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terça-feira, 12 de agosto de 2014

SE ROUBAS UM PÃO ÉS UM LADRÃO, ROUBAS UM MILHÃO ÉS UM BARÃO"

                                 Imagem retirada daqui

Talvez seja apenas um mito e Mayer Amschel Rothschild não tenha mesmo dito aquela frase no século XIX: "Dêem-me o controlo do dinheiro de uma nação e pouco me importarei com quem faz as suas leis." Ficou a frase infame e a família famosa, os Rothschild, que já não são os banqueiros mais importantes da Europa mas cuja descendência prevalece.

                                                                                    A família Espírito Santo e o que conseguiu (com trabalho?) em Portugal e não só!......






Herdade da Comporta
(Onde, candidamente, iam brincar aos pobrezinhos) com uma área de 12,5 mil hectares (área cultivada de arroz, 1 100 hectares e produz também: vinho, milho, batata-doce e crogetes). A parte florestal tem uma área de 7 100 hectares de pinheiros e carvalhos. Existe um projecto imobiliário e turístico.
Industria hoteleira
Possui 14 unidades hoteleiras (Tivoli, Hotels & Resorts), todos de 4 e 5 estrelas. No Brasil 2 unidades ( S.Paulo e Praia do Forte em S.Salvador da Baía). Em Portugal 12 unidades (6 no Algarve, 3 em Lisboa, 2 em Sintra e um em Coimbra). Tem uma oferta total de 3000 quartos.
Operador Turístico
Tem mais de 50 balcões espalhados pelo País. A actividade alarga-se até Angola, Itália e Espanha. Opera com as marcas Top Atlântico, Carlson Wagonlit e BCD Travel. Detém a operadora online Netviagens.
Portucale
Proprietários da herdade Vargem Fresca (Ribatejo) com cerca de 510 hectares, alberga dois campos de golfe, Ribagolfe I e II. A Portucale esteve envolvida num escândalo em conjunto com o governo Santana Lopes/Durão Barroso/Paulo Portas, acerca de um abate ilegal de sobreiros, autorizado às pressas e após terem perdido as eleições para o PS. Conta-se, que na altura o CDS teria recebido um milhão de euros e justificado ter sido oferecido por diversos donativos de militantes, entre eles, o muito glosado MANUEL LEITE DO REGO.
Esta Propriedade foi destacada da Companhia das Lezírias (do Estado), com o argumento/justificação de que iriam ali plantar novas espécies arbóreas!!! Éra bom, conveniente, que alguém fizesse uma investigação sobre a forma como esta propriedade foi transacionada. Como foi retirada ao Estado, a que preço!
Espírito Santo Saúde
O grupo tem cerca de 18 unidades clínicas, 1200 camas e cerca de 9000 funcionários. Os três principais hospitais são o da Luz, em Lisboa, o da Arrábida, em Vila Nova de Gaia e o Beatriz Ângelo, em Loures.
Fazendas no Brasil
O Grupo Espírito Santo tem duas grandes fazendas no interior do Brasil. Uma no Estado de S. Paulo com 12 mil hectares, mais propriamente em Botucatu, chamada Fazenda Morrinhos. Produz, laranjas, limões, eucalipto e cana de açúcar.
A outra, é a Fazenda Pantanal de Cima, no estado de Tocatins, com uma área de 20 000 hectares, 3 mil dos quais asseguram produção de arroz no verão e de soja no inverno.
Herdade no Paraguai
É a maior herdade do Grupo, Estende-se por cerca de 135 mil hectares, no Paraguai. Este terreno tem uma dimensão equivalente à do quinto maior concelho do País (Uma área onde caberiam 16 Lisboas) Alberga mais de 53 mil cabeças de gado e possui 75 mil hectares de pastagens, 12 mil hectares de floresta e 5 mil de cultivo agrícola, nomeadamente de soja e algodão.
