------------------------------------------------------------- ALVALADE-SADO!-------------------------------------------------------Blogue de informação geral sobre o mundo e o País que é Portugal

segunda-feira, 28 de julho de 2014

E por favor desliguem os telemóveis!...





Não é estranho que os sites de maior audiência actual, em todo o mundo , sejam as tais redes sociais?

Isso apenas nos mostra que queremos interagir, muito, queremos interagir mais e com um maior número de pessoas.

Ao mesmo tempo, nessa ligação com as  com as pessoas é cada vez menor!

Num fim de semana em  fim de tarde.

Estou no bar com alguns  amigos. Sentam-nos na mesa animados depois de mais uma semana que chegou ao final. Alguns,  estão com o telemóvel nas mãos, enquanto converso com os outros, tentando decidir que bebida vamos pedir.

Pedimos, enquanto os outros dois concordam levemente com um movimento de cabeça, quase imperceptível. O empregado anota,  sai e os outros se juntam àqueles que parecem ter coisas a serem verificadas em seus aparelhos. Eu até comento sobre o que está ocorrendo e eles riem sem tirar os olhos da do aparelho.

Olho o bar se enchendo de pessoas, e fico numa tal situação, que me sinto tentada a pegar o telemóvel. O Samsung está desligado, e não há notificações para mim. Melhor assim.

O empregado traz os copos, e a cerveja,  serve. Assisto um a um, a ver um sair de sua pequena bolha tecnológica, para ver o líquido dourado preencher seu respectivo copo. Nos olhamos e brindamos alegres. Os telefones descansam serenos em cima da mesa.

Agora estamos todos,de copo na mão, celebrando o momento. 

Bebo e quando termino o primeiro gole, três estão de volta aos seus telemóveis e um meio silêncio ronda a mesa.

Falta assunto.pelo menos ao vivo, enquanto online, a coisa continua a rolar.

Meu telemóvel  não se mexe, não acende, não pisca. Meu Samsung continua desligado e eu continuo sem assunto.

Copos depois,  piadas maldosas, sobre o uso do aparelho e umas batatas  fritas , estou de volta com as pessoas que queriam beber comigo.

Agora sim falamos, conversamos, olhando uns nos olhos, dos outros. Estamos ligados.

Precisamos nos “embebedar  para viver a vida real?

Tento ignorar, agora bem mais a vontade, o facto de um ou outro “sair” da conversa, para olhar  o telemóvel enquanto estamos juntos. É a vida!

Se você nunca passou por isso nos últimos anos, você não vive neste planeta.

Pelo menos  onde  tenha Internet.

É cada vez mais normal que as pessoas fiquem conectadas e tão alheias ao que acontece a sua volta?

Mas a, eu decidi escrever sobre isso. Afinal, eu sou dessas que acredita que as pessoas precisam voltar a  falar, olhar nos olhos  Mas  a realidade não é bem assim.

Estou no computador, com auscultadores  no ouvido, que me preenchem com a música que eu gosto de ouvir, meu telemóvel está ao lado, e paro para ver  minhas últimas mensagens, quase perco o raciocínio com uma notificação de Twitter e chego ao fim deste parágrafo me sentindo mais um E.T deste planeta que tanto critiquei até agora.

Então, decido. Tiro meus auscultadores desligo a música. Viro o telemóvel de cabeça para baixo, e ouço meus dedos baterem nas teclas fazendo algum barulho.

Tarde demais. As pessoas do meu lado já estão de auscultadores nos ouvidos . Não estão à disposição, não querem ouvir. Querem permanecer trancadas no mundo quentinho e gostoso onde tudo para elas faz sentido.

Daí eu lembrar-me do bar, e dos sites mais procurados , e lembrei-me de mim, e de todos meus amigos que estão de alguma forma ligados  comigo.

Lembrei que neste último 28-01 recebi mais de 180 notificações de aniversário pelo Facebook, e Skype. Nove amigos ligaram. Mas foram os netos ,filhas e genros

Nove.

Convidei-os. Mas no próximo... vou-lhe pedir: “Por favor, desliguem os telemóveis.

Texto adaptado, por mim, de outro retirado da Internet.

