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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

MADAME MERKEL E OS SEUS “CONTRATOS”


É característico, a bem dizer é sintomático, que Madame Merkel, a partir de agora a Chanceler à frente de um governo "de grande coligação" na Alemanha, tenha podido declarar no passado dia 19 de Dezembro, a propósito do euro, sem provocar uma emoção especial na imprensa que; "Mais tarde ou mais cedo, a moeda explodirá, sem a coesão necessária" [1] . À primeira vista, esta declaração é perfeitamente justa. Sem "coesão", ou seja, sem a existência de um sistema de transferências financeiras extremamente importantes, o euro não é viável. Isso já se sabe, e o cálculo do que seria necessário consagrar para que o sistema federal funcione já foi feito por vários autores. Pela minha parte, calculei o montante que a Alemanha deveria fornecer: entre 8% a 10% do seu PIB. [2] É perfeitamente óbvio que ela não pode fazer isso sem destruir o seu "modelo" económico e, desse ponto de vista, exigir da Alemanha uma "solidariedade" com os países da Europa do Sul no valor de 220 a 232 mil milhões de euros por ano (aos preços de 2010) é o mesmo que pedir-lhe que se suicide. [3] 

Mas o que é muito mais interessante é a continuação desta declaração. Madame Merkel, perfeitamente consciente de que os países da zona euro estão relutantes perante novas cedências de soberania, propõe "contratos" entre estes últimos e a Alemanha. Vendo bem as coisas, isso levaria a construir, ao lado das instituições europeias, um outro sistema institucional, ou, visto que um contrato para os alemães tem o valor de uma lei, os diversos países ficariam ligados à Alemanha de modo vinculativo. Percebemos bem o interesse desta fórmula. Madame Merkel não alimenta quaisquer ilusões quanto a um "povo europeu" qualquer. Sabe muito bem o que pensa sobre isso o tribunal constitucional de Karlsruhe que, sobre esta matéria, foi muito claro no seu acórdão de 30 de Junho de 2009. [4] É importante perceber que, para o tribunal de Karlsruhe, a UE é apenas uma organização internacional cuja ordem é derivada, porque são os Estados os donos dos tratados. [5]Deste ponto de vista, é óbvio que a Alemanha não partilha, e não partilhará num futuro próximo, da visão confusa de um "federalismo" europeu. Para os dirigentes alemães, não havendo um "povo" europeu, o que é lógico para o conceito germânico do que é um "povo", não pode haver um Estado supra-nacional. Em contrapartida, a União Europeia e a zona euro podem exercer um poder derivado. Mas, desse ponto de vista, a Alemanha também o pode fazer. E é esse o sentido dos "contratos" propostos por Madame Merkel aos seus parceiros. Em troca de uma garantia de soberania, porque aceitamos "livremente" estes "contratos", comprometemo-nos a respeitar certas regras vinculativas numa estrutura de contratos que nos ligam à Alemanha. 

A questão da União bancária, saudada recentemente ao som de trombetas, confirma esta iniciativa. No Outono de 2012, os países do Sul da zona euro tinham, concertadamente com a França, conseguido o princípio de uma "União bancária" que devia ser simultaneamente um mecanismo de vigilância e de regulação dos bancos da zona euro, mas também um mecanismo que garantisse uma gestão concertada das crises bancárias. Ainda não havia secado a tinta deste acordo, já a Alemanha fazia tudo para o esvaziar de toda a substância. E, bem entendido, conseguiu os seus fins. O acordo que foi assinado na noite de 18 para 19 de Dezembro de 2013, e que foi saudado por alguns como "um passo decisivo para o euro" [6] não regulamentou absolutamente nada. [7] O mecanismo de supervisão só abrange 128 bancos dos 6 000 que existem na zona euro. Quanto ao fundo de resolução das crises, só atingirá o montante de 60 mil milhões, uma soma que, de resto, é ridiculamente pobre, em… 2026! 

O que concluir de tudo isto? 