Atlantic Meals - Agroalimentar
Produz arroz, milho e alimento para crianças, como as farinhas sem glúten. Tem três unidades industriais em Portugal (Coruche, Biscainho e Alcácer do Sal) e uma outra em Sevilha. Opera com as marcas Ceifeira, Sorraia, Atlantic e Atlantic Le Chef. A Atlantic Meals é fornecedora das indústrias cervejeira e agroalimentar. Tem uma capacidade de secagem de arroz e milho de 50 mil ton. ano.
Espírito Santo Property Brasil
É a empresa imobiliária do grupo no Brasil associada à OA (Oscar Americano), com vários projectos residenciais, de comércio, parques logísticos, escritórios e loteamento. As actividades principais são em S. Paulo, onde desenvolve projectos imobiliários emblemáticos, como o complexo Villa Lobos, com área comercial e residencial, ou a Alameda dos Pinheiros. Tem expandido a actividade a outros estados brasileiros, como é o caso da Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Baía. Já concretizou empreendimentos fora do Brasil, como é o caso do edifício Plaza Miami, no centro desta cidade norte americana, um prédio com uma área total de 120 mil metros quadrados com área residencial, escritórios e hotel.
Espírito Santo Property (Portugal)
É um dos maiores promotores imobiliários de Portugal. Vocacionado para o segmento alto, a empresa foi criada com o nome Espart, designação que acabou por ser alterada em Novembro do ano transacto. Um dos primeiros grandes trabalhos foi o desenvolvimento da Quinta do Patiño, no Estoril (onde está o Dias Loureiro e o Rendeiro), transformando um antigo palácio e respectivos jardins numa das áreas mais exclusivas de Portugal. Conta além disso, no seu portfólio, com edifícios em Lisboa, com o n.º 15 da Rua Castilho e o 238 da Avª. da Liberdade, o Ivens 31, no Chiado e o Parque dos Príncipes, em Telheiras. E tem as residências do Palácio Estoril, a Quinta do Peru, em Azeitão, as Casas de São Francisco, em Santiago de Cacém, o Oeiras Golf & Residence, o Douro Atlantic Garden, em Gaia e as Quintas D'Al-Gariya, em Portimão, entre outros edifícios.
Companhia de Seguros Tranquilidade
Valor de activos sob gestão 800 (oitocentos) milhões de Euros.
Banco Espírito Santo
A GALINHA DOS OVOS DE OURO.
Não consta neste rol, as "poupanças estratégicas" eventualmente acantonadas em offshore´s (do BES/Angola, não se sabe onde param, cerca 5,7 mil milhões de $USA).
Sabe-se é que:
O BES/Portugal, emprestou 3 mil milhões de € ao BES/Angola, os quais, dizem, estão perdidos.
O BES emprestou ao Grupo Espirito Santo 1 200 milhões de €. Com insolvência deste grupo, a liquidação desta verba é um sonho.
A Caixa Geral de Depósitos, desembolsou 300 milhões de €, recebendo como garantia as acções do grupo, nesta altura do campeonato valem um grandíssimo ZERO. A C.G.D. (empresa pública), empresta 300 milhões de €? E quem será o responsável? Logicamente a ministra das finanças. Estão todos calados que nem ratos...
No cômputo geral, a exposição de empresas portuguesas no Espírito Santos Financial Group (maior accionista do BES), é de cerca 5 000 milhões de € (cinco mil milhões de €).
Ao ser aceite o pedido de protecção de credores e/ou em alternativa ser declarada a insolvência deste grupo, lá vem mais um "tsunami" financeiro (Quando o mar bate na rocha quem se lixa, quem é?, quem é?: Obviamente o mexilhão).