Imagem retirada daqui :  http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-10-28-Escravos-do-telemovel#gs.MQ5qDaU



sexta-feira, 25 de julho de 2014

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO PILOTO DE UM CAÇA ALEMÃO QUE POUPOU O B-17 G E TODA A SUA TRIPULAÇAO


Charlie Brown era piloto americano de um B-17G do 379º Grupo de Bombardeiros, sediado em Kimbolton na Inglaterra.  Seu B-17 era o "Ye Old Pub" e estava seriamente danificado, atingido pelas balas dos caças inimigos e pela artilharia antiaérea.
.
Com a bússola arruinada, ele voava perdido e cada vez mais para dentro da Alemanha, ao invés de estar com rumo para sua base inglesa. Após sobrevoar um aeródromo alemão, um caça Messerschmitt Me-109G foi enviado para abater o B-17.
.
Quem estava no comando do caça era o piloto alemão Franz Steigler. Ao se aproximar do bombardeiro, não podia crer no que via. Em suas palavras: "Nunca vi um avião naquele estado. A seção traseira, leme e profundores muito avariados, artilheiros feridos, a proa do quadrimotor danificada e furos por toda fuselagem."
.
Embora tivesse o caça armado e carregado, Franz emparelhou seu Me-109 com o B-17 e olhou para o comandante Charlie Brown e este estava apavorado e lutando com os controles para manter o bombardeiro voando e ainda estava sangrando.  Ciente da desorientação do piloto, Franz acenou que eles girassem 180 graus, escoltando o avião em um rumo seguro para a Inglaterra. Então Charlie Brown saudou e voltou para sua base.
.
O avião inglês todo estilhaçado,escoltado pelo piloto alemão!



Ao pousar, Franz informou ao comando que abateu o bombardeiro sobre o mar. No "debriefing", Charlie Brown e sua tripulação informaram o ocorrido, mas foram instruídos para não falar sobre o episódio com ninguém até então.
.
Depois de 40 anos, Charlie partiu em busca daquele piloto alemão que o salvou. Depois deste longo tempo de pesquisa, ele encontrou Franz. Ele nunca citou o fato, nem nas reuniões do pós-guerra.  Ambos se encontraram nos EUA numa reunião de veteranos do 379º Grupo de Bombardeiros, com a equipe que ainda estava viva porque Franz não disparou suas armas.
.
O encontro nos EUA,  com Franz Steigler à esquerda e Charlie Brown à direita

Quando perguntaram a Franz por que não derrubou o B-17, ele respondeu:  "Não tive coragem de acabar com a vida daqueles homens que lutavam para viver. Voei ao lado deles por um longo tempo. Eles davam tudo de si para chegar são e salvos à sua base, e eu não ia impedi-los de viver. Simplesmente não podia atirar em um inimigo indefeso. Seria o mesmo se eu estivesse num pára-quedas."
.
Curiosamente, ambos os pilotos morreram em 2008.

Texto compilado por : José do Rosário

.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O fiel do armazém e o guarda nocturno


Das lonjuras da Coreia do Sul, o Presidente Cavaco Silva elogiou o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pelo seu desempenho na crise do BES. É o que o Presidente tem a dizer sobre o assunto: está tudo bem entregue.
Estranha forma de vida, pois Costa evitou durante quase um ano qualquer consequência da informação que tinha em mãos: Queiroz Pereira dera-lhe um dossier escaldante sobre Ricardo Salgado e o contabilista da operação do Grupo no Luxemburgo prestara depoimento garantindo que desde 2008 as contas não batiam certo. Mais, há dois anos que se sabia da comissão angolana que Salgado se esqueceu de declarar no IRS (não era isso bastante para a ação da supervisão?). Foi preciso o colapso dos pagamentos e a zanga da família para que o Governador afastasse a administração e declarasse agora que nem renovaria a licença bancária a Salgado – pelos factos de que tem conhecimento há um ano.
Carlos Costa, escolhido para o Banco de Portugal por Sócrates, tem um passado ilustre na banca, que conhece como ninguém: foi director geral do BCP, responsável pela área internacional (2000–2004), precisamente quando se dançava o tango das offshores. Testemunha nesse processo judicial, Costa não respondeu ao Ministério Público quando lhe foi perguntado se não tinha sabido de nada ou se era como um fiel de armazém, que se limitava a assinar a encomenda. Agora, como guarda-nocturno da banca, também não viu o crime e, quando ouviu o alarme, tardou em agir.
É essa forma de competência que merece o elogio de Cavaco Silva. O fiel de armazém e o guarda nocturno fizeram o seu papel e por isso chegamos aqui onde estamos: a maior crise bancária europeia de 2014.
 Francisco Loução, Publico

domingo, 20 de julho de 2014

Agora é a Natalidade.....



