------------------------------------------------------------- ALVALADE-SADO!-------------------------------------------------------Blogue de informação geral sobre o mundo e o País que é Portugal

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Há um País onde não há lugar para velhos...esse país é Portugal

   



 
Há um país onde a lei diz que todos são iguais, mas onde há uns menos iguais do que os outros.
Estes ajudaram a erguer o país, e muitos até foram à guerra em nome desse mesmo país.
Mas agora são gente pacífica, de físico debilitado e cujas vozes não chegam ao céu.
Não ameaçam ninguém, não paralisam o trabalho e já não cumprem os padrões de produtividade exigidos.
Adoecem mais do que os outros, e são considerados um fardo para a sociedade pelo que custam em tratamentos.
Não trabalham para pagar o que gastam, embora já antes tivessem trabalhado para pagar o que recebem.
O poder político desse país entende que vivem acima das suas possibilidades e que por isso são uma dor de cabeça.
Acha mesmo que seria mais fácil governar se eles não existissem.
Conclui assim pela sua inutilidade, que estão a mais, que são descartáveis.
Não se importa de lhes dificultar o acesso à saúde, porque é indiferente que morram mais cedo.
Talvez seja até preferível, porque morrendo mais cedo ajudam a melhorar o exercício orçamental.
Sendo alvos fáceis e dóceis, sem capacidade contestatária e sem instrumentos de pressão, nada custa retirar-lhes direitos e regalias antes julgados vitalícios.
Sendo solidários e ajudando os familiares mais carenciados, não recebem em troca a solidariedade do poderes públicos.
Pelo contrário, são os primeiros na linha de fogo, e quando o poder sente alguma aflição financeira é a eles, e muitas vezes só a eles, que começa por retirar as verbas necessárias.
Mesmo que a suprema autoridade judicial se interponha, declarando ilegal tal prática, os governantes não se sentem na obrigação de acatar a restrição, antes a contornam e insistem no mesmo.
E insistem retirando-lhes ainda mais verbas, e retirando a mais vítimas do que antes
tinham feito.
Não dizem que aumentam o confisco, mas que estão a recalibrar.
Dizem também que não é um imposto, quando tem toda a forma de um imposto – e um imposto agravado.
Um imposto que se aplica apenas ao tal grupo, e não a todos os contribuintes do país.
Esse grupo são os velhos, e o país, onde não há lugar para velhos, chama-se Portugal.
É um país descalibrado, onde manda muita gente sem calibre.

O Escritor, Jornalista e meu Amigo Joaquim Vieira, dispensou-me amavelmente este seu Artigo, que ontem foi por ele lido na ANTENA 1:  

                                           Por:Victor Neves.

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cristiano Ronaldo, Português, condecorado!