Há quem aconselhe  a que tenham  fé, e que coloquem uma velinha aos pés da N. S. de Fátima e que rezassem muito e com toda a veemência, a fim de não ser outra vez o "mexilhão" a pagar estes desmandos. Hoje, não peço que ponham uma velinha mas sim uma palete delas e não rezem, acampem na igreja e, se possível, peçam acompanhamento pelo Duarte Lima.
A desgraça deste país é o sistema bancário e tudo o que  o rodeia. Não foi esta oligarquia, com o conforto do sr. governador do Banco de Portugal e do residente de Belém os incentivadores da chamada do FMI? Com que objectivo? O objectivo era a salvação das suas casas bancárias, as maiores causadores da dívida soberana, hoje sobejamente sabido, ser ela mais privada do que pública em detrimento do povo português, vilmente sacrificado, para satisfação da ambição destes malandros.
Enoja ver, ler e ouvir os mais diversos gurus do regime, tentar minimizar os desmandos desta "trupe". No entanto, o excremento é tanto, que a carpete da "sopeira", já não tem capacidade para acolher tanto lixo e este, já incontornavelmente, é exposto à saciedade.
Onde estarão as críticas do Marcelo Rebelo de Sousa (cardeal Richelieu) e de Sousa Tavares? O primeiro tem como companheira, à longuíssimos anos, Rita Berta Cabral, administradora não executiva do BES e um dos três membros da Comissão de Vencimentos do BES, entre 2008/2012. Assíduo acompanhante de Ricardo Salgado nas férias no Mediterrâneo. Os netos do segundo (Sousa Tavares), são os mesmos netos do sr. Ricardo Salgado.
Em súmula, que tem o sr. Cavaco Silva e o Governo a comentar sobre estas turbulências? Terão o moral suficiente para tomar decisões adequadas e criticar o seu aliado mais forte no derrube do governo anterior? Já começa a ser trágico (para o povo português) o constante envolvimento destas entidades com esta pirataria bancária. E o que constrange mais, desde o mais brilhante quadro até ao mais humilde servente? O saber-se que esta gente vai usufruir de chorudas pensões de reforma e passam incólumes perante esta (in)justiça portuguesa.
Por fim, descobriu-se um novo super-homem, Vítor Bento. Este sr. foi convidado para presidir à administração do BES (antes tinha sido convidado para ministro das finanças. Declinou (sempre é melhor ser banqueiro que ministro) e assim avançou outro super-homem Vítor Gaspar (...afinal havia outro..."Vítor" ... como diz uma famosa canção), o que me leva a acreditar que o Vítor (Gaspar), não era tão super como os "gurus do regime" nos quiseram vender e este (Bento) será? “E tudo o Bento levou”!!!
Desconfio e muito. Para já, o sr. Vítor Bento (protegido do Catroga) não tem qualquer experiência bancária. Teremos que acreditar na sua perspicácia e inteligência e apesar de lhe conceder o benefício da dúvida nestes requisitos, não acredito nele. E porquê? Quando este indivíduo afirma e reafirma que a actual situação económica/financeira tem por culpado primário o POVO PORTUGUÊS, por ter VIVIDO ACIMA DAS SUAS POSSIBILIDADES, vai agora presidir a uma entidade, testemunho vivo, contrário à sua pseudo-teoria.
Por fim, constata-se o aumento da dívida em 40%, desde a chegada da troika. A intervenção do Estado em 3 bancos (BCP, BANIF e BPI.) BPN E BPP são casos de polícia e agora o estrondo do BES a somar às chorudas reformas dos ex-presidentes banqueiros, autores, no mínimo, de gestão danosa, com direito a prisão. E os "gurus do regime" não comentam nada? Ou será que comem todos na mesma gamela doirada?
O povo no alto da sua sabedoria: "ROUBAS UM PÃO ÉS UM LADRÃO, ROUBAS UM MILHÃO ÉS UM BARÃO"