NATALIDADE


Esta história da natalidade dá que pensar. Diz-se que Portugal (com ele a Europa Ocidental, ele mais que ela) dentro de duas ou três décadas deixará de ter cidadãos, ou terá menos uns quatro milhões. Pior, diz-se que a maioria dos que por cá ainda houver estará com os pés para a cova, e que os capazes de fazer alguma coisa não chegarão para tratar, ou sustentar, os velhos. Um drama.
O governo, diz ele, vai tentar criar condições fiscais e sociais que estimulem a produção de bebés. Muito bem, dirão as pessoas. Resta, porém, saber se os tostões que se ganharão ou pouparão com tais medidas servem para alguma coisa.
O IRRITADO, que não faz, nem de longe, parte dos novos “demógrafos” (se não for demógrafos é uma coisa do género), atreve-se a dizer sobre o assunto algumas coisas, se calhar asneiras.
A primeira é que a crise pouco tem a ver com a queda da natalidade. Não são os países mais pobres, ou em que as pessoas são mais pobres, os que menos seres humanos produzem. Bem pelo contrário. Mesmo com alta mortalidade infantil, mesmo com fome lá em casa, mesmo sem assistência médica, são os países mais pobres os que mais crescem em termos demográficos. Porquê? Porque as famílias precisam de-mão-de-obra? Porque os processos de limitação da natalidade, entre nós conhecidos por “planeamento familiar”, não estão à mão de tais gentes? Porque as mulheres continuam a ter como principal actividade cuidar das crianças?
Com certeza por todas estas razões, e outras que de momento me não ocorrem. Uma coisa é certa: não há uma relação de causa/efeito entre o status económico das nações e a natalidade ou, se há, é de pernas para o ar, isto é, quanto mais pobres são as pessoas mais filhos têm.
As sociedades mais avançadas, onde proliferam os infantários e as creches - privados, do Estado, dos municípios, das empresas, das misericórdias ou equivalente -, onde as mulheres, até os homens, têm largos períodos de licenças de parto, onde há subsídios de aleitação e licenças para amamentar, onde os sistemas de saúde são mais eficazes, etc., são as que menos filhos têm. Porquê?
Julgo tratar-se de um problema civilizacional. É verdade do amigo banana que tudo neste mundo tem um lado positivo e outro negativo. O que há de positivo na chamada libertação da mulher, no trabalho feminino, nos contraceptivos, no planeamento familiar, na assistência social, no Estado social, tem o seu lado negro na desresponsabilização das pessoas em relação à sociedade, em termos de procriação.
Os casais normais assumem a obrigação de estudar, de trabalhar, de fazer carreira, de contribuir para a estabilidade, sobretudo económica, da sociedade. Mas, entre os seus objectivos de vida não está o de multiplicar a espécie ou, pelo menos, de a manter estável, populacionalmente falando.
Ainda há poucas décadas, os casais sacrificavam quase tudo para dar à sua vida o superior objectivo de ter filhos, de os criar, sustentar, ajudar, dando-lhes o melhor de si e prescindindo por eles de grande parte das suas comodidades e facilidades. Já não é assim. A nova moral pública, o politicamente correcto, os temas que as pessoas são levadas a abraçar (o futuro do planeta, a paixão pela “cultura”, a separação dos lixos, a poupança de água, as solidariedades globais, o consumismo – se não houvesse consumismo não havia produção, nem emprego, nem economia…), não incluem essa coisa tão simples e tão formidavelmente gratificante que é ter filhos e viver principalmente para eles.
Nesta ordem de ideias, não há vantagens fiscais, nem Estado social, nem solidariedades, nem facilidade alguma que inverta a tendência da diminuição da natalidade. O que poderá fazê-lo é uma alteração civilizacional que implica um trabalho de décadas, e a mudança dos grandes temas que nos são vendidos todos os dias, a todos os níveis.
Se as pessoas andam preocupadas com coisa tão estúpidas como o “aquecimento global”, “provocado” pela humanidade (???), com a “morte dos oceanos” por causa dos sacos de plástico, como podem ter a procriação – tão fácil de evitar! – no elenco das suas preocupações?
Mas a humanidade parece entreter-se com patacoadas, em vez de pensar em coisas sérias e justas.

20.7.14

António Borges de Carvalho

Com a devida vénia ...retirado daqui

Agora digo eu:

Estando de acordo com António Borges de Carvalho, penso e digo que o problema não está só aqui.
A actual sociedade está a evoluir, para que o trabalho seja realizado pelas máquinas. Na área dos serviços, pelos computadores e  outros meios sofisticados.
No futuro (já hoje) a mão de obra humana será quase praticamente posta de lado.
Por isso, com mais gente ao cimo da terra, servirá apenas para criar mais desempregados. Em Portugal o problema será ainda mais grave, do que no resto da Europa. Quem faz hoje mais filhos são as classes ditas desfavorecidas. Que tem que produzir um filho normalmente por ano para manter, o Rendimento de Inserção Social. Mas estes, não estão vocacionados para realizarem qualquer trabalho. Num futuro muito próximo Portugal, terá uma população de velhos,de usuários das subvenções sociais e de políticos. Os mais capazes e empreendedores sairão do país.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Miandica terra do outro mundo!