O MEU RONALDO
Cristiano Ronaldo, português, considerado o melhor jogador do mundo de futebol, foi condecorado pelo Presidente da República (PR) de Portugal.
É opinião unânime que Ronaldo é um modelo de jogador de futebol, bom profissional, dá a conhecer Portugal, para além de ganhar uns pornográficos 180 mil contos (sim, daqueles contos antes do euro) por mês, fora outras comissões.
Dá gosto vê-lo jogar (para quem gosta de futebol) e pronto: faz o que gosta, tem boa vida, ganha um ordenado escandaloso, é um exemplo de dedicação e profissionalismo.
O suficiente para ser, quiçá, condecorado pela Federação Portuguesa de Futebol, mas não, foi o PR de Portugal que o condecorou, tornando-o “Grande-Oficial da ordem do Infante D. Henrique”.
Confesso que me senti incomodado, pois a justificação foi por “serviços relevantes a Portugal”.
Não sei porquê, lembrei-me de outros Ronaldos que ficaram no baú do esquecimento do PR.
Lembrei-me do povo português que tem vivido esmagado em impostos, para que a classe política viva à grande e à francesa, com o dinheiro do povo.
Lembrei-me do povo português que se vai matando e emigrando, desesperados, enquanto gente sem escrúpulos ocupa os mais altos cargos da Nação, alguns presos, outros sob suspeita, a maioria impunes.
Lembrei-me do povo português que deixa de estudar, de ir ao médico, de comer, para que meia dúzia de gaiatos se pavoneiem em carros de luxo topo de gama, alemães, claro!
Lembrei-me do povo português que está desempregado ou com ordenados de miséria, enquanto a classe política vai delapidando o pouco que sobra de Portugal, nas PPP’s, nas rendas da EDP, no BPN, Estaleiros Navais e tantos outros.
Lembrei-me da Rita que, aos 25 anos de idade viu o marido falecer de cancro, ficou com dois bebés para criar, está na iminência de ficar sem emprego, enquanto os filhos órfãos, recebem cerca de 38,5 € cada um, pelo facto de terem ficado órfãos. O Sr. Presidente da República enganou-se mais uma vez, pois esqueceu-se de condecorar colectivamente o povo português pela paciência, pachorra, tolerância em demasia com a incompetência, falta de vergonha, de moral, de honestidade das nossas elites políticas que nos desgraçam.
O Sr. Presidente da República fez mais do mesmo, foi previsível, quando o povo lhe pedia um sinal de esperança.
O meu Ronaldo, Sr. Presidente, é a Rita e, as muitas “Ritas” deste país que, ainda se chama… Portugal!

José Lucas

Recebido por Email

Quem são os interessados na Guerra da Síria

                                         



                E agora leiam este artigo publicado no Diário de noticias


           E ainda queríamos dar-lhes armas...


Estava a Europa a estudar se devia ir até à Síria resolver a coisa (não faltaram propostas: intervenção directa, dar armas aos rebeldes...), quando acordou para a espantosa notícia. Podia poupar-se na viagem: a guerra virá ter connosco. Na segunda-feira, o jornal inglês Daily Telegraph deu voz a um desertor dos rebeldes que revelou uma das prioridades da Al-Qaeda na Síria: formar os jovens europeus que chegam para combater o governo sírio e devolvê-los à Europa para praticar terrorismo. Esta mão-de-obra emigrante europeia partiu inculta - só básicas teorias tolas - e regressará altamente qualificada. Em explosivos. Os serviços de inteligência, britânicos e franceses, confirmaram: a Síria é um campo de treinos para exportação. O regresso à Grã-Bretanha desses recrutas da guerra santa é a principal preocupação do MI-5. Na semana passada, dois garotos franceses de 15 anos partiram de Toulouse para a Síria, tenros para (ainda mais) lavagem ao cérebro. Então, até já. Talvez sejam poupados às acções mais perigosas, pois são mais úteis noutro sítio. Calcula-se que há na Síria 500 combatentes britânicos, 700 franceses e 300 belgas, quase sempre jovens. Alguns pais estão naturalmente preocupados e gostariam de os ver regressar. Em maio passado, escrevi aqui que essa notícia talvez não fosse boa para todos. Partiram de cabeça quente e vão voltar a ferver. Titulei essa crónica assim: "É mau terem partido. E péssimo voltarem". Repito.

Ferreira Fernandes in DáriodeNoticias

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A Goldman Sachs (GS) aparenta ser um banco, mas o seu currículo mais parece um cadastro

Dizem as “más línguas” que este é o pagamento pela venda dos CTT, autêntico crime de lesa Pátria!
Os Miguéis de Vasconcelos contemporâneos estão a safar-se, mas, como normalmente acontece, há sempre um tempo em que são defenestrados…
Esperemos que esse tempo se aproxime, a passos largos…


