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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pode um homem sozinho dar cabo do País?



    ‘Pode, se o deixarem à solta: é o que Vítor Gaspar está há quase dois anos a tentar fazer a Portugal. Ele dará cabo do país e não deixará pedra sobre pedra se não for urgentemente dispensado e mandado regressar à nave dos loucos de onde se evadiu.

    Já suportámos tudo a Vítor Gaspar: nove trimestres consecutivos de previsões sucessivamente falhadas; erros de avaliação de uma incompetência chocante; subidas de impostos que conseguiram o milagre de fazer cair a receita fiscal; meio milhão de novos desempregados em menos de dois anos e milhares de empresas chutadas para a falência; cortes cegos em tudo o que estava em marcha para mudar o nosso paradigma de país subdesenvolvido — como a aposta na investigação, na ciência, nas novas tecnologias, nas energias alternativas; um despudor e uma arrogância a corrigir os erros cometidos com novos erros idênticos, que, mais do que teimosia e obstinação suicidarias, revelam sim o desespero de um ditador intelectual perdido no labirinto da sua ignorância. Gaspar não sabe como sair do desastre em que nos meteu e, como um timoneiro de uma nave em rota de perdição, ele já não vê nem passageiros nem carga, ou empregos e vidas a salvar: prefere que o navio se afunde com todos a bordo e ele ao leme. Sem sobreviventes nem testemunhas.

    Vendo-o na sua última aparição pública, a dar conta das linhas orientadoras do DEO, percebi que ele já não tem rumo nem bússola. Nem sequer tem linhas orientadoras da estratégia orçamental ou do que quer que seja. Apenas tem um número, que, aliás, vai sucessivamente engrossando à medida que o desastre se vai tomando cada dia mais nítido: 1,3 mil milhões, 4 mil milhões, 6,5 mil milhões. Cada nova previsão falhada, cada novo erro de avaliação por ele cometido, tem como consequência, não um pedido de desculpas ou a promessa de se render e arrepiar caminho, mas antes a ameaça de mais e mais sacrifícios sobre uma economia e um povo exauridos. Afinal, anuncia ele agora, a recessão não vai inverter-se no final deste ano, como previra, mas só lá para 2015 ou 16; afinal, o "desemprego ainda vai subir antes de começar a descer" daqui a uns dois anos, talvez; afinal, a "sustentabilidade das contas públicas", que nos diziam eminentemente assegurada, vai exigir sacrifícios "para uma geração". Mas o que mais me choca ainda é o tom nonchalant com que debita as novas ameaças, como se, milhão a mais milhão ou a menos, dois anos a mais ou dois anos a menos, não fizesse grande diferença nas vidas concretas de gente concreta, destruídas a mando da sua incompetência.

    Sim, incompetência: porque o mais extraordinário de tudo é pensar que Vítor Gaspar impôs ao país uma política de austeridade suicida que o conduziu a uma das maiores recessões da sua história e sem fim à vista e, em troca, não conseguiu as duas que ele e os demais profetas da sua seita de fanáticos juravam ir alcançar sobre as ruínas do país: nem fez a reforma do Estado nem controlou o crescimento da dívida pública — pelo contrário, perdeu-lhe o controlo. Mas para onde foram então os 24.000 milhões de euros que as políticas de austeridade de Vítor Gaspar roubaram à economia, às empresas e aos trabalhadores e pensionistas, nestes dois anos? Sumiram-se para onde, serviram para quê?

    Incompetência, porque tudo aquilo que Vítor Gaspar sabe fazer e faz, qualquer merceeiro, sem ofensa, sabe fazer: contas de somar e subtrair. Agora, faltam-lhe 6,5 mil milhões? É fácil de resolver, basta agarrar numa caneta e num papel.

    Ora, vejamos: conta de subtrair — tiram-se 2 mil milhões aos pensionistas e 3 mil milhões aos salários dos funcionários públicos. Temos 5 mil milhões, faltam 1,5.

