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sábado, 30 de abril de 2011

(A Opinião dos outros) Rendimento de Inserção Social !

A criação do Rendimento Mínimo Garantido modificou o modelo de desenvolvimento social e económico do país. Embora o conceito da sua criação fosse e continue a ser nobre nos seus princípios, a sua aplicabilidade prática fez com que ficasse completamente desvirtuado. A atribuição sem grande rigor e exigência de contrapartidas bem como a ausência de fiscalização selectiva tem resultado em mais de 15% de fraudes. Porém, estima-se que esse valor esteja muito aquém da realidade. Existindo desde 1996 há quem o esteja a usufruir desde essa altura como se de uma pensão de reforma se tratasse! Agora designa-se por Rendimento Social de Inserção, mas pergunta-se: onde estão os resultados dessa “inserção”? O país continua a ter 2 milhões de pobres e a criminalidade não tem parado de aumentar. Os que descontam bem como os que o fizeram durante mais de 40 anos tem todos os motivos para se sentirem indignados. Muitos reformados têm ainda de continuar a trabalhar porque o Estado, em vez de os apoiar devidamente, decidiu atribuir um subsídio a quem pode e deve trabalhar, mas não o quer fazer. Permitam-me uma correcção: muitos até trabalham, mas na “economia paralela”, vulgo “biscatada”. Nessas actividades incluem-se também prostitutas, proxenetas, artistas de rua, arrumadores de carros,… O RSI pode ser atribuído a quem tenha património e/ou rendimentos de capital e até (pasme-se!) a indivíduos com registo criminal. Perante tudo isto, aqueles que trabalhavam com salários relativamente baixos fizeram contas e constataram que era muito mais vantajoso demitirem-se dos seus empregos e passarem também a usufruir do RSI. Este em conjunto com os tais “biscates” permite-lhes ganharem ainda mais, com a vantagem de isenções de taxas moderadoras, rendas de casa pagas, pagamento dos livros escolares, creches gratuitas, abonos de família majorados, acesso aos bancos alimentares e outras benesses decorrentes da “inexistência” de rendimentos. A consequência disto foi que muitas empresas ficaram com dificuldades em encontrar pessoal para as tarefas menos especializadas, não sendo por isso coincidência o aumento exponencial da imigração verificado em Portugal a partir de 1996.Quando se dá o “peixe” em vez da “cana de pesca” o resultado é este. Privilegia-se o laxismo em detrimento do empreendedorismo. Enfim…

Troika reestrutura Portugal de alto a baixo

Segundo o Dia rio de Noticias  de hoje o governo que sair das próximas eleições não poderá renegociar as medidas propostas pela Troika. Se recordarmos algumas posições anteriores dos possíveis ganhadores das próximas eleições ficaremos confusos como será o futuro deste País.José Sócrates disse que nunca governaria  com medidas impostas pelo Fundo Monetário Internacional. Passos Coelho fez parte da maioria que revogou o programa publicado pelo governo da avaliação dos professores. Agora o Tribunal Constitucional deliberou por maioria considerar a medida tomada pela Assembleia da Republica de inconstitucional. Portanto o que se pode deduzir já, é que nem José Sócrates tem autoridade moral para vir a liderar um governo que terá que cumprir aquilo que é imposto pela Troika, e muito menos quando se diz que as medidas não são negociáveis. Quanto a Passos Coelho e segundo algumas vozes dentro do seu partido que vão dizendo algumas palavras para os média, eu arrisco-me a prever uma vida curta na política do dr. Passos Coelho. À esquerda são conhecidas as posições de nem sequer quererem reunir, com os representantes do capital. Como dizem os jornais de hoje as medidas apresentadas pelos negociadores internacionais não podem ser negociáveis, o que quer dizer.... que quem manda são eles,..... aos Portugueses resta-lhes apenas fazer o que eles mandam, esteja lá quem estiver de esquerda ,do centro ao da direita..! Sendo assim não sei, porque é que vamos perder tempo com eleições. Nem sequer a Assembleia da Republica tem razão de existir, para legislar temos o Tribunal Constitucional. Se isto não fosse Portugal, eu pensaria estar a ler um qualquer livro de um autor discípulo  de Georges Politzer, em que se mistura idealismo e materialismo e outras tretas, para dar o resultado a que este País chegou.Ninguém abre uma porta de esperança, tomando medidas, em casos concretos, como algumas  que mostro em baixo