MIANDICA

“Terra do outro mundo










A região de Miandica, no Niassa Ocidental, era uma zona onde a Frelimo se encontrava fortemente implementada, construindo ali algumas das suas bases mais importantes, nomeadamente a do Mepotxe. Era centro nevrálgico da subversão. Assim, os “visionários” altos comandos do Sector, decidiram, para travar o ímpeto da Frelimo, que a solução ideal seria instalar em Miandica o Comando de Batalhão que tivesse a seu cargo a área do Lago.
Naquele futuro “quartel” seria, segundo palavras que nós próprios ouvimos no local ao 2º Comandante do Sector, que efectuou em Abril de 1967, “um punhal cravado no coração do inimigo”. Vai daí, foi ocupada a região da antiga povoação de Miandica estabelecendo-se o estacionamento, junto às margens do rio Mecondece, m 22 de Setembro de 1966, por um pelotão da CCAV 1507 do BCAV 1879. Com a mudança operacional no subsector, Miandica passou a ser ocupada por pelotões, primeiro da CCAÇ 1559 e depois da CCAÇ 1558 do BCAÇ 1891. Decorrido um ano nova mudança se operou na região, pelo que é a Cart 2325 do Bart 2838 que destacou o seu pelotão para a “terra do nada”.
Foi efémera a estadia desta força em Miandica, porquanto, o COMSEC, determinou, em 3 de Abril de 1968, a extinção deste destacamento por se saber da intenção da Frelimo atacar, com grandes efectivos, as pequenas forças da N.T
Ao cabo de 22 meses, concluíram as altas “esferas” militares que o “punhal a cravar no coração do inimigo” produziu efeitos contrários, ou seja, atingiu aqueles que ali sobreviveram nas mais precárias condições, enterrados em buracos e com abastecimentos tardios, onde o inimigo se deleitava, a seu belo prazer, atacar aqueles indefesos militares encurralados entre barreiras erguidas por uma máquina de engenharia, CEngª 1531, ali colocada para construir uma pista de aviação.
Como já dissemos, o destacamento de Miandica foi abandonado em Abril de 1968. Todavia, anos mais tarde, já com a picada reconstruída, deslocaram-se ao local, onde fora “erguido” o estacionamento, os capitães Cardoso e Silva Santos das CCaç 4141 e 2ª do Batalhão de Cavalaria 8420, respectivamente, com a missão de avaliar da possibilidade de instalar um novo aquartelamento em Miandica.
Naquela sua “visita”, os dois graduados, fizeram questão em registar o momento junto à placa, ainda de pé, com a identificação da pista de aterragem.
Refira-se, que durante o tempo em que ali permanecemos, nem todos os pilotos aterravam naquele local, por entenderem não existir, nem condições técnicas nem de segurança para o efeito, pelo que se limitavam, em voo rasante, a lançar o correio e os géneros aol longo da pista.

Este texto e as fotos foram retirados do Livro AQUARTELAMENTOS DE MOÇAMBIQUE de autoria de MANUEL PEDRO DIAS ex. combatente da CCaç 1559

NOVAMENTE MIANDICA
Não estamos fora da verdade ao afirmar que praticamente todos os operacionais do BCAÇ 1891 passaram por Miandica. Alguns integrando os pelotões para ali destacados, outros fazendo parte das forças militares destinadas a efectuarem operações de grande envergadura a partir daquele local. Quer uns, quer outros, quer outros, não estarão certamente esquecidos de como era viver naquele inóspito lugar.
Numa das nossas acções de pesquisa, sempre em busca de algo que se enquadre com os propósitos da nossa Revista, descobrimos um site, da autoria do Capelão da Unidade que nos rendeu no Niassa (BArt. 2838), que nos fala de Miandica.
Os velhinhos de quem se fala, a morte ocorrida no ataque”A”(soldado António Fernandes) bem como ”” Nossa Senhora de Miandica são nomes ligados à nossa CCAÇ. 1558 rendida por igual força da CArt. 2325.

Texto de Manuel Pedro Dias retirado da revista”Batalhão”) nº10 de Maio de 2004
NOTA DO BLOG: ”A” Para melhor entendimento sobre a morte do Fernandes consulta no Blog a crónica “Morte em Miandica” de António Carvalho.