Primeiro que tudo, não vale a pena continuar a pôr qualquer esperança numa Europa "realmente" federal e é profundamente enganador continuar a apresentar essa possibilidade como uma alternativa à UE tal como ela funciona hoje. Este discurso é profundamente mentiroso e só pode contribuir para nos enterrar um pouco mais na desgraça. Não haverá Europa federal porque, na verdade, ninguém a deseja realmente e ninguém está disposto a fazê-la. Portanto, opor à situação actual uma "perspectiva federal", que de resto é perfeitamente hipotética e cuja probabilidade de realização é menor do que um desembarque de marcianos, já não faz qualquer sentido, a não ser enganar o incauto e dar-lhe a comer gato por lebre! O sonho federalista afinal era um pesadelo. Portanto, o melhor é acordar. 

Em segundo lugar, a Alemanha está perfeitamente consciente de que é necessária uma forma de federalismo para a sobrevivência do euro, mas não quer – e isso é perfeitamente compreensível – pagar o seu preço. Portanto, o que propõe de facto aos seus parceiros são "contratos" que os levarão a suportar a totalidade dos custos de ajustamentos necessários para a sobrevivência do euro enquanto ela própria será a única a tirar proveito da moeda única. Mas esses "contratos" mergulharão o Sul da Europa e a França numa recessão histórica, de que esses países sairão retalhados social e industrialmente. Aceitar esses contratos será a morte rápida da França e dos países do Sul da Europa. Laurent Faibis e Olivier Passet acabam de publicar uma tribuna em Les Échos que convém ler com atenção. [8] Explicam porque é que o euro só pode aproveitar a um país que se instalou no topo da cadeia industrial, e porque é que, em vez de pôr o euro ao serviço da economia, é a economia que é sacrificada em proveito do euro. Esta situação será eternizada se, por infelicidade, tivermos um governo que aceite submeter-se aos "contratos" de Madame Merkel. 

Em terceiro lugar, é preciso ler nas entrelinhas, o que está implícito na declaração de Madame Merkel. Visto que não é possível uma Europa federal e na realidade nem sequer é concebível do ponto de vista alemão, e se não se conseguir uma "coerência", que mais não é que o aceitar a totalidade das condições alemãs, então a Alemanha está disposta a fazer o luto pelo euro. Madame Merkel gostaria de fazer desta alternativa uma ameaça para nos forçar a aceitar a ideia dos seus "contratos". Pelo contrário, devemos levá-la à letra e propor-lhe a dissolução da zona euro o mais depressa possível. Mas, para isso, seria necessário outro governo e outro primeiro-ministro, diferentes daqueles que temos. 

Em certo sentido as declarações de Madame Merkel são inauditas. Talvez pela primeira vez, desde 1945, um dirigente alemão expõe assim tão cruamente o projecto de domínio da Europa pela Alemanha. Mas estas declarações têm, no entanto, a enorme vantagem de lançar uma luz crua sobre a nossa situação. Devíamos lembrar-nos disso e inspirarmo-nos nisso aquando das próximas eleições europeias. Não para obedecer a Madame Merkel, mas para levá-la à letra e dizer-lhe que, quanto ao seu euro, já não o queremos!


domingo, 29 de dezembro de 2013

Austeridade: Afinal, quem saiu mais prejudicado com decisões do Constitucional

ECONOMIA
Afinal, quem saiu mais prejudicado com decisões do Constitucional?