    Conta de somar: aumenta-se o IRS (o único imposto que ainda garante retomo acrescido na receita fiscal). Aí estão os 6,5 mil milhões — a "reforma do Estado". Mas alguém lembra então a Gaspar que isto vai significar menos consumo privado e que menos consumo significa mais falências, mais desemprego, mais subsídios de desemprego a pagar. Contrariado, Gaspar volta a agarrar na caneta e desenha nova "medida de estratégia orçamental", ou seja, nova conta de subtrair: tira-se meio milhão às verbas do subsídio de desemprego. E quando alguém lembra ao ministro que o subsídio de desemprego já foi reduzido na sua duração a um paliativo mínimo e as suas regras de acesso, de tão restritivas que são, apenas abrangem 45% dos desempregados, Gaspar responde: "Então, por isso mesmo, e, aliás, em obediência ao princípio da igualdade, diminui-se a prestação aos que a têm".

    É assim que Vítor Gaspar governa o país, perante a aquiescência do primeiro-ministro e a cumplicidade do Presidente da República. Eles sustentam que tudo fará sentido e valerá a pena no dia em que Portugal regressar aos mercados.

    Não é um sonho, é um delírio: quanto mais o PIB cai mais sobe a dívida pública, calculada em percentagem do PIB. E, quando olharem para nós, sem a "protecção" da troika, o que irão os mercados ver? Um país em recessão permanente, com a dívida sempre a subir e governado por Passos Coelho e Vítor Gaspar. Em que filme de aventuras é que eles aprenderam que um país assim é salvo por filantropos? Não, Gaspar não nos vai levar de volta aos mercados, a não ser em condições de estertor final; ele vai é levar-nos de volta a um novo resgate. E esse vai fazer-nos retroceder cem anos.’
Miguel Sousa Tavares, Expresso

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Filhos do 25 de Abril

          

Somos quase todos filhos do 25 de Abril, mas uns são mais filhos do que outros.
A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª classe antiga.
Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à escola tinham acesso) Português e Matemática.
A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a adolescência foi mau para a geração.
Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa, num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.
A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer, o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e passagens administrativas.
Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais directores dos media. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do parecer – que não do fazer.
É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta geração.
Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.
Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem teve-nos como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que ressuscitar os velhos. Um milagre, lá está.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

GRUPO DE CIDADÃOS ,CONCORRE ÁS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM ALVALADE






Caros Alvaladenses,


O Grupo de Cidadãos Eleitores Apartidário, Laico, Independente e Alvaladense Cidadãos por Alvalade (CA) acabou de nascer e quer crescer, pretendendo para tal submeter-se a votos de forma plural nas próximas eleições autárquicas para a

Assembleia de Freguesia de Alvalade.


Dado este movimento resultar de uma expressão de amor a Alvalade, aliada a uma profunda educação cívica e cultura democrática, os seus fundadores fazem questão que o Projecto futuro, a apresentar a sufrágio ainda este ano, seja o mais possível representativo das várias sensibilidades presentes na nossa Vila, pois tornou-se claro que só unindo os esforços e as capacidades de TODOS os Alvaladenses será possível ultrapassar as dificuldades actuais e agarrar com sucesso as oportunidades que os contextos futuros nos irão seguramente proporcionar.


Face ao exposto, e tendo como visão a melhoria das condições de vida e a sustentabilidade a longo prazo desta povoação histórica, convida-se toda a população de Alvalade a comunicar as suas necessidades e ideias (pessoalmente ou através de cidadaosporalvalade@gmail.com), para que as mesmas possam ser depois tidas em consideração durante a elaboração do nosso programa eleitoral.


Saudações Cordiais,

CIDADÃOS POR ALVALADE (CA)

António Herlander Messias| Vera Romão| João Velosa | Nelson Guerreiro| Ercília Aragão | João Silva | António Belchior Madeira |Anabela Campos Costa| Joaquim José Pereira | Mário Mateus | Alexandra Reis | Bruno Ferro

Duvido que outro país tenha mais transparência e escrutínio do que em Portugal”


Cavaco Silva:

Em entrevista à EuroNews, o Presidente da República, quiçá apenas com o intuito do passar uma imagem idílica no país no estrangeiro, disse a dado momento que “os governantes, hoje em Portugal, são objecto de um escrutínio permanente por parte da comunicação social – e ainda bem – por parte da opinião pública. Eu duvido que noutro país tenha mais transparência e escrutínio do que aquele que se verifica neste momento em Portugal”. Ora, como qualquer leitor frequente do Má Despesa saberá, infelizmente, esta frase não corresponde à verdade. Segundo o Índice de Percepção da Corrupção de 2012, Portugal ocupa o 33º lugar e na Europa Ocidental tem apenas atrás de si a Itália e a Grécia. Em 2000 o país estava num lugar bem melhor: 23ª posição. Em apenas uma década, Portugal desceu 10 posições. Como refere Paulo Morais, vice-presidente da TIAC, “nenhum país do mundo teve uma degradação tão grande na transparência numa década”. Depois, o próprio Presidente da República não dá o exemplo ao nível da transparência. A Presidência da República continua a não publicar os seus contratos e despesas detalhadas. No portal Base, por exemplo, não se encontra qualquer despesa de Belém. O Má Despesa denunciou esta situação no ano passado e destacou-a no livro "Má Despesa Pública" como um caso de falta de transparência nas contas das instituições portuguesas. No site da Presidência da República existia, desde 2011, uma secção chamada Contratos que nunca teve qualquer informação.Este órgão de soberania chegou a garantir à TVI24 que a situação iria ser corrigida.Como a Presidência nunca mostrou interesse em partilhar essa informação, a secção foi entretanto apagada. 
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Victor Gaspar,a chuva, o investimento,o borda de Água e até o riso do ministro da Economia!

De há muito tempo para cá, que os Portugueses se vêm afastando dos governantes e com tiradas como a ultima, do ministro das Finanças, em que disse que a culpa do fraco investimento em Portugal  era  da chuva.Dá mesmo para rir, como o fez o ministro da economia, quando o deputado do PC Bruno Dias..apresentou o almanaque Borda De Água, onde inclui previsões meteorológicas, que podem ser "elemento central da estratégia do Governo".
Na sua intervenção, Bruno Dias questionou como seria a estratégia do Governo, para os próximos tempos e resolveu exibir o Borda De Água para prever o que irá acontecer nos próximos meses, valendo-se das previsões meteorológicas da revista, o que provou o riso do ministro da Economia.Que já deve ter pensado algumas vezes:   (onde eu me vim meter). Embora isto dê para rir, mas dá para questionar, que ministro das Finanças é este, que tem falhado todas previsões  e aparece em publico a fazer declarações, que não podem passar de ser gozadas.
Em baixo vejam o video, onde o deputado Bruno Dias dá um ar de rejuvenescimento a um partido Comunista já endémico,  que precisa de muitas pessoas como este deputado.





segunda-feira, 10 de junho de 2013

Nas pensões, o Governo resolveu, que tudo o que mexe leva!


BAGÃO FÉLIX - TRIBUTAÇÃO SOBRE PENSÕES

Pelas razões da sua inegável oportunidade e importante valia da forma e do conteúdo, com a devida vénia, transcrevemos do “Público, o excelente artigo do Dr. António Bagão Félix.
A GROSSEIRA INCONSTITUCIONALIDADE DA TRIBUTAÇÃO SOBRE PENSÕES.

