuguesa!”
Entram devagar, através da compra de pequenas participações no capital de uma empresa. Depois, esperam que a empresa ou algum outro accionista tenha necessidade de dinheiro, algo que não falta aos grandes investidores angolanos.
Aos poucos, vão reforçando as suas participações até conseguirem ascender a uma posição dominante, nomear administradores e assumir o poder.
A banca, símbolo inequívoco de poder e Angola tem posições significativas em vários instituições financeiras portuguesas, não é o único alvo do interesse africano. Outros setores são objeto da atenção de cada vez mais investidores, próximos do poder político angolano, concentrado no Presidente José Eduardo dos Santos, mas com estratégias próprias, menos concertadas do que possa parecer à primeira vista.
Há tomadas de posição na comunicação social, na energia e até no sector agro industrial. Nos últimos anos, têm passado para mãos angolanas várias quintas, em quase todo o território nacional, desde o Douro até ao Algarve.
"O vinho e o azeite são produtos com uma grande procura e que atingem preços exorbitantes em Luanda. Por essa razão, alguns angolanos decidiram comprar quintas produtoras, em Portugal, e, deste modo, controlar todo o processo de um negócio garantido", diz um empresário de import- export.
O caso mais emblemático da estratégia angolana para Portugal é o BCP. Não foi muito difícil para a Sonangol comprar, em 2008, assim que estoirou a crise, 469 milhões de ações do banco, correspondentes a 9,99% do capital. No final do ano passado, a posição da petrolífera era de 12,44 por cento. Já na condição de maior accionista, tomou as rédeas da instituição bancária e substituiu a estrutura administrativa.
Leia a versão integral do artigo na revista Visão



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Espólio de uma descolonização exemplar!



Soldados Portugueses, prisioneiros da Frelimo, a caminho da Tanzânia!