Ao que  parece somos todos culpados. O Zé Povinho porque não acerta quando vai votar. Mas , há outros  que são mais culpados . E se todos podemos e devemos corrigir alguma coisa, há quem possa e deveria corrigir quase tudo.
Quem? Pois muito principalmente os bancos. 
Foram os bancos que concederam, e muito frequentemente forçaram, crédito ao Estado e aos particulares, para além, do que razoavelmente eles poderiam suportar. E não foram, toda a gente sabe, apenas os bancos nacionais. Foram também os bancos espanhóis, alemães, franceses, etc., que, sem medir convenientemente os riscos, emprestaram muito mais do que deviam para garantir rendimentos colossais aos seus gestores. Nesses tempos as agências de rating eram laxistas e os triple ei abundantes. 
Mas hoje, que os tempos são outros e os triple ei desapareceram dos nossos horizontes, as administrações dos bancos continuam a atribuir-se remunerações estratosféricas, a malta afluente continua a debandar para a estranja, o Sporting está em negociações para comprar um israelita por um milhão de euros, Portugal tem três equipas nas semi-finais da Taça Europa, e a gente pergunta-se ainda: Onde é que está a crise? De onde lhes vem o dinheiro?
Com discursos bem intencionados não vamos, lá porque há muito que os valores deixaram de valer. 
Se queremos que as pessoas poupem, os bancos têm de garantir confiança nos depósitos e remunerá-los de forma atractiva; se queremos reduzir as importações e aumentar a capacidade produtiva os bancos deveriam travar a fundo o financiamento das primeiras e tornarem-se parceiros responsáveis da recuperação económica. 
Como é que isso se faz? Como é que se induz a banca a trilhar outros caminhos? Em Portugal a Banca está muito concentrada em três ou quatro bancos privados e um público. Não deveria ser difícil obter- um acordo de regime entre o Estado e a banca para a prossecução de uma política de crédito menos desastrada. 
Bem sei que até um acordo de regime partidário é dificílimo em terra onde subsiste o
tribalismo. 
Mas é forçoso reconhecer que ou a banca muda o vício consumista e o despesismo infrene ou a situação mudará a banca. A começar por aquela, a Caixa, que deveria dar o exemplo e não dá porque se comporta como a ovelha do rebanho na cauda a pisar a caca que as outras vão deixando pelo caminho.
A Caixa tem sido, objectivamente, um dos maiores culpados da situação desastrosa a que chegámos, quando lhe competia ter sido exactamente o contrário. Assim, para que queremos uma Caixa pública?
Para emprestar ao BPN e ao BPP, por ordem do Governo, dinheiros que agora o Governo está a pedir a todos nós?



Alguns elementos tirados daqui







segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Salgueiro Maia:
Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele, que deu tudo e não pediu a paga.
Aquele que na hora da ganância.
Perdeu o apetite!......
 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Manifesto dos 74 nascidos depois de 74