“B” Num dos muitos dias de desânimo e de angustía, que se viviam em Miandica no final de Outubro de 1967, devido à falta de géneros alimentícios e do tabaco, apesar dos insistentes pedidos via rádio à Companhia em Nova Coimbra e ao Comando do Sector em Vila Cabral. O saudoso Alferes Monteiro, conversando com o Amadeu, o Matos e o Júlio teve a brilhante ideia de pedir ao Movimento Nacional Feminino, uma imagem de Nossa Senhora. Este pedido foi de imediato atendido e no dia 10 de Novembro de 1967 ela já estava junto à barreira e à bandeira Nacional. Os géneros só passados mais alguns dias é que chegaram e graças à boa vontade dum piloto da Força Aérea

    
                                                                                                

                                                                                                                                                                    





                                                                                                                                                               
Com o Padre Pierre Teilhar de Chardin em

MISSA SOBRE O MUNDO

Um capelão militar em África. Norte de Moçambique, Miandica, 1 de Abril de 1968
José Rabaça Gaspar
                                                                                                                                                                       Uma vez mais, eis que não tenho um altar, nem toalhas, nem hóstia, nem cálice, para celebrar o sacrifício da Missa. Estamos em plena guerra e de rigorosa prevenção. As tropas de elite saíram para uma operação, não pode haver ajuntamentos ou actividades que não permitam uma reacção pronta e imediata. Estamos em pleno mato. É o destacamento mais pequeno e isolado do batalhão, no meio do maior isolamento e desolação! Somos cerca de três dezenas de soldados. Tenho os nervos num feixe como eles mas não o posso dar a entender. É pior a expectativa do que a acção planeada e movimentada, comenta o comandante do destacamento, um alferes miliciano com os estudos em suspenso, até ao fim da guerra dele ou…para sempre…?... Há rumores. Há ditos. Há avisos. Houve certas informações. Houve um morto há poucos dias precisamente no dia em que este grupo veio substituir o destacamento eu cá estava. Vieram atrás de vocês checas dum raio. Uma vez ou atacam de longe daquele… e mal tiveram tempo de se abrigar, as granadas de morteiro começaram a chover e foi um tiroteio infernal. Os checas não se mexem, abrigam-se. Deixem actuar os “velhinhos”, o do morteiro, sozinho, valia por um exército inteiro, chegou a juntar cinco tiros no ar…A primeira granada deles acertou em cheio na barreira onde eles estavam… a segunda ao pé do mastro e a terceira foi a que matou o soldado Fernandes e o resto dos estilhaços bateram no nicho que além erguemos  a Nossa Senhora de Miandica Rogai por Nós que ali está desde 10 de Novembro de 1967, senão teria sido aqui uma mortandade completa. Esta santinha deve ter salvo muitos de morrerem. Só aquele é que não se salvou. As outras já foram cair longe para a mata. Com os primeiros tiros, o morteiro deve ter-se deslocado e foi a nossa salvação e a reacção pronta e estrondosa deve ter desmoralizado os Turras que atacavam. Dentro em pouco estava tudo sereno e não houve mais ataques até hoje. Valha-nos aqui Nossa Senhora que este destacamento é só um matadouro sem utilidade nenhuma, a guardar um mastro com a bandeira no meio do deserto que é esta mata inexplorada….
Parte do texto de José Rabaça Gaspar retirado da revista “Batalhão” nº10 de Maio de 2004

      Crónicas do tempo perdido
Corria o mês de Fevereiro de 1968, um domingo antes do Carnaval, quem escreve estas linhas lia o livro, de título “ Sob o nevoeiro” enviado pelo Movimento Nacional Feminino, sentado no posto de vigia a noroeste do destacamento, quando vejo aparecer um branco de camuflado, com a G3, arrojada pela terra, e muito cansado. Grito-lhe, não dás nem mais um passo… e porquê esta minha atitude… ( nas vésperas tínhamos recebido informação dum golpe de mão realizado por brancos num destacamento contra nós, na zona de Cabo Delgado, O sujeito bem berrou que era do pelotão que nos vinha render,,, começaram a chegar mais militares e pouco depois começou um forte de bombardeamento, por uma arma nunca usada contra nós naquela zona, o canhão sem recuo. Depois, sofremos a última baixa em combate, o soldado Fernandes.
Nota final: passados dois meses Miandica foi abandonada parece que sem honra nem glória. Ao que me contaram em Vila Cabral, quando com quase 26 meses de Moçambique ,fomos chamados de novo a intervir na zona de operações, na região de Nova Viseu !

José Rosário C.Caç 1558

terça-feira, 15 de julho de 2014

E Prevenir a saúde, .... não se morre do mal , morre-se da cura!

     

O senhor Tonico estava bem de saúde, até que sua esposa, senhora Marocas, a pedido de sua filha,  Totinha, disse:
-Pai vais fazer 70 anos, está na hora de fazer um check-up com o médico.
- Para quê, se estou me sentindo  bem!
-Porque a prevenção deve ser feito agora, quando tu ainda te sentes jovem, disse  a mulher.
Então o senhor Tonico, foi ver um médico. O médico, sabiamente, mandou-o fazer testes e análises de tudo o que poderia ser feito e que o Serviço Nacional de Saúde cobrisse.