Texto enviado por Email, do qual estou em quase tudo de acordo.

Com algumas alterações imagem e video!

Dê uma olhadela por estes links :

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/os-ricos-portugueses

http://expresso.sapo.pt/a-queda-de-um-santo-por-pedro-santos-guerreiro=f882869




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Para...Moçambique... África Oriental (Portuguesa)
















A viagem


A viagem para África começava muito antes do embarque. O processo que levava um jovem até Angola, Guiné ou Moçambique iniciava-se habitualmente logo após o final da instrução da especialidade. Para um atirador, e tanto fazia sê-lo de Infantaria, Cavalaria ou Artilharia, após ser dado como pronto vinha a ordem de mobilização. O caso mais vulgar e típico era o de o militar pertencer a uma companhia e esta a um batalhão. A ordem de mobilização originava a guia de marcha para a unidade mobilizadora. Aí se juntavam os militares vindos dos vários centros de instrução, os graduados e os comandantes. A companhia e o batalhão já tinham um número de código atribuído e, aos poucos, surgiam os especialistas diversos, os condutores, transmissões, enfermeiros e cozinheiros, de modo a que se preenchesse o quadro orgânico respectivo. Enquanto se formava a unidade, realizavam-se os exercícios de instrução - I A O, a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional -, com os conselhos sobre o que fazer em África para sobreviver. Recebiam-se as vacinas, o camuflado e, por fim, a unidade estava pronta. Chegava a ordem de embarque e então o contingente formava na parada do quartel. Nos primeiros tempos, o capelão rezava uma missa campal, que depois caiu em desuso; o comandante da unidade mobilizadora, um coronel, proferia umas palavras alusivas à missão e entregava o guião ao comandante do batalhão mobilizado, um tenente-coronel, ou então da companhia, um capitão; as tropas desfilavam ao som da música, era concedida a licença de dez dias antes de embarque e pagas as ajudas de custo. Neste momento, o militar era um mobilizado, ia a casa, despedia-se da família, fazia umas asneiras por conta, arranjava umas correspondentes para lhe escreverem, ou umas madrinhas de guerra, e voltava à unidade mobilizadora para daí iniciar verdadeiramente a viagem. Neste regresso faltavam uns quantos camaradas, que tinham decidido dar o salto para o estrangeiro ou baixado ao hospital com uma doença mesmo a calhar, mas os que restavam formavam de novo na parada do quartel, com as malas, e embarcavam nas viaturas militares para a estação de caminho de ferro mais próxima. Na estação, quase sempre de noite, o contingente embarcava num comboio especial em direcção a Lisboa, ao Cais da Rocha ou ao de Alcântara. O navio que os iria levar estava atracado e as famílias apinhavam-se nas varandas da gare marítima com lenços de acenar, cartazes com o nome do militar, para chamar a atenção, e lágrimas da despedida. A tropa, vinda de vários pontos em quantidade suficiente para encher o navio, desfilava de novo, agora em continência perante um alto representante militar, com as senhoras do Movimento Nacional Feminino e da Cruz Vermelha a distribuírem lembranças e mais folhetos sobre o território de destino. Chegava o momento do embarque. Subiam-se as escadas e arrumava-se a bagagem junto ao beliche armado nos porões, transformados em casernas. Depois, voltava-se ao convés, lutava-se por um lugar na amurada ou trepava-se aos mastros, para os últimos acenos. Por volta do meio-dia, o navio recolhia as escadas e os cabos, a sirene apitava e, durante alguns anos, a instalação sonora tocava a marcha intitulada "Angola é Nossa", independentemente do destino - um ritual abandonado nos anos mais próximos do fim da guerra. O navio afastava-se lentamente, virava a proa à foz do Tejo, passava por baixo da ponte e deslizava diante da Torre de Belém. A fome já apertava e eram dadas instruções para a primeira refeição a bordo. Os oficiais seguiam para a primeira classe, os sargentos para a segunda e os praças para a terceira. Nos navios mais modernos as refeições eram servidas nos refeitórios de fraca qualidade.Valia nessas ocasiões o enjoo da maioria, que os tornava menos exigentes na qualidade e quantidade da alimentação. A meio da viagem realizavam-se, exercícios de salvamento a bordo, e todo o contingente enfiava o colete salva-vidas e cada um apresentava-se junto à baleeira que lhe estava destinada em caso de naufrágio. Tiravam-se umas fotografias e estava passada mais uma tarde. Os dias de calma eram gastos a jogar às cartas e a receber alguma instrução sobre o destino, em que ninguém, verdadeiramente, queria pensar. A passagem do Equador fornecia o pretexto para uma cerimónia da praxe e, entretanto, aproximava-se a chegada, que, quase sempre de manhã, era o tempo da curiosidade de África, o tempo de refazer as malas e do desembarque. Nova formatura, agora ao calor, um desfile e um discurso. Depois, a partida para um campo militar, o Grafanil, em Luanda, o Cumeré, em Bissau. Aqueles para quem Moçambique era o destino, prosseguiam viagem de Lourenço Marques para norte, até à Beira, Nacala ou Porto Amélia. A partir daqui, seguiam-se os dois anos da comissão ou mais, como foi o nosso caso..... no Batalhão 1891 calhou à Companhia 1558.Quando esperávamos o embarque de regresso à Metrópole voltámos novamente ao Niassa a fazer operações na zona de Nova Viseu. No dia em que fizemos a ultima operação na zona de Nova Viseu (fazia-mos 27 meses de comissão)!...

Alguns trechos retirados da Internet...compilados por: mim


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Isto só pode ser: A reedição do oásis