Somos cidadãos e cidadãs nascidos depois do 25 de Abril de 1974. Crescemos com aconsciência de que as conquistas democráticas e os mais básicos direitos de cidadania são filhos directos desse momento histórico. Soubemos resistir ao derrotismo cínico, mesmo quando os factos pareciam querer lutar contra nós: quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusava uma pensão ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, e a concedia a torturadores da PIDE/DGS; quando um governo decidia comemorar Abril como uma «evolução», colocando o «R» no caixote de lixo da História; quando víamos figuras políticas e militares tomar a revolução do 25 de Abril como um património seu. Soubemos permanecer alinhados com a sabedoria da esperança, porque sem ela a democracia não tem alma nem futuro.
O momento crítico que o país atravessa tem vindo a ser aproveitado para promover uma erosão preocupante da herança material e simbólica construída em torno do 25 de Abril. Não o afirmamos por saudosismo bacoco ou por populismo de circunstância. Se não é de agora o ataque a algumas conquistas que fizeram de nós um país mais justo, mais livre e menos desigual, a ofensiva que se prepara – com a cobertura do Fundo Monetário Internacional e a acção diligente do «grande centro» ideológico – pode  significar um retrocesso sério, inédito e porventura irreversível. Entendemos, por isso, que é altura de erguermos a nossa voz. Amanhã pode ser tarde.
O primeiro eixo dessa ofensiva ocorre no campo do trabalho. A regressão dos direitos laborais tem caminhado a par com uma crescente precarização que invade todos os planos da vida: o emprego e o rendimento são incertos, tal como incerto se torna o local onde se reside, a possibilidade de constituir família, o futuro profissional. Como o sabem todos aqueles e aquelas que experienciam esta situação, a precariedade não rima com liberdade. Esta só existe se estiverem garantidas perspectivas mínimas de segurança laboral, um rendimento adequado, habitação condigna e a possibilidade de se acederem a dispositivos culturais e educativos. O desemprego, os falsos recibos verdes, o uso continuado e abusivo de contratos a prazo e as empresas de trabalho temporário são hoje as faces deste tempo em que o trabalho sem direitos se tornou a norma. Recentes declarações de agentes políticos e económicos já mostraram que a redução dos direitos e a retracção salarial é a rota pretendida. Em sentido inverso, estamos dispostos a lutar por um novo pacto social que trave este regresso a vínculos laborais típicos do século XIX.
O segundo eixo dessa ofensiva centra-se no enfraquecimento e desmantelamento do Estado social. A saúde e a educação são as duas grandes fatias do bolo público que o apetite privado busca capturar. Infelizmente, algum caminho já foi trilhado, ainda que na penumbra. Sabemos que não há igualdade de oportunidades sem uma rede pública estruturada e acessível de saúde e educação. Estamos convencidos de que não há democracia sem igualdade de oportunidades. Preocupa-nos, por isso, o desinvestimento no SNS, a inexistência de uma rede de creches acessível, os problemas que enfrenta a escola pública e as desistências de frequência do ensino superior por motivos económicos. Num país com fortes bolsas de pobreza e com endémicas desigualdades, corroer direitos sociais constitucionalmente consagrados é perverter a nossa coluna vertebral democrática, e o caldo perfeito para o populismo xenófobo. Com isso, não podemos pactuar. No nosso ponto de vista, esta é a linha de fronteira que separa uma sociedade preocupada com o equilíbrio e a justiça e uma sociedade baseada numa diferença substantiva entre as elites e a restante população.
Por fim, o terceiro e mais inquietante eixo desta ofensiva anti-Abril assenta na imposição de uma ideia de inevitabilidade que transforma a política mais numa ratificação de escolhas já feitas do que numa disputa real em torno de projectos diferenciados. Este discurso ganhou terreno nos últimos tempos, acentuou-se bastante nas últimas semanas e tenderá a piorar com a transformação do país num protectorado do FMI. Um novo vocabulário instala-se, transformando em «credores» aqueles que lucram com a dívida, em «resgate financeiro» a imposição ainda mais acentuada de políticas de austeridade e em «consenso alargado» a vontade de ditar a priori as soluções governativas. Esta maquilhagem da língua ocupa de tal forma o terreno mediático que a própria capacidade de pensar e enunciar alternativas se encontra ofuscada.
Por isso dizemos: queremos contribuir para melhorar o país, mas recusamos ser parte de uma engrenagem de destruição de direitos e de erosão da esperançaSe nos roubarem Abril, dar-vos-emos Maio!”
Alexandre de Sousa Carvalho – Relações Internacionais, investigador; Alexandre Isaac – antropólogo, dirigente associativo; Alfredo Campos – sociólogo, bolseiro de investigação; Ana Fernandes Ngom – animadora sociocultural; André Avelãs – artista; André Rosado Janeco – bolseiro de doutoramento; António Cambreiro – estudante; Artur Moniz Carreiro – desempregado; Bruno Cabral – realizador; Bruno Rocha – administrativo; Bruno Sena Martins – antropólogo; Carla Silva – médica, sindicalista; Catarina F. Rocha – estudante; Catarina Fernandes – animadora sociocultural, estagiária; Catarina Guerreiro – estudante; Catarina Lobo – estudante; Celina da Piedade – música; Chullage – sociólogo, músico; Cláudia Diogo – livreira; Cláudia Fernandes – desempregada; Cristina Andrade – psicóloga; Daniel Sousa – guitarrista, professor; Duarte Nuno – analista de sistemas; Ester Cortegano – tradutora; Fernando Ramalho – músico; Francisca Bagulho – produtora cultural; Francisco Costa – linguista; Gui Castro Felga – arquitecta; Helena Romão – música, musicóloga; Joana Albuquerque – estudante; Joana Ferreira – lojista; João Labrincha – Relações Internacionais, desempregado; Joana Manuel – actriz; João Pacheco – jornalista; João Ricardo Vasconcelos – politólogo, gestor de projectos; João Rodrigues – economista; José Luís Peixoto – escritor; José Neves – historiador, professor universitário; José Reis Santos – historiador; Lídia Fernandes – desempregada; Lúcia Marques – curadora, crítica de arte; Luís Bernardo – estudante de doutoramento; Maria Veloso – técnica administrativa; Mariana Avelãs – tradutora; Mariana Canotilho – assistente universitária; Mariana Vieira – estudante de doutoramento; Marta Lança – jornalista, editora; Marta Rebelo – jurista, assistente universitária; Miguel Cardina – historiador; Miguel Simplício David – engenheiro civil; Nuno Duarte – artista; Nuno Leal – estudante; Nuno Teles – economista; Paula Carvalho – aprendiz de costureira; Paula Gil – Relações Internacionais, estagiária; Pedro Miguel Santos – jornalista; Ricardo Araújo Pereira – humorista; Ricardo Lopes Lindim Ramos – engenheiro civil; Ricardo Noronha – historiador; Ricardo Sequeiros Coelho – bolseiro de investigação; Rita Correia – artesã; Rita Silva – animadora; Salomé Coelho – investigadora em Estudos Feministas, dirigente associativa; Sara Figueiredo Costa – jornalista; Sara Vidal – música; Sérgio Castro – engenheiro informático; Sérgio Pereira – militar; Tiago Augusto Baptista – médico, sindicalista; Tiago Brandão Rodrigues – bioquímico; Tiago Gillot – engenheiro agrónomo, encarregado de armazém; Tiago Ivo Cruz – programador cultural; Tiago Mota Saraiva – arquitecto; Tiago Ribeiro – sociólogo; Úrsula Martins – estudante