Duas semanas mais tarde, o médico disse que os resultados estavam muito bons, mas tinha algumas coisas que podiam melhorar. Então receitou:

Comprimidos Atorvastatina para o colesterol

Losartan para o coração e hipertensão,

Metformina para evitar diabetes,

Polivitaminas para aumentar as defesas.

Norvastatina para a pressão,

Desloratadina em alergia.

Como eram muitos medicamentos, tinha que proteger o estômago, então ele indicou Omeprazole um diurético para o inchaço.
O senhor Tonico foi à farmácia e gastou boa parte da sua reforma em várias caixas requintadas e de cores sortidas.
Nessa altura, como ele não conseguia se lembrar se os comprimidos verdes para a alergia deviam ser tomadas antes ou depois das cápsulas para o estômago e se devia tomar as amarelas para o coração antes ou depois das refeições, voltou ao médico. Este lhe deu uma caixinha com várias divisões, mas achou que o senhor Tonico estava tenso e algo contrariado. Receitou-lhe, então, Alprazolam eSucedal para dormir.
Naquela tarde, quando ele entrou na farmácia com as receitas, o farmacêutico e os empregados  fizeram uma fila dupla para ele passar , enquanto eles aplaudiam. 
Tonico, em vez de melhorar, foi piorando. Ele tinha todos os remédios num armário da cozinha e quase já não saia  de casa, porque passava praticamente todo o dia a tomar as pílulas.
Dias depois, o laboratório fabricante de vários dos remédios que ele usava, deu-lhe um cartão de “Cliente Preferencial”, um termómetro  um frasco estéril para análise de urina e lápis com o logo-tipo da farmácia.
Tonico teve  azar e arranjou  um resfriado. Senhora Marocas, como de costume, fez ele ir para a cama, mas, desta vez, além do chá com mel, chamou também o médico.
Ele disse que não era nada, mas prescreveu Tapsin para tomar durante o dia e Sanigrip com Efedrina para tomar à noite. Como estava com uma pequena taquicardia, receitou Atenolol e um antibiótico, 1 g de Amoxicilina. A cada 12 horas, durante 10 dias. Apareceram fungos e herpes, e ele receitou Fluconol com Zovirax.
Para piorar a situação, Tonico começou a ler as advertências de todos os medicamentos que tomava, e  ficou sabendo todas as contra-indicações, , precauções, reacções adversas, efeitos colaterais e interacções médicas.
Leu coisas terríveis. Não só poderia morrer, mas poderia ter também arritmias ventriculares, sangramento anormal, náuseas, hipertensão, insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais, alterações do estado mental e um monte de coisas terríveis.

Com medo de morrer, chamou o médico, que disse para não se preocupar com essas coisas, porque os laboratórios só colocavam para se isentar de culpa.
- Calma, senhor Tonico, não fique aflito, disse o médico, enquanto prescrevia uma nova receita com um antidepressivo Sertralina com Rivotril 100 mg. E como Tonico estava com dor nas articulações mais  Diclofenac.
Nessa altura, sempre que Tonico  recebia a reforma, ia directo para a farmácia, onde já tinha sido eleito cliente VIP.
Chegou um momento em que o dia do pobre   Tonico não tinha horas suficientes para tomar todas as pílulas, portanto, já não dormia, apesar das cápsulas para a insónia que haviam sido prescritas.
Ficou tão mal que um dia, conforme já advertido nas indicações dos remédios, morreu.

No funeral tinha muita gente, mas quem mais chorava era o farmacêutico.
Agora a senhora Marocas diz que felizmente mandou o marido  ao médico e na hora, porque se não, com certeza, ele teria morrido antes.

Conclusão: não se morre do mal ....more-se da cura!

sábado, 12 de julho de 2014

Historias da Guerra de Africa (Moçambique)

      
                             As minas anti- pessoais e o receio de as pisar!----



Não desertei! Saí da tropa de cabeça erguida
Fui testemunha da incompetência dos altos comandos na condução da guerra em Moçambique. Optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer 


O antigo furriel Francisco Raposo recordou nestas páginas a partida do Batalhão de Caçadores 1937 para Moçambique, em finais de 27 Outubro de 1967 : 'O comandante da minha companhia era o capitão Verdasca – mas, nas vésperas do embarque, desapareceu: correu na altura que ele desertou para fugir à guerra' – disse Francisco Raposo.    

Não é verdade! Em 1965, já tinha requerido a minha demissão do Quadro Permanente. Informaram-me então que a demissão só seria possível ao fim de oito anos de oficial. Não tive outro remédio que não fosse esperar – para sair de cabeça erguida. Perfiz os oito anos necessários e deixaram-me sair. Quando o Batalhão de Caçadores 1937 seguiu para Moçambique, já eu tinha sido demitido do Quadro Permanente.