Portugal arrisca-se a entrar no "Guinness Fiscal" por força de um muito provavelmente caso único no planeta: a partir de um certo valor (1350 euros mensais), os pensionistas vão passar a pagar mais impostos do que outro qualquer tipo de rendimento, incluindo o de um salário de igual montante! Um atropelo fiscal inconstitucional, pois que o imposto pessoal é progressivo em função dos rendimentos do agregado familiar [art.º 104.º da CRP], mas não em função da situação activa ou inactiva do sujeito passivo e uma grosseira violação do princípio da igualdade [art.º 13.º da CRP].                   Por exemplo:um reformado com uma pensão mensal de 2200 euros pagará mais 1045 € de impostos do que se estivesse a trabalhar com igual salário (já agora, em termos comparativos com 2009, este pensionista viu aumentado em 90% o montante dos seus impostos e taxas!)..Tudo isto por causa de uma falaciosamente denominada contribuição extraordinária de solidariedade"(CES), que começa em 3,5% e pode chegar aos 50%. Um tributo que incidirá exclusivamente sobre as pensões. Da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações. Públicas e privadas. Obrigatórias ou resultantes de poupanças voluntárias. De base contributiva ou não, tratando-se por igual as que resultam de muitos e longos descontos e as que, sem esse esforço contributivo, advêm de bónus ou remunerações indirectas e diferidas.Nas pensões, o Governo resolveu que tudo o que mexe leva! Indiscriminadamente. Mesmo - como é o caso -que não esteja previsto no memorando da troika.Esta obsessão pelos reformados assume, nalguns casos, situações grotescas, para não lhes chamar outra coisa.Por exemplo, há poucos anos, a Segurança Social disponibilizou a oferta dos chamados "certificados de reforma" que dão origem a pensões complementares públicas para quem livremente tenha optado por descontar mais 2% ou 4% do seu salário. Com a CES, o Governo decide fazer incidir mais impostos sobre esta poupança do que sobre outra qualquer opção de aforro que as pessoas pudessem fazer com o mesmo valor...o Estado incentiva a procura de um regime público de capitalização (sublinho, público) e logo a seguir dá-lhe o golpe mortal. Noutros casos, trata-se - não há outra maneira de o dizer -de um desvio de fundos através de uma lei: refiro-me às prestações que resultam de planos de pensões contributivos em que já estão actualmente assegurados os activos que caucionam as responsabilidades com os beneficiários.Neste caso,o que se está a tributar é um valor que já pertence ao beneficiário, embora este o esteja a receber diferida mente ao longo da sua vida restante . Ora, o que vai acontecer é o desplante legal de parte desses valores serem transferidos (desviados), através da dita CES, para a Caixa Geral de Aposentações ou para o Instituto de Gestão Financeira da S. Social!O curioso é que, nos planos de pensões com a opção pelo pagamento da totalidade do montante capitalizado em vez de uma renda ou pensão ao longo do tempo,quem resolveu confiar recebendo prudente e mensalmente o valor a que tem direito verá a sua escolha ser penalizada.Um castigo acrescido para quem poupa.Haverá casos em que a soma de todos os tributos numa cascata sem decoro (IRS com novos escalões, sobretaxa de 3,5%, taxa adicional de solidariedade de 2,5% em IRS, contribuição extraordinária de solidariedade (CES), suspensão de 9/10 de um dos subsídios que começa gradualmente por ser aplicado a partir de 600 euros de pensão mensal!) poderá representar uma taxa marginal de impostos de cerca de 80%!Um cataclismo tributário que só atinge reformados e não rendimentos de trabalho, de capital ou de outra qualquer natureza!Sendo confiscatório, é também claramente inconstitucional. Aliás, a própria CES não é uma contribuição.É pura e simplesmente um imposto.Uma contribuição ou taxa pressupõe uma contrapartida, tem uma natureza sinalagmática ou comutativa.Por isso, está ferida de uma outra inconstitucionalidade. É que o já citado art.º 104.º da CRP diz que o imposto sobre o rendimento pessoal é único.Estranhamente, os partidos e as forças sindicais secundarizaram ou omitiram esta situação de flagrante iniquidade. Por um lado, porque acham que lhes fica mal defender reformados ou pensionistas desde que as suas pensões (ainda que contributivas) ultrapassem o limiar da pobreza. Por outro, porque tem a ver com pessoas que já não fazem greves, não agitam os media, não têm lobbies organizados.Pela mesma lógica, quando se fala em redução da despesa pública há uma concentração da discussão sempre em torno da sustentabilidade do Estado social (como se tudo o resto fosse auto-sustentável...). Porque, afinal,os seus beneficiários são os velhos, os desempregados, os doentes, os pobres, os inválidos, os deficientes... os que não têm voz nem fazem grandiosas manifestações. E porque aqui não há embaraços ou condicionantes como há com parcerias público-privadas, escritórios de advogados, banqueiros, grupos de pressão, estivadores.É fácil ser corajoso com quem não se pode defender.