domingo, 17 de abril de 2011

Portugal visto de Espanha. AS VERDADES OCULTAS EM PORTUGAL


LISBOA, 21 set (Ano ????) (IPS) - Indicadores econômicos e sociais regularmente comunicados pela União Europeia (UE) colocam Portugal em situação de pobreza e injustiça social é inaceitável para um país , que se integrou em 1986  no clube dos ricos "do continente. 
Mas o golpe de misericórdia foi dado:.. a avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE): Portugal nos próximos anos vai- se distanciar ainda mais dos países avançados. 
A menor produtividade dos portugueses, a falta  de inovação e vitalidade do sector empresarial, a educação e a formação, desvio de fundos públicos, para gastos excessivos e resultados magros, são os dados apresentados pelo relatório anual sobre Portugal da OCDE, que reúne 30 países industrializados. 
Ao contrário de Espanha, Grécia e Irlanda (que também faziam parte do grupo "pobres" da UE), Portugal não conseguiu capitalizar para a comunidade de desenvolvimento de fundos consideráveis ​​que corria de forma constante a partir de Bruxelas durante quase duas décadas. 
Em 1986, Madrid e Lisboa aderiram à então Comunidade Económica Europeia com níveis semelhantes de desenvolvimento relativo, e há apenas uma década, Portugal estava em um lugar mais alto do que a Grécia e Irlanda no ranking da UE .. Mas em 2001, foi confortavelmente ultrapassado por esses dois países, enquanto a Espanha, está localizada  a uma curta distância da média .. "A convergência da economia Português com as mais avançadas da OCDE mais parecia ter parado nos últimos anos, deixando uma lacuna significativa no rendimento per capita", diz a organização .. 
No setor privado, de bens de capital não são sempre utilizados de forma eficaz ou estão localizados e as novas tecnologias não são tomadas rapidamente ", diz a OCDE. 
"A força de trabalho Português, com menos educação formal que os trabalhadores de outros países da UE, incluindo os novos membros da Europa Central e Oriental", diz o documento. 
Toda a análise dos montantes investidos concordam que o problema central não está na quantidade, mas nos métodos de distribuição. Portugal gasta mais do que a grande maioria dos países da União Europeia com «os funcionários públicos de remuneração em relação ao seu produto interno bruto mas não consegue melhorar significativamente a qualidade e a eficiência dos 
serviços. Com mais professores por número de alunos que a maior parte da OCDE, também deixa de oferecer educação profissional e competitiva com outros países industrializados. Nos últimos 18 anos, Portugal foi o país que recebeu mais benefícios, por capita em cuidados comunitários. No entanto, depois de nove anos, para se aproximar aos padrões da UE, em 1995, começou a declinar e as perspectivas hoje indicam uma maior distância. 
Quando acabarem os fundos comunitários,como é.....  a pergunta que se ouve nos debates televisivos e colunas de opinião nos principais jornais do país. A resposta mais comum é que engorda o dinheiro no bolso de alguns. Os números mostram que Portugal é o país da UE com maior desigualdade social e salário mínimo é inferior à média do bloco, pelo menos até 01 de maio, quando se expandiu 15-25 nações. 
É também o país do bloco, em que gestores de empresas públicas têm os salários mais altos. O argumento mais freqüente indica que "os salários executivos são um exagero." Consultado pela IPS, o ex-ministro das Obras Públicas (1995-2002) e actual deputado socialista   João Cravinho negou essa teoria. " São os administradores que definem os seus próprios salários, e carregando a culpa no mercado", disse ele. Nas empresas privadas com participação estatal ou nas estatais com accionistas minoritários privados, "os executivos fixam os seus vencimentos astronómicos (alguns até 90.000 dólares por mês , incluindo bônus e royalties), com a cumplicidade dos accionistas de referência ", disse Cravinho. Estes mesmos grandes accionistas," são dois altos executivos, e todo o sistema, basicamente, é em detrimento dos pequenos accionistas, que vê como uma grossa fatia dos lucros vai para as contas bancárias dos gestores ", lamentou o ex-ministro.   