Ex-comandante da Base de Omar desmente Almeida Santos e chama-lhe traidor. Almeida Santos esteve na mira de dos militares portugueses que , em Agosto de 1974, caíram nas mãos da Frelimo, em Omar (Moçambique). No centro da polémica está o segundo volume do livro «Quase Memórias», publicado, onde o dirigente socialista acusa de «traição» os homens da 1ª-Companhia de Cavalaria-Batalhão 8421. A versão relatada por um dos principais responsáveis pela trágica «descolonização exemplar» é rejeitada liminarmente, por quem viveu «in loco» os acontecimentos. Chocado e indignado, mais de trinta anos depois o ex-alferes miliciano Costa Monteiro, à altura comandante interino da Base de Omar, dispôs-se a abrir a«gaveta» das memórias em nome da verdade. De «traição à Pátria»o antigo militar acusa Mário Santos, Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho e o próprio Almeida Santos . 
O DIABO — O que é que realmente aconteceu em Omar na madrugada de 1 de Agosto de 1974?
COSTA Monteiro:  Nessa madrugada, na orla da mata do estacionamento ouviram-se vozes, através de megafones, que diziam: «Atenção aquartelamento de Omar, nós não estamos contra vocês, lutamos contra o fascismo e o colonialismo, e esses terminaram no dia 25 de Abril. Queremos falar com vocês. Mandem um mensageiro à pista, pois nós estamos sem armas. Não queremos mais derramamento de sangue». Em consequência destas palavras, insistentemente repetidas, o soldado Joaquim da Silva Piedade ofereceu-se como voluntário para ir à pista como mensageiro. O restante pessoal continuou nas valas e em diversas posições de fogo. Quando o nosso soldado estava próximo da pista, voltaram-se a ouvir vozes, igualmente através de megafones, pedindo para que o comandante fosse também à pista. Perante a insistência acedi deslocar-me com o soldado Piedade. Surgiu, então, cerca de uma dezena de indivíduos, desarmados, munidos com gravadores portáteis, máquinas fotográficas e de filmar. Quando me encontrava a conversar com o comandante do grupo, este pediu,pelo megafone,para falar com os soldados da Companhia na pista. Face à insistência e recordando-me da mensagem 2008/01/74, do Comando do Sector B, sugeri que poderiam entrar e falar com todo o pessoal no interior do aquartelamento. A minha proposta não foi aceite alegadamente por recearem qualquer reacção das nossas tropas ou da Força Aérea. Como não foi notada a presença de indivíduos armados,aceitei que parte da Companhia fosse até à pista,ficando nas posições as secções de obuses 8,8, morteiros e postos de sentinelas. Quando uma parte dos nossos militares estavam na pista,surgiu uma força de cerca de cem homens, que pela porta de armas traseira, entraram de assalto, tomando as nossas posições no interior do quartel. A reacção das secções de obus não era possível,pelo que o grupo da força invasora entrou e obrigou o pessoal das restantes posições a sair. No mesmo momento em que o quartel foi tomado,outra força, emboscada na orla da mata da pista, cerca todo o pessoal que ali se encontrava. A Companhia não se entregou e muito menos se bandeou com a Frelimo, como alguns políticos e meios da comunicação social referiram. Foi emboscada. Se não fosse o 25 de Abril isto não teria acontecido.
Que instruções recebeu na mensagem que referiu?
Era a transcrição da mensagem 7165/P da 5.Repartição, que dizia: «Devem todos os comandos tentar criar condições locais passíveis de conduzir ao cessar fogo na sua ZA. Para o efeito lançarão campanhas de panfletos, cartas deixadas no mato, e acima de tudo servir-se como intermediários,bem como todos os meios achados convenientes. Só deve ser prometido respeito e confiança mútuos e desejo para a paz. Todos os militares serão esclarecidos destes acontecimentos e finalidades, tendo em vista evitar quaisquer incidentes ou atitudes inconvenientes e todos os resultados alcançados serão comunicados a este Comando». Baseado nesta mensagem e sob o mesmo espírito, o Comando Militar de Mocimboa do Rovuma elaborou um comunicado para ser distribuído durante os patrulhamentos efectuados por forças do B. CAV. 8421, onde era referido que «as Forças Armadas estão dispostas a não atacar o povo da Frelimo, se esta força não atacar as picadas e quartéis portugueses».
Os militares portugueses foram feitos prisioneiros?
O cativeiro dos militares de Ornar iniciou-se a 1 de Agosto, em Moçambique, e terminou a 19 de Setembro, na Tanzânia. Daquela guarnição militar cinco soldados lograram fugir.
Ainda se recorda dos nomes desses militares que conseguiram escapar às garras da Frelimo?
Sim, ainda me lembro. José António Cardoso Gonçalves, Joaquim da Silva Piedade e Vasco Ponda, que vieram a apresentar-se no dia 2 em Nangade; Sumail Aiupa e Laquine Puanhera, que se apresentaram no dia 3, igualmente em Nangade, e no mesmo dia apresentou-se Mário Andrade Moiteiro, em Mocimboa do Rovuma.
Como foi possível o êxito da cilada montada pela Frelimo?
A nossa Companhia estava — como reconheceu Melo Antunes no livro:«Melo Antunes — O sonhador pragmático» numa situação extremamente delicada e difícil, junto à fronteira com a Tanzânia, praticamente isolada, sem grandes possibilidades de informação e de comunicação. A mensagem oficial que havíamos recebido e que anteriormente referi, chegou a notícia de que, na sequência dos contactos havidos entre as autoridades militares e civis portuguesas com os dirigentes da Frelimo,estava-se à beira de atingir o desbloqueio das negociações então em curso e que a paz era dada como certa. Quanto ao êxito de que me fala, deveu-se às condições que acabo de referir e à mensagem 7165P  da5.
O que é que lhe disse o comandante dessa operação da Frelimo?
Quando lhe perguntei o que é que se passava, ele respondeu que iria falar com o comandante Joaquim Chipande, que estava no interior da mata. Pouco depois fomos levados para uma base avançada da Frelimo, de que eram responsáveis Silésio e Joaquim Chipande. No dia 2 seguimos para outra base da Frelimo, onde permanecemos dois dias. Aí tivemos a primeira reunião com uma comitiva da Frelimo, chefiada pelo Chipande. Foi-nos lido o teor das conversações de Lusaca onde Chipan havia estado presente. Aquele comando da Frelimo explicou-nos, então, que a razão ou uma das razões porque tinham tomado Omar foi pelo facto de não só ser uma base de importância vital, mas também porque já haviam escrito uma carta ao Comandante do Sector B/AV (Mueda), tenente-coronel Andrade Lopes, onde a Frelimo exigia como condições a retirada de determinados quartéis e a reunião dos mesmos em Mueda. Como não foi satisfeita essa exigência e a Frelimo sabia, pelo barulho de rebentamentos e por um mainato civil, que desertara da nossa Companhia, que Omar estava a destruir material de guerra. Após esta explicação seguimos, escoltados por guerrilheiros da Frelimo, para outra base dos guerrilheiros, onde nos juntamos aos outros soldados, pois havíamos sido divididos em dois grupos. No dia 5 levaram-nos para o Distrito de M'Napa, onde pernoitamos. No dia seguinte rumámos em direcção à base Limpopo, da Frelimo, onde nos distribuíram sopa, arroz e água. No dia 7 de Agosto estávamos em território tanzaniano. Trocaram os nossos uniformes por fardamento presumivelmente pertença do exército da Tanzânia. No mesmo dia fomos transportados em viaturas do exército tanzaniano para Newala, onde pernoitamos numa prisão em construção. No dia seguinte houve um encontro dos prisioneiros com o presidente da Frelimo, Samora Machel,que fez questão de nos cumprimentar,um por um. Na tarde desse mesmo dia fomos levados para Nashinguwea. Ficámos instalados num quartel do exército da Tanzânia, onde permanecemos presos até aos dia 19 de Setembro de 1974. 