Foi lamentável que os deputados da maioria (na qual votei) tenham deixado passar normas fiscais deste jaez mais próprias de um socialismo fiscal absoluto e produto de obsessão fundamentalista, insensibilidade, descontextualização social e estrita visão de curto prazo do ministro das Finanças.E pena é que também o ministro da Segurança Social não tenha dito uma palavra sobre tudo isto, permitindo a consagração de uma medida que prejudica seriamente uma visão estratégica para o futuro da Segurança Social.Quem vai a partir de agora acreditar na bondade de regimes complementares ou da introdução do "plafonamento", depois de ter sido ferida de morte a confiança como sua base indissociável? Confiança que agora é violada grosseiramente por ditames fiscais aos ziguezagues sem consistência, alterando pelo abuso do poder as regras de jogo e defraudando irreversivelmente expectativas legitimamente construídas com esforço e renúncia ao consumo.Depois da abortada tentativa de destruir o contributivo com o aumento da TSU em 7%, eis nova tentativa de o fazer por via desta nova avalanche fiscal. E logo agora, num tempo em que o Governo diz querer "refundar" o Estado Social, certamente pensando (?) numa cultura previdencial de partilha de riscos que complemente a protecção pública. Não há rumo, tudo é medido pela única bitola de mais e mais impostos de um Estado insaciável.Há ainda outro efeito colateral que não pode ser ignorado, antes deve ser prevenido: é que foram oferecidos poderosos argumentos para "legitimar" a evasão contributiva no financiamento das pensões. "Afinal, contribuir para quê?", dirão os mais afoitos e atentos. Este é mais um resultado de uma política de receitas "custe o que custar" e não de uma política fiscal com pés e cabeça.Um abuso de poder sobre pessoas quase tratadas como párias e que, na sua larga maioria, já não têm qualquer possibilidade de reverter a situação. Uma vergonha imprópria de um Estado de Direito. Um grosseiro conjunto de inconstitucionalidades que pode e deve ser endereçado ao Tribunal Constitucional. Com a antecipação em "cima da hora" da passagem da idade de aposentação dos 64 para os 65 anos na função pública já em 2013(até agora prevista para 2014), o Governo evidencia uma enorme falta de respeito pela vida das pessoas.Basta imaginar alguém que completa 64 anos em Janeiro do próximo ano e que preparou a sua vida pessoal e familiar para se aposentar nessa altura. No dia 31 de Dezembro, o Estado, através do OE, vai dizer-lhe que, afinal, não pode aposentar-se.Ou melhor, em alguns casos até poderá fazê-lo, só que com penalização, que é, de facto, o que cinicamente se pretende com a alteração da lei. Uma esperteza que fica mal a um Governo que se quer dar ao respeito. Noutro ponto, não posso deixar de relevar uma anedota fiscal para 2013: uma larga maioria das famílias da classe média tornadas fiscalmente ricas pelos novos escalões do IRS não poderá deduzir um cêntimo que seja de despesas com saúde (que não escolhem, evidentemente).Mas, por estimada consideração fiscal,poderão deduzir uns míseros euros pelo IVA relativo à saúde dos seus automóveis ,pagos às oficinas e à saúde capilar nos cabeleireiros. É comovente...

sábado, 8 de junho de 2013

'Rezai por Portugal!...

      