A crise econômica Portuguesa, onde  crescimento estagnou nos últimos dois anos "está a ser paga pelas classes mais pobres", disse ele. Esta situação de desigualdade, surge cada dia, com exemplos variados. A mais recente crise no setor automóvel. Os comerciantes queixam-se de uma queda de quase 20 por cento nas vendas de carros de baixa cilindrada, com preços entre 15.000 e 20.000 dólares.Mas os representantes de marcas de luxo como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati e Lotus (veículos valor superior a US $ 200.000), lamentam não poder dar resposta à procura.  Estudos sobre a tradicional indústria têxtil Lusa, que foi um dos mais modernas e de qualidade  no mundo, demonstrando a sua estagnação, porque os empresários não fazem os ajustes necessários para atualizá-lo. Mas o norte, onde a indústria têxtil está concentrada,  tem Ferraris a mais, por metro quadrado do que em Itália. Um executivo espanhol da informática, Javier Felipe, disse à IPS que a sua experiência com empresários Português, eles estão mais interessados ​​na sua imagem, do que no resultado do seu trabalho. " Para muitos é mais importante o carro que dirigem, o tipo de cartão de crédito,que você pode ver, para pagar uma conta e o modelo de telefone celular, a eficiência do que a eficiência da sua gestão ", disse Felipe,mas ressaltando que há exceções. Tudo isto é formação de uma mentalidade que acaba afetando o desenvolvimento de um país ", disse ele. 
A evasão fiscal impune é outro aspecto que tem castrado o investimento do sector público, que são  potenciais efeitos positivos na superação da crise econômica e o desemprego, que este ano atingiu 10 por cento da população economicamente activa.  Nos últimos dois anos, o governo decidiu cobrar o imposto à cabeça, mantendo-se "situações" obscenas e "escandaloso", segundo o   economista e comentarista de TV Antonio Perez Metelo. "Em vez de anunciar progressos na recuperação dos impostos daqueles que continuam rindo na cara do Tesouro, o governo (conservador) decide tomar uma maior fatia, mesmo daqueles que já pagam o que é correcto , e deixa intacta a nebulosa de fugitivos fiscais, sem coerência ideológica, sem visão de futuro ", criticou Metelo. O teste é explicado em um artigo de opinião de José Vitor Malheiros, publicado terça-feira no jornal Público de Lisboa, que fustiga a falta de honestidade, em troca de profissionais lamados. De acordo com os documentos apresentados para o Tesouro, os médicos e dentistas relataram renda média anual de € 17.680 (21.750 dólares), os advogados 10.864 (13.365 dólares) Arquitectos, 9277 (11.410 dólares) e 8.382 engenheiros (10.310 dólares). Estes números indicam que por cada seis euros pagos do Tesouro ", roubado à  comunidade",e  como esses profissionais   contribuem apenas com  15 por cento do total do imposto sobre o rendimento do trabalho e são tributados apenas no singular em seis por cento disse Malheiros. Com o retorno dos impostos para fechar um ano fiscal, estes "roubam mais do que pagam, são como um açougueiro que nos vende 400 gramas de carne de hiciese  e pagamos uma libra, e há 180 mil destes profissionais, em média,que nos roubam 600 gramas por quilo ", disse ele sarcasticamente.  
Se um país permite que um profissional com duas casas e dois carros de luxo declare rendimentos de 600 euros (738 dólares) por mês, ano após ano, sem ser questionado, no mínimo pelo Tesouro, e mais ainda; receber um subsídio do Estado para ajudar a pagar a escola particular dos  filhos, isto significa ;que o sistema não tem moralidade ", disse ......