          A Goldman Sachs (GS) aparenta ser um banco, mas o seu currículo mais parece um cadastro, devido às suas ligações com uma interminável série de irregularidades, que vão das bolhas imobiliárias e financeiras, à manipulação de mercados, à corrupção de governos, incluindo a maquilhagem das contas públicas gregas, que inaugurou a Actual crise europeia. A GS é um dos nichos de um poder mundial não eleito, não submetido a constrangimentos constitucionais, não obrigado a testes de legitimidade. Um poder táctico, sem lealdade de pátria, religião ou doutrina. Escassas centenas de homens que gerem em rede dinheiro e influência. Um dos instrumentos da sua estratégia consiste em cativar pessoas brilhantes do mundo académico, projectando-as depois em altos lugares políticos de países e/ou organizações internacionais. Paulson, Draghi, Monti, Issing, ou o falecido António Borges estão nessa lista. José Luís Arnaut (JLA), figura influente do PSD, foi nomeado para o Conselho Consultivo Internacional da GS. Ao contrário das figuras citadas, a JLA não se lhe conhece uma única ideia própria, mas sabe-se que o seu escritório de advocacia tem sido fundamental no "apoio" ao Governo em matéria de privatizações. A GS espreita, ávida, sempre que um país é obrigado a vender os seus anéis. JLA é, portanto, um hábil perito em transformar propriedade pública em salvados. Merecedor da gratidão pública da GS. Milhões de portugueses e europeus labutam, preocupados com o (des)emprego e o desamparo da crise. Lutam por uma democracia que não retire os seus filhos do mapa do futuro. Mas há quem faça carreira e lucro à custa do sofrimento geral. A espiral recessiva parece ter sido travada. Mas a espiral da náusea moral, essa, está ainda muito longe de ter batido no fundo.

Fonte

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Filipe Lá Féria ( remorsos de um encenador de Teatro)


Muita gente me acusa de ser o culpado do estado de desgraça do nosso país por ter reprovado Pedro Passos Coelho numa audição em que eu procurava um cantor para fazer parte do elenco de My Fair Lady.   
                                                                                                                                                              Até o espertíssimo gato fedorento Ricardo Araújo Pereira já afirmou que eu devia ser chicoteado em público todos os dias até Passos Coelho desistir de ser primeiro-ministro, como insistentemente o aconselha o Dr. Soares.
Na verdade, confesso que em 2002, quando preparava os ensaios para levar à cena My Fair Lady fiz uma série de audições a cantores para procurar o intérprete do galã apaixonado por Elisa Doolittle, a pobre vendedora de flores do Covent Garden, personagem saída da cabeça brincalhona e maniqueísta de Bernard Shaw, genial dramaturgo que no seu tempo se fartou de gozar com políticos. Entre muitos concorrentes à audição, apareceu Pedro Passos Coelho de jeans, voz colocada, educadíssimo e bem-falante. Era aluno de Cristina de Castro, uma excelente cantora dos tempos de glória do São Carlos que tinha sido escolhida por Maria Callas para contracenar com a diva na Traviata quando da sua passagem histórica por Lisboa. As recomendações portanto não podiam ser melhores e a prova foi convincente. Porém, Passos Coelho era barítono e a partitura exigia um tenor. Foi por essa pequena idiossincrasia vocal que Passos Coelho não foi aceite, o que veio a ditar o futuro do jovem aspirante a cantor que, em breve, ascenderia a actor protagonista do perverso musical da política. Se não fosse a sua tessitura de voz de barítono, hoje estaria no palco do Politeama na Grande Revista à Portuguesa a dar à perna com o João Baião, a Marina Mota, a Maria Vieira, e talvez fosse muitíssimo mais feliz. Diria mal da forma como o Estado trata a cultura em Portugal, revoltar-se-ia com os impostos que o teatro é obrigado a pagar, saberia que um bilhete que é vendido ao público a dez euros, sete vão para o Estado, teria um ataque de nervos contra os lobbies da Secretaria de Estado da Cultura, há quarenta anos sempre os mesmos... não saberia sequer o nome do obscuro e discretíssimo secretário da Cultura oficial, não perceberia porque em Portugal não há uma Lei do Mecenato que permita aos produtores de espectáculos cativar os mecenas, tal é a volúpia cega dos impostos, saberia que cada vez mais há artistas no desemprego em condições miserabilistas e degradantes, que fazer teatro, cinema ou arte em Portugal se tornou um acto de loucura e de militância esquizofrénica. Mas a cantar no palco do Politeama estaria bem longe da bomba-relógio do Dr. Paulo Portas, cada vez mais fulgurante como pop-star, da troika, agora terrível e pós-seguramente medonha, das reuniões de quinta-feira com o Senhor Professor, do Gaspar que se pisgou para o Banco de Portugal, dos enredos do partido bem mais enfadonhas do que as animadas tricas dos bastidores do teatro, das reuniões intermináveis com os alucinados ministros, das manifestações dos professores, dos polícias, dos funcionários públicos, dos pescadores, dos estivadores, dos reformados, dos trabalhadores de tudo o que mexe e não mexe em cima deste desgraçado país, ah!, e das sentenças do Palácio Ratton que agora são chamadas para tudo, só para tramarem a cabeça intervencionada do pobre Pedrinho... não bastava já as constantes birrinhas do Tó Zé Seguro, as conversas da tanga do Dr. Durão Barroso, o charme cínico e discreto de Madame Christine Lagarde, as leoninas exigências da mandona da Europa para Bruxelas assinar a porcaria do cheque. Valha-me o Papa Francisco que tudo isto é demais para um barítono!
Assumo o meu mais profundo remorso. Devia ter proporcionado ao rapaz um futuro mais insignificante mas mais feliz. Mas, tal como Elisa Doolittle, que depois de ser uma grande dama prefere voltar a vender flores no mercado de Covent Garden, talvez o nosso herói renegue todas as vaidades e vicissitudes da política e suba ao palco do Politeama para interpretar a versão pobrezinha mas bem portuguesa de Os Miseráveis!