 O Jornal de Negócios compilou as decisões anteriores do Tribunal Constitucional que deixou passar, até agora, 80% da austeridade que lhe foi enviada para análise, e os consequentes visados. Pensionistas, com reformas mais altas, e funcionários públicos surgem em primeiro lugar, à frente dos trabalhadores do sector privado e dos desempregados.
Os pensionistas com reformas mais altas surgem logo à cabeça. Primeiro, em Julho de 2012, sofreram o corte dos subsídios de férias e Natal, arrecadando o Estado 1.260 milhões. Mais tarde, em Abril deste ano, o Constitucional viabiliza a redução de escalões e deduções, assim como a aplicação da sobretaxa de IRS e da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), um bolo de 3.230 milhões de euros.
No caso dos trabalhadores do Estado é possível concluir que perderam mais com as decisões do TC do que ganharam e, para 2014, o Governo já acenou com mais cortes nos salários. Resta saber qual será a decisão do Constitucional.
Certo é que, desde 2011 estão a sofrer cortes salariais de 5%, um medida que já permitiu arrecadar 1.243 milhões, foram alvo da suspensão dos subsídios de férias e Natal, mais 1.800 milhões de euros para os cofres do Estado. Sendo que, a juntar a esta austeridade aprovada pelos juízes do Palácio Ratton, enfrentaram também a redução de escalões e deduções, assim como a aplicação da sobretaxa de IRS (2.810 milhões de euros), redução do pagamento das horas extras e o aumento do horário de trabalho (mais 181,5 milhões de euros).
Quanto ao sector privado, destaca o Jornal de Negócios, as medidas já em curso dizem respeito, particularmente, a alterações ao Código do Trabalho e não tanto à obtenção de receitas. Destaque para o corte nas horas extras, eliminação de dias de férias e feriados, banco de horas, quebra de produtividade. Contudo, também estes trabalhadores, tal como pensionistas e funcionários públicos, foram alvo da redução de escalões e deduções, assim como da aplicação da sobretaxa de IRS.
Quem também não escapou à austeridade imposta pelo Governo e permitida pelo Tribunal Constitucional foram os desempregados, que viram reduzir os escalões e deduções, assim como a aplicação da sobretaxa de IRS.


sábado, 21 de dezembro de 2013

(Isabel dos Santos) A menina do PAPÁ!



Um trabalho de investigação publicado na revista norte-americana "Forbes" revela que a fortuna de Isabel Santos, a primeira bilionária em África, provém de uma quota de uma empresa que se quer estabelecer em Angola ou de uma assinatura presidencial do pai.


"Tanto quanto podemos investigar, todos os grandes investimentos angolanos detidos por (Isabel) dos Santos vêm ou de ficar com uma parte de uma empresa que quer fazer negócios no país ou de um assinatura presidencial que a inclui na ação", escreve a "Forbes". Filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos, a história de Isabel é considerada "uma janela rara para a mesma e trágica narrativa cleptocrática que estrangula os países ricos em recursos em todo o mundo".

O artigo, que tem como título "A menina do papá: como uma princesa africana encaixou 3 milhões num país que vive com 2 dólares por dia", analisa o passado da bilionária africana, desde a sua infância, juventude e concentra-se na sua primeira empresa. A revista assegura que falou com "dezenas de pessoas no terreno" e que consultou diversos documentos públicos e privados durante o último ano.

Rui Barata, dono do conhecido restaurante e bar Miami Beach, em Luanda, resolveu propor sociedade a Isabel dos Santos com o objetivo de afastar os inspetores e fiscais governamentais que assediavam o local. Atualmente, dezasseis anos depois, "o restaurante ainda é um local badalado ao fim de semana" e prova que é possível comprar prosperidade desde que se tenha o apelido certo.

O artigo procura perceber como é que Isabel dos Santos detém 24,5% da empresa concessionária da exploração mineira, no norte do país, a Endiama, criada por decreto presidencial. O artigo explora ainda a criação da Ascorp, a empresa que resultou da parceria com israelitas para a venda de diamantes mas que tinha, de acordo com a Forbes, o negociantes de armas Arkady Gaydamak, um antigo conselheiro do presidente angolano durante a guerra civil de 1992 a 2002.

O negócio dos diamantes de sangue foi alvo de escrutínio internacional na mesma altura em que Isabel dos Santos transferiu a sua parte do negócio para a mãe, uma cidadã britânica. A transferência desta parte, considerada pela "Forbes" como um "poço de dinheiro", aconteceu através de uma empresa sediada em Gibraltar.

A