A revista norte-americana "The Atlantic" publica, na sua edição electrónica, o artigo "O mistério de Portugal estar tão condenado", no qual argumenta que existe demasiada corrupção e regulação que leva a que as PME não queiram crescer.
O artigo, assinado por um dos directores da revista cultural e literária, Matthew O'Brien, e que está na página inicial da publicação, começa com uma fotografia de um mural em Portugal onde se lê, em letras grandes, 'Pray for Portugal' ('Rezai por Portugal'), com uma criança a rezar 'Livrai-nos Senhor destes porcos corruptos que assolam Portugal', e diz que, ao passo que a Grécia teve uma bolha governamental e que a Espanha e a Irlanda tiveram bolhas imobiliárias, Portugal, sem bolhas, teve "uma das mais calmas catástrofes da memória económica".
Citando estudos que mostram que Portugal, entre 2000 e 2012, cresceu "per capita" menos do que os Estados Unidos durante a Grande Depressão dos anos 30 ou que o Japão durante a sua "década perdida", o artigo faz ligações para várias outras páginas de jornais como o Financial Times ou o Wall Street Journal para ir sustentando a sua opinião, por exemplo no que se refere à evolução de Portugal nos primeiros anos da democracia ou aos dados económicos que mostram a fraca performance da economia portuguesa na última década.
Relembrando erros de política económica e mostrando gráficos sobre a evolução de indicadores como o crescimento comparado de Portugal, Estados Unidos e Japão, o artigo argumenta que aquilo que separa Portugal de outros países em dificuldades é a cultura das pequenas empresas: "A maioria dos países do sul da Europa, Portugal incluído, sofre de demasiada corrupção e regulação".
As empresas, argumenta a revista fundada em 1857, "escolhem [em itálico] permanecer pequenas porque faz sentido lidar apenas com pessoas em quem se confia pessoalmente quando não se pode confiar no poder da autoridade livre de retaliações. As empresas podem [em itálico] ficar pequenas porque as leis tornam difícil crescer e atingir economias de escala. É um pesadelo de 'mom-and-pop' de fraca produtividade", diz a revista, numa referência a uma expressão que se refere a pequenas empresas de raiz familiar, sem grandes ambições empresariais e com forte implantação local.
No texto, defende-se que a situação piorou desde 2008 devido não só ao enorme peso das Pequenas e Médias Empresas (PME) na economia portuguesa, mas também porque elas estão a desaparecer, não apenas porque "a austeridade esmagou os seus clientes", mas igualmente porque enfrentam sérias dificuldades de acesso ao crédito.
Retomando a linha de pensamento norte-americana que defende que a Europa está a exagerar na austeridade como a receita para sair da crise, a revista diz que é claro que "Portugal tem de resolver os seus problemas estruturais" e argumenta que "deve ser mais fácil despedir quem trabalha mal, criar e expandir um negócio, e garantir o cumprimento dos contratos".
A Europa, sublinha, "deve parar de insistir no castigo [da austeridade] como o caminho para a prosperidade".
Se não o fizer, sentencia a Atlantic no parágrafo final do texto, "então a ideia de uma saída do euro deixará de ser apenas o tópico de um popular livro português", referindo-se ao último livro do economista João Ferreira do Amaral. Poderá ser a plataforma de um partido popular português, conclui.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Um cigano como professor em cada escola..é a solução

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino (sem querer apontar dedos) é dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida. É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores. Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares. O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não. A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento. O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas. Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão. Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo. Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano. Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha proposta. Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança. Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem , claramente não está preparada para a Vida!... 

 Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão

A dignidade perante o inimigo, mesmo em guerra!

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO PILOTO DE UM CAÇA ALEMÃO QUE POUPOU O B-17 G E TODA A SUA TRIPULAÇÃO



Charlie Brown era piloto americano de um B-17G do 379º Grupo de Bombardeiros, sediado em Kimbolton na Inglaterra.  Seu B-17 era o "Ye Old Pub" e estava seriamente danificado, atingido pelas balas dos caças inimigos e pela artilharia antiaérea.
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Com a bússola arruinada, ele voava perdido e cada vez mais para dentro da Alemanha, ao invés de estar com rumo para sua base inglesa. Após sobrevoar um aeródromo alemão, um caça Messerschmitt Me-109G foi enviado para abater o B-17.
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Nunca vi um avião naquele estado. A seção traseira, leme e profundores muito avariados, artilheiros feridos, a proa do quadrimotor danificada e furos por toda fuselagem
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Embora tivesse o caça armado e carregado, Franz emparelhou seu Me-109 com o B-17 e olhou para o comandante Charlie Brown e este estava apavorado e lutando com os controles para manter o bombardeiro voando e ainda estava sangrando.  Ciente da desorientação do piloto, Franz acenou que eles girassem 180 graus, escoltando o avião em um rumo seguro para a Inglaterra. Então Charlie Brown saudou e voltou para sua base.
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O avião inglês todo estilhaçado,escoltado pelo piloto alemão!