A reedição do oásis

Passos Coelho tinha dito que o Estado não seria obrigado a salvar o BES. Que não haveria dinheiro dos contribuintes lá metido, que seriam os privados a arcar com os prejuízos. Concluí, ingenuamente, que seriam os "capitalistas" a resolver o problema. Mas o que se vê, ao contrário do que foi afirmado e da mensagem que o governador Carlos Costa quis passar, é que estamos perante uma nacionalização encapotada do BES. Ainda que temporária será paga com o dinheiro que não saiu do bolso dos seus accionistas, que não saiu do bolso dos privados e cujos custos serão pagos, uma vez mais, pouco ou muito, com juros ou sem juros, por todos.
Já sei que muitos dirão que o dinheiro do Fundo de Resolução não é dos contribuintes - a CGD já foi privatizada? -, que o que não vem de lá veio da troika, e outras falácias de igual quilate que servirão para enganar o povinho enquanto o primeiro-ministro vai a banhos no Algarve, o Presidente da República - que sabe sempre tudo e avisa sobre tudo e mais alguma coisa a tempo e horas e nunca fala quando deve falar -, está mudo e calado, e a ministra das Finanças desapareceu em combate.
Os incómodos ficarão para o Banco de Portugal - este também ainda é público, penso eu - e o seu actual governador. Afinal o mesmo que desde Setembro de 2013, apesar de já ter ideia do que se passava, acreditou durante quase um ano que aquela corja que permitiu que se andasse a gozar com o dinheiro que os depositantes lhe confiaram se podia manter em funções, situação que só terminou in extremis há bem pouco tempo. E foi preciso para tal ver os esqueletos começarem a fugir dos armários onde se iam desconjuntando, ao mesmo tempo que se estatelavam desamparados à nossa frente assim que a porta se entreabria. De repente, eram tarsos e metatarsos para um lado, fémures caindo por outro, rótulas e tíbias deslizando soalho fora. Só então o Banco de Portugal se apercebeu que aquele ia ser mais um buraco sem fundo.
O BES, que respirava saúde, a tal instituição financeira sólida de que o primeiro-ministro e o Presidente da República falavam, liderado por e ligado a gente que abominava o Estado e a intervenção deste na economia, enquanto engordavam engravatados porquinhos cor-de-rosa que aproveitavam todas as oportunidades para se queixarem da falta de liberalização da economia e viam qualquer intervenção do poder político na sua coutada como uma ofensa de lesa-pátria, acabam a ter de ser salvos, ao soar do gongo, por esse mesmo Estado.
Todos esses quadros muitíssimo competentes que passaram por algumas das, agora sinistras, organizações desse universo de que o BES fazia parte e que estão a contas com a justiça (sujeitando-se à intervenção pública dentro e fora de portas, como é normal entre arautos do neoliberalismo de pacotilha), entretanto alcandorados ao exercício desses lugares de serviço público onde se "perde dinheiro", de repente desapareceram todos. Evaporaram-se. Não há agora um desses merceeiros ricos, dos que convivia com os senhores do BES e da Goldman Sachs e se passeavam por Nova Iorque, que apareça para dar cara pelos amigos ou, pelo menos, para vociferar na televisão pública contra esta intervenção. Não há um que se chegue à frente e diga ao Banco de Portugal para ficar quieto porque já reuniram, entre eles evidentemente, os fundos necessários para acudirem à situação e safarem os seus depositantes. A matilha desapareceu. E quando um ou outro é apanhado numa esquina e lhe põem um microfone junto às beiças já não vociferam. Deixaram de falar mal do Estado e limitam-se a lamentar a sorte dos compinchas. Dos tesos ricos.
Esta é a incontornável verdade que a muitos dói, em especial a todos aqueles que sempre acharam excessivo o que o Estado gastava com a saúde e com a escola dos portugueses. Os que queriam tudo privatizado, até um bem tão essencial como a água, ao mesmo tempo que escondiam milhões na Suíça e em paraísos fiscais de além-mar aproveitando para promoverem a construção de hospitais privados e apoiarem as iniciativas das escolas privadas que os ajudariam a progredir ainda mais nos negócios, contando que o Estado lhes financiasse o negócio para atenderem os seus próprios contribuintes.
Sim, porque em causa nunca esteve qualquer reforma do Estado, qualquer melhoria das qualidade dos serviços que este prestasse, a procura de uma relação equilibrada entre o custo e o benefício para uma maior eficiência. Em causa esteve sempre, esse foi o objectivo desde a primeira hora, o desmantelamento do Estado para benefício de meia dúzia de figurões que sempre dependeram da teta do Estado, das PPP's e de mais umas quantas aberrações que inventaram para prosperarem com dinheiros públicos nos seus negócios privados, se necessário fosse abusando da confiança de terceiros, colocando a máquina do Estado ao serviço dos seus interesses particulares. É para isso que na sua perspectiva serve o Estado.
E eu, que não sou, nem nunca fui, apologista da presença do Estado em áreas onde não deva estar e que admito a sua presença nalguns sectores em sã concorrência e sem favores com os privados, vejo o El Pais escrever que "aunque el Banco de Portugal no pronuncie la palabra, es una nacionalización en toda regla".
De igual modo, o USA Today diz que é Portugal, leia-se o Estado, quem saiu em auxílio do BES e que "the Bank of Portugal was spurred to action after it realized that using public funds seemed to be the most viable solution". O New York Times, que deve ser uma espécie de Acção Socialista do camarada Obama, esclarece que "the Portuguese government will provide most of the money for the rescue in the form of a loan", e o Estado de Minas, via France Press, esclarece os seus leitores que "4,4 bilhões serão retirados do envelope de 12 bilhões destinado à recapitalização dos bancos no âmbito do plano de resgate de Portugal". E a insuspeita Bloomberg escreve que "Banco Espirito Santo has been forced to take public money after regulators uncovered potential losses on loans to other companies tied to Portugal’s Espirito Santo family and ordered the lender to raise capital". Até o Figaro escreve que "Le gouvernement a, semble-t-il, hésité à puiser dans l'enveloppe de 12 milliards d'euros réservée aux banques dans le cadre du plan de sauvetage du Portugal. Mais aujourd'hui, avec les 6,4 milliards d'euros qui lui restent à disposition, il était le seul à pouvoir renflouer l'établissement dans les plus brefs délais".
Perante isto, com a imagem externa que esta operação tem, bem podem dizer aos portugueses que a solução encontrada não é uma nacionalização. Por mim até lhe podem chamar Euromilhões. Ou Ajuda de Berço. Ou Banco Alimentar. Ninguém acreditará. Nem mesmo a chanceler Merkel, a tal que disse acreditar no PEC IV. Lá fora ninguém acreditará numa só palavra do que digam sem ver as contas finais.