E se Portugal deixasse o euro?


Há dois anos, a questão nem se colocava. Com a crise da dívida soberana e a intervenção externa na Grécia, a pergunta saltou para as páginas dos jornais. Agora, as críticas de alguns países ao empréstimo a Portugal lança de novo o tema. Eis o que poderia acontecer se o País abandonasse o euro.
Duas das consequências seriam a desvalorização da moeda e a subida das taxas de juro.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O terramoto, o Tsunami e as Centrais Nucleares, no Japão.

O desastre que ocorreu no Japão e as consequências que aquele povo ainda e vai por muito tempo sofrer, leva-me a pensar o que seria se acontecesse um desastre como aquele aqui em Portugal. É certo, que por agora, se acontecesse, não teríamos problemas  em relação ao nuclear. Mas um terramoto e uma onda mortífera, pode acontecer a qualquer momento. Recordo que aquela hecatombe, aconteceu,  no país que melhor está preparado para aquelas situações. Mas a Natureza tem muita força. As centrais nucleares que diziam estar preparadas para o pior, não se aguentaram e não é possível contabilizar no momento, os números das vitimas, que morreram e dos que irão morrer nos próximos anos. Quando alguns chicos espertos, que nos últimos anos, têm defendido o nuclear em Portugal.., que ponham os olhos no que se está a passar no Japão.
Em baixo um vídeo mostra  um pouco o que aquela gente passou e vai passar.




Jaques Amaury - "A crise Portuguesa",


VALE A PENA ATENTAR NESTE OLHAR DE QUEM ESTÁ DE FORA.
Este conhecido sociólogo e filosofo francês, Jaques Amaury, professor na Universidade de Estrasburgo, publicou recentemente um estudo sobre “A crise Portuguesa”, onde elenca alguns caminhos, tendentes a solucionala.
“Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem – se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu “per capita” e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou a esmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.
Os dinheiros foram encaminhados para auto estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições publico - privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração publica, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.
A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando – se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram – se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista)  que está no Governo e o PSD (Partido Social Democrata),  de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no  PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) vilipendiado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais. 
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré – fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.
Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o “chefe” recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e Tv oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem lenta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, “non gratas” pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras,  enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

É preciso fazer a nossa parte - código "560"

Afirmam alguns economistas que se cada português consumir 100€ de
produtos nacionais (em vez de importados), a economia cresce acima de todas as estimativas e ainda cria postos de trabalho em Portugal!
 Quando for ao supermercado, dê preferência aos produtos de fabrico português!.........
OS CÓDIGOS DE BARRAS DOS PRODUTOS PORTUGUESES COMEÇAM POR  560
LEVEM ISTO A SÉRIO E FAÇAM DISTO PARTE DA ROTINA DIÁRIA, TRANSMITA AOS SEUS FAMILIARES, AMIGOS OU COLEGAS, A TODAS AS PESSOAS QUE CONSEGUIR,E FICAMOS TODOS A GANHAR!