Quando regressaram a Moçambique quem é que vos recebeu e que tratamento tiveram?
Fomos recebidos em Nampula pelo coronel Travassos, na altura comandante do Sector B. Fomos bem acolhidos. Deram-nos novos fardamentos e dinheiro.
Aviltada e traída:
A sua Companhia foi traída? Foi Aviltada e traída.Se querem saber a verdade sobre o que aconteceu na madrugada de 1 de Agosto de 1974, em Omar,consultem os arquivos militares portugueses. Lamento que ninguém se tenha preocupado em transcrever o que está registado no Arquivo do Exército sobre os acontecimentos de Omar. A verdade de Omar não é a que Almeida Santos escreveu.
Recorda-se do nome do comandante da força da Frelimo que capturou a guarnição militar portuguesa de Omar, também conhecida por Namatil?
Salvador Mutumuke.
Essa acção da Frelimo em Omar terá tido alguma influência nas conversações de Lusaca?
Desconheço. Mas poderá ter servido de moeda de troca em termos de prisioneiros.
No livro que escreveu, Almeida Santos faz alusão à existência de uma cassete de vídeo que supostamente prova que os militares portugueses se entregaram voluntariamente à Frelimo.
É verdade?

Não sei de que cassete se trata. Não tenho conhecimento da existência de qualquer cassete. Nunca vi nem ouvi esse registo. O que tem sido escrito sobre o que aconteceu em Omar não corresponde à verdade.
Escreve também Almeida Santos que o general Spinola, então Presidente da República, terá ficado «perturbado» com a audição da cassete, que entretanto fora entregue a Melo Antunes pela Frelimo. Segundo as palavras de Almeida Santos, o general Spinola recusou aceitar que tão vergonhosa rendição traduzisse o espírito das Forças Armadas portuguesas em Moçambique.
Como comenta?
As ordens transmitidas pelo General Spinola não foram cumpridas pelos seus emissários é que o terá enfurecido.
Na qualidade de comandante -interino da guarnição de Omar foi ouvido pela hierarquia militar?
Não.
E pelo Poder Político
Também não.
Foi-lhe instaurado algum inquérito ou sofreu alguma punição pelo que aconteceu em Omar? Nada. Fica claro das suas palavras que os militares portugueses estacionados em Omar e que o senhor comandava não foram traidores.

 Nós, os militares portugueses em momento nenhum fomos traidores. Traição houve por parte do poder político português da altura, no quadro da trágica descolonização das ex-províncias ultramarinas.
Quer referir os nomes?

Mário Soares, Almeida Santos,Melo Antunes e Otelo Saraiva de Carvalho, entre outros.  Estes é que são os grandes e verdadeiros traidores da Pátria portuguesa.
O que é que acha que Almeida Santos procura com o livro que escreveu?
A meu ver procura encontrar bodes expiatórios, procura sacudir a água do capote, eximir-se às muitas responsabilidades que teve. Ainda por cima recorrendo a mentiras... É vergonhoso! O livro descreve factos sem que ele, Almeida Santos, tenha procurado averiguar da sua veracidade. Escreveu coisas sem se preocupar em buscar a verdade. É lamentável e vergonhoso. Mas ainda há mais de uma centena de pessoas vivas, ex-militares, que podem testemunhar toda a verdade.