E quanto aos portugueses, estão tão fartos de aldrabões que até quando aparece alguém sério desconfiam. Eu também.

Fonte: Enviado por  Email.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

E Alvalade a concelho... ou em alternativa mudar para Aljustrel!


           

Reconheço que no actual estado em que se encontra a vila de Alvalade, a primeira pretensão não tem pés para andar, mas se o tivermos sempre, como objectivo em cada um de nós, terá no futuro efeitos positivos no modo como a Autarquia Concelhia , passará a olhar os Alvaladenses.
Quem vai aqui de Alvalade, a Santiago do Cacem, para tratar de qualquer assunto, em qualquer estabelecimento publico, leva sempre a ideia de que vai encontrar alguém que nos atende com vontade de nos dificultar a vida. Felizmente nos últimos anos a coisa tem mudado para melhor, mas longe dos padrões a que todos os que estão nos serviços públicos a atender os contribuintes, deveriam estar.
Uma boa parte dos Alvaladenses, tudo o que pode tratar (I R S, Bilhete de identidade, selo do carro etc, etc,) vai ao concelho de Aljustrel. Fica a 21 kms de distancia, a estrada é mais direita e o atendimento vip. Se Alvalade passasse para o concelho de Aljustrel, passaria a ser a freguesia, a seguir à sede do concelho com maior peso eleitoral e na percentagem contributiva para o P I B Nacional. Isto tinha de certeza retornos positivos para a nossa terra. Para Aljustrel seria positivo a entrada de Alvalade para este concelho. Alvalade tem no futuro todas as condições para ser um pólo de desenvolvimento quer agrícola ou industrial. É servida por boas vias de transporte, o IC1, Caminhos de Ferro, para o norte e para o sul do País e perto da A1. Tem abundância de agua no subsolo, regadio e dois rios, que coisa rara no Alentejo correm todo o ano.
Santiago do Cacem vai ter no futuro sérias dificuldades para manter agregado ao concelho duas localidades, Santo André e Alvalade. Santo André penso, ao contrário do que muitos dizem ..nunca passará a concelho, será anexado ao concelho de Sines. É ali que está o maior pólo industrial e magneto de atracção. Sines é e continuará a ser o concelho, com maior desenvolvimento industrial no sul do País, ao contrário Santiago está condenado a ser um dormitório, onde à noite as pessoas terão como paisagem o castelo iluminado, mas de aspecto fúnebre, devido à imagem que se tem, do seu interior.
Quando escrevi isto não tive como intenção atacar ou considerar que os actuais ou todos os que estiveram à frente da Câmara de Santiago nestes 40 anos de Democracia fossem piores que outros de outra cor politica. Por mim penso que se algo tem enaltecido o Partido Comunista têm sido as pessoas que estão ou estiveram à frente das Autarquias desta força politica. Mas que me me perdoem ..Alvalade fica demasiado longe de Santiago…….e a imagem que se herdou de Santiago dos nossos avós foi esta: ….

Santiago de Cães Cem!.....