FILIPE LA FÉRIA*

publicado a 2013-12-29 às 01:00 no Diário de Notícias

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

África um continente Perdido?


















 Há anos, penso que na revista Times, vinha um artigo em que se dizia que o Continente Africano era a médio ou longo prazo um continente, em que a guerra, a fome e a Sida fariam uma devastação quase total. E parece que as previsões então apontadas, vão-se concretizando a um ritmo  preocupante. Estou a escrever isto e estou a pensar num antigo território que foi administrado,por Portugal.....a Guiné Bissau. Ao que parece aquela gente, só se sente bem na instabilidade da guerra, já que a fome e a doença é uma constante no dia a dia. Estão uns tempos(poucos) em acalmia , e logo aparece um general qualquer coisa,ou um 2.º cabo a fazer um golpe de estado. Parece que generais, é o que não falta por lá. Acho até graça à catrefa de oficiais superiores que aquele faminto país tem. Penso que alguns deles nem devem ser capazes de fazer uma conta de somar, mas para articularem golpes são uns génios. É deste país, que chegam muitas crianças, para fazer tratamentos nos nossos hospitais, onde quem os acompanham, nunca mais regressa . África que podia ser uma terra de abundância, é hoje um local, onde o que impera é a fome a guerra e a doença.Um local onde fui obrigado a dar mais de dois anos da minha juventude, em que muitas vezes debaixo de rajadas de metralhadores se ouvia.....Vão para a vossa terra que esta terra é nossa... (tinham razão).., só que muitos dos que diziam isso....os que puderam, vieram atrás de mim, para a terra que eles diziam ser minha!...... Nem esta terra é minha , nem a que devia ser deles... o é.......! Confrontámo-nos sem glória!........As nossas utopias ............ os sonhos de uma Guiné, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Timor , S.Tomé e Príncipe e Portugal.....   de Igualdade, Fraternidade e Justiça......Esfumaram-se. Para nós Portugueses.....melhor (por agora) do que vós Africanos,...aqui também há muitos generais,.........uns à civil, outros fardados,......mas temos um trunfo,.........que  está a esfumar-se....ainda  estamos na Europa!......

Escrevi esta crónica há cerca de três anos. Foi publicada em três ou quatro Blogues. Teve milhares de leitores.
Hoje lembrei-me de a publicar novamente.


José do Rosário