Entrei para a Escola do Exército em 1955. Fui aspirante a oficial, entre 1958 e 1959, na Escola Prática de Infantaria de Mafra e no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas de Tancos. Cumpri uma comissão em Cabo Verde, entre 1959 e 1961, como alferes. Frequentei cursos de guerra subversiva no Centro de Operações Especiais de Lamego.

Já como capitão, cumpri uma segunda comissão – em Moçambique, de 1964 a 1965. Fui colocado no Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, constituído por tropa nativa, no distrito de Cabo Delgado. Estava na região, em Setembro de 1964, quando ali eclodiu a guerra – com o ataque dos guerrilheiros ao posto administrativo de Chai.

Na madrugada de 25 de Setembro de 1964, fui acordado e chamado ao gabinete do comandante do Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, para – após um breve, incompleto e pouco profissional relato do ataque efectuado por guerrilheiros nessa mesma madrugada – receber a seguinte ordem: 'Reúna metade da sua companhia, junte-lhe os serviços necessários e siga o mais rapidamente para o Posto do Chai'. E acrescentou: 'O nosso general deu ordens para resolver a situação em 15 dias' – o que consistia em aprisionar e eliminar os atacantes, pacificar a região e impedir novos ataques.


Tal ordem reflectia perfeitamente o nível do chefe e do militar que comandava o Batalhão de Caçadores de Porto Amélia na época em que a Frelimo iniciou as operações no Planalto dos Macondes. General e tenente-coronel, ao imporem limitação de meios, davam provas de incompetência e revelavam incapacidade para o comando.

Quase uma centena de militares – eu, dois alferes milicianos, oito sargentos e oito cabos, todos europeus, e os restantes cabos e soldados militares nativos de várias etnias – iniciaram então uma viagem de cerca de 200 quilómetros através do Planalto dos Macondes.

Em Macomia, numa rápida reunião com o administrador, que convocou a secção da PSP que fora atacada na noite anterior (um subchefe e nove praças armados com G3) e alguns cipaios (polícias indígenas recrutados entre ex-soldados do exército) recolhi as primeiras informações. Recordo a colaboração do competentíssimo, decidido e corajoso cabo de cipaios do posto para o ataque à povoação onde, provavelmente, estariam abrigados os atacantes do posto.

As frágeis portas das palhotas da povoação foram arrombadas, com total surpresa dos seus habitantes e, principalmente, dos guerrilheiros, que ainda tentaram fugir pelos fundos. Mas foram todos feitos prisioneiros sem que um único tiro tivesse sido disparado. Os autores do ataque, que iniciaram as acções de guerrilha contra a administração portuguesa ao mesmo tempo que marcava o segundo aniversário da fundação da Frelimo, estavam entre os 39 prisioneiros: um chefe com dois anos de treino de guerrilha na China, um outro que fora graduado no exército do Tanganica e meia dúzia de guerrilheiros com pouca instrução e nenhum valor. Os restantes eram moradores que tinham ajudado os guerrilheiros e que deviam ser interrogados. Armas nem uma, pois eram enterradas fora das povoações.

Lamentavelmente, o comando nada perguntou aos prisioneiros, não foi ao local fazer a avaliação dos acontecimentos e não aproveitou o ataque para dele tirar as conclusões necessárias. Foi uma lição totalmente desperdiçada, até porque se tratava, indiscutivelmente, da última oportunidade para dialogar com o incipiente movimento guerrilheiro, que podia facilmente ter evitado a catástrofe que se lhe seguiu em perdas humanas, materiais, morais e políticas.


As verdadeiras causas desta incompetência estavam em Lisboa – onde a ditadura mandava e desmandava, nomeava e demitia, promovia e condecorava segundo critérios condenáveis. Os altos comandos não tinham autoridade real para propor e impor soluções adequadas.


Apercebi-me de todas essas circunstâncias, imaginei as consequências que daí advinham, optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer aos comandos.

Fui punido com cinco dias de prisão. Recorri e o processo arrastou-se. Colocaram-me no quartel-general, em Lourenço Marques. 

Pedi a demissão do Quadro Permanente. Mas, como ainda não tinha cumprido oito anos de serviço como oficial, não aceitaram o meu pedido.

Nomearam-me, em Outubro de 1965, comandante da Companhia de Caçadores 73 formada por nativos – que mal terminou a recruta em Boane, Lourenço Marques, recebeu a missão de ocupar e defender a área do Posto Administrativo de Olivença, no Norte do Niassa, perto dos rios Messinge e Rovuma, com menos de mil habitantes. A unidade foi reforçada com uma Companhia de Engenharia e foram construídos um quartel e uma pista de aterragem que permitia a utilização dos velhos aviões DC3, o único meio de transporte e de abastecimento durante os seis meses da época das chuvas.