Ao pousar, Franz informou ao comando que abateu o bombardeiro sobre o mar. No "debriefing", Charlie Brown e sua tripulação informaram o ocorrido, mas foram instruídos para não falar sobre o episódio com ninguém até então.
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Depois de 40 anos, Charlie partiu em busca daquele piloto alemão que o salvou. Depois deste longo tempo de pesquisa, ele encontrou Franz. Ele nunca citou o fato, nem nas reuniões do pós-guerra.  Ambos se encontraram nos EUA numa reunião de veteranos do 379º Grupo de Bombardeiros, com a equipe que ainda estava viva porque Franz não disparou suas armas.
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O encontro nos EUA,  com Franz Steigler à esquerda e Charlie Brown à direita

Não tive coragem de acabar com a vida daqueles homens que lutavam para viver. Voei ao lado deles por um longo tempo. Eles davam tudo de si para chegar são e salvos à sua base, e eu não ia impedi-los de viver. Simplesmente não podia atirar em um inimigo indefeso. Seria o mesmo se eu estivesse num pára-quedas."
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Curiosamente, ambos os pilotos morreram em 2008.


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terça-feira, 4 de junho de 2013

A culpa da crise é dos funcionários públicos, mas quais funcionários públicos?

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos!!!!Funcionário público , Vítor Constâncio que não viu, ou não quis ver o buraco do BPN;

Sim, a culpa da crise é do funcionário público Teixeira dos Santos que não viu, ou não quis ver o buraco da Madeira;

Sim, a culpa da crise é do funcionário público Alberto João Jardim que criou "às escondidas para os do continente não cortarem nas tranches" um buraco de seis mil milhões de euros.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da
República
que auferiram só em ajudas de custo no ano de 2010 a módica quantia de três milhões de euros, fora os salários e demais benefícios.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que gerem, continuamente, em prejuízo as empresas públicas como a Metro do Porto, CP, ANACOM, REFER,REN, CARRIS, EDP, PT, Estradas de Portugal, Águas de Portugal,... a lista é interminável, mas não abdicam das viaturas topo de gama, telemóveis, talões.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais que ganham por cada reunião assistida.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos da Assembleia da Republica, com
as suas subvenções vitalícias por meros 6 anos de "serviço". Reformados alguns com apenas 40 anos de idade! Quantos são desde 1974? Enfim, a lista é interminável.

Sim, a culpa da crise é dos
 funcionários públicos que presidem fundações 
como a Guimarães 2012 com salários imorais, na ordem dos milhares de euros.
Quantas são? Enfim, a lista é interminável;



Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicam pareceres jurídicos a empresas de advogados, quando podiam solicitar o mesmo serviço às Universidades, pagando dez vezes menos, ajudando dez vezes mais as finanças das mesmas.

Sim, a culpa da crise é dos funcionários públicos que adjudicaram obras permitindo as famosas "derrapagens financeiras". E quem paga? É o Estado! Que somos nós.


Sim, a culpa da crise é desses funcionários públicos, e não dos funcionários públicos que trabalham arduamente para alimentar estes pulhas!!!!!!!!!!
C. Couto, funcionário público,

O pagador de impostos.

sábado, 1 de junho de 2013

Os cem escudos de ontem e os 50 cêntimos de hoje!

A nota de 100 Escudos

Os mais novos não entendem e até duvidam, todavia, é (foi) um facto indesmentível! Resta acrescentar, de que os 100$00 Escudos, correspondem, aos 50 Cêntimos de hoje.

A velha nota de 100$00
Lembra-se da velhinha nota de 100$00?
Então recorda o que podia fazer com ela há 40 Anos ...
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Comíamos um frango de churrasco no Bom Jardim -20$00
Víamos uma matinée no Cinema S. Jorge (Música no Coração)  -    10$00
Bebíamos 2 ginginhas no Rossio - 3$00
Comíamos 2 sandes de presunto no Solar dos Presuntos -       6$00
Jantar no Parque Mayer (Sardinhas Assadas) -17$50
Assistíamos a uma Revista à Portuguesa no Parque -16$00
Telefone para dizer que tínhamos perdido o último barco -         1$00
Dormir numa pensão com pequeno-almoço incluído -5$00
O resto da nota dava para ir de carro eléctrico-1$50
TOTAL =100$00

Hoje ... 100$00 são :€ 0,50 e dá para uma bica , ou dar uma simpática gorjeta!
Os tempos são outros, diferentes realidades, e o valor do dinheiro também ...