NOTA: Os códigos 690 a 695 são... chineses.



terça-feira, 12 de abril de 2011

Dr. Fernando Nobre, quem diria!......

Sabe é que votaram em você, mais de 0.5 milhão de portugueses. E votaram no sr., porque se dizia apartidário.
Votaram, porque estão desiludidos com a prestação dos partidos. E parecia ser uma coisa interessante...um movimento que obrigasse os políticos profissionais a olhar, para o interesse  colectivo e não para o particular .
Com esta atitude foi  uma machadada na sua credibilidade e na democracia.
Se tem seguido em frente seria um aviso sempre presente ao comportamento dos que fazem da politica um modo de vida...modo de vida até aqui, quase sempre com interesses que não os dos portugueses.
A sua entrada nas listas de um partido não o vão favorecer a si nem ao partido que o convidou. Desenganem-se se pensaram que os portugueses que votaram em si, irão votar na sigla que o apadrinhou.
Nobre de nome, mas pouco Nobre na atitude tomada.





quinta-feira, 7 de abril de 2011

F M I..... Internacionalismo Monetário

     




                                                                                                                                                             Parece que vamos receber novamente a intervenção  do Fundo Monetário Internacional. Das experiências vividas em 1977 e 1983, a receita desta vez também  não deve variar...e se variar é para pior.
Nas duas ultimas intervenções em Portugal, havia uma diferença, naquele tempo nós éramos pelintras,e  mais habituados a sacrifícios. Hoje é diferente, comprámos casa, carro e vamos de férias para Acapulco ou para o Brasil e pagamos com o cartão de crédito. 
As experiências na Grécia e na Irlanda, nossos companheiros de desgraça, não são optimistas.
Das medidas levadas a efeito na Grécia, em Abril de 2010, aponta para algumas medidas entre as quais se destaca ...redução de salários, reestruturação das pensões, iluminação de subsídios de férias e de Natal.
Na Irlanda,  despedimentos de cerca de 25 mil funcionários públicos, redução de salários e parece que os pensionistas também foram afectados.
Nos principais responsáveis por esta situação não consta que tivessem sido molestados. 

Da revolução na Rússia de 1917, saiu esta palavra de ordem: Internacionalismo Proletário.

Desta e outras anteriores situações económicas saiu esta: Internacionalismo Monetário.

A de 1917 ficou-se pelas intenções, esta ultima pelas concretizações......só que paga sempre o mesmo.





  

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Qualquer dia há uma corrida aos bancos



Os banqueiros acordaram. Depois de meses a acomodar o comportamento suicidário do Governo desistiram de comprar dívida pública.
Esta "revolta" já devia ter ocorrido mais cedo. Porque já se tinha percebido que apesar dos avisos feitos em privado (e foram vários), o 1º ministro não ia mudar. E embora para os bancos fosse um bom negócio emprestar ao Estado a cinco ou mais por cento, pedindo emprestado ao BCE a um por cento, não há negócio que resista ao risco de solvabilidade (as baixas de rating do Estado são seguidas de baixas de rating dos bancos). 

É um exagero (os bancos não estão em risco)? Talvez seja, mas as baixas de rating podem induzir nos depositantes a ideia de que os bancos já não são seguros. Nas últimas duas semanas parte importante dos mails de leitores, telespectadores e ouvintes de "A Cor do Dinheiro" passaram a questionar a segurança das poupanças. E as dúvidas não vêm apenas de pessoas sem literacia financeira… 

É a este ponto a que o 1º ministro devia prestar atenção: se não recorrermos a ajuda externa não é apenas a economia que pára (com as inevitáveis falências e disparo do desemprego); corremos o risco de ter um "bank run", provocado pela desconfiança dos depositantes. O problema é que, como se viu na entrevista à RTPJosé Sócrates continua a viver em Marte, ignorando que os bancos caminham sobre gelo fino. Talvez precise que outros banqueiros, para além de Santos Ferreira (bendita hora em que convenceu os accionistas a aumentarem o capital), alertem o país para o desastre que está mesmo à frente. Todos sabemos como começa uma corrida aos depósitos, mas ninguém sabe como acaba.