Até Maio de 1966, graças à inteligência de um jovem major do Estado-Maior, que era governador do distrito do Niassa, pude actuar abertamente junto das populações, convocar os seus chefes e o próprio régulo. Dialogava com eles e dava--lhes instruções e ordens. Era importante conquistar a simpatia, o respeito, a amizade e, como consequência, a colaboração das populações. Também era importante manter a segurança na fronteira – cerca de 30 quilómetros em linha recta – com o Rovuma. E melhor ainda seria realizar um golpe de mão na Tanzânia para destruir apoios da guerrilha. 

Contei com a colaboração do filho do régulo que, após uma ‘visita particular’, regressara com um levantamento total do acampamento de guerrilheiros do lado de lá da fronteira, o que nos permitiu preparar a operação. Segui com 80 militares. Ao fim de mais de dez horas de marcha, metade das quais sob violentíssima tempestade, voltámos para trás.

A chuva diluviana, que tudo e todos encharcou, e a confusão que se apossara dos guias, cada vez mais desorientados e amedrontados, iam certamente prejudicar a acção de combate e dificultar a retirada com feridos e mortos. Foi com grande sentimento de frustração que ordenei a retirada. 

De todo o sacrifício feito só se aproveitou a propaganda, pois nessa mesma noite a BBC de Londres, na sua emissão em inglês, informou que 'as tropas portuguesas de Moçambique tinham invadido a Tanzânia, a Norte de Olivença'. O curioso de tudo isto reside no facto de os comandos militares jamais me terem interrogado sobre a invasão do território tanzaniano.

 De regresso à Metrópole, fui colocado no Quartel-General da Região Militar de Lisboa. Entretanto, foi anulada a informação negativa que tinha originado a pena de prisão. Segui para o Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, integrado no Batalhão de Caçadores 1937. Completei oito anos de oficial. Aceitaram, então, o pedido de demissão. Quando o batalhão embarcou para Moçambique, já eu tinha sido abatido do Quadro Permanente. Abandonei a vida militar a meu pedido.

José Verdasca--Ex -Capitão do Exercito Português



quarta-feira, 9 de julho de 2014

E...Cavaco cidadão tem todo o direito de virar as costas







Ana Sá Lopes – jornal i, opinião – ontem

Cavaco cidadão tem todo o direito de virar as costas a quem diga mal dele

Há adjectivos que se vão colando a determinadas pessoas e se propagam sem que de facto se possa perceber muito bem porquê. A coisa nasceu um dia, alguém a repetiu e espalhou-se como um vírus. Se o qualificativo for simpático para a criatura em questão, será ele próprio, os seus amigos, os seus porta-vozes que se encarregarão de amplificar. Alguns dos qualificativos são de escassa duração e lidos muitos anos depois tornam-se quase cómicos: no arranque da campanha interna de Sócrates à liderança do PS, alguns socialistas chamavam a Sócrates “o Cavaco do PS”. O que era aqui “vendido” era a “determinação”, a “persistência”, a “capacidade vencedora”, etc. e tal. Hoje é provável que os mesmos que há dez anos falavam nisto considerem a identificação insultuosa.

Quanto a Cavaco Silva, o adjectivo que desde muito cedo se lhe colou foi o de “institucionalista”. A expressão é repetida em vários fóruns com regularidade – em muitos casos até para justificar as omissões do Presidente (tipo a Constituição não dá quase poderes nenhuns ao Presidente da República).

Ora se Cavaco Silva fosse verdadeiramente institucionalista tinha mandado fazer uma notazinha do Palácio de Belém a dar os parabéns a Carlos do Carmo pelo Grammy. Não é Cavaco Silva a saudar o homem que o criticou asperamente nos últimos tempos – é o Estado português, que Aníbal Cavaco Silva chefia, a dar os parabéns a Carlos do Carmo. Mas Cavaco Silva não distingue as suas funções entre chefe de um estado e as do simples cidadão que se ofende com as críticas e deixa de falar a quem o destratou. O Cavaco cidadão tem o direito de virar as costas a todos os portugueses que dizem mal dele (que, a avaliar pelas sondagens, já são mais que muitos). O Cavaco Presidente da República tem uma instituição a servir e o Estado a representar. Ao recusar emitir o tradicional comunicado oficial (repetido cada vez que qualquer português ganha um prémio de relevo), Cavaco Silva demonstra que não é um institucionalista, como não foi institucionalista ao faltar ao funeral de Saramago, como não foi institucionalista ao fazer uma comunicação ao país em horário nobre sobre as anedóticas “escutas de Belém”. E não faltam outros exemplos.

Chamem-lhe todos os nomes que quiserem, institucionalista é que não. Cavaco Silva vende essa ficção com o mesmo sucesso e glória adjacente com que vendeu dos anos 80 ao tempo presente (30 anos!) a teoria de que não era um “político”.

Leia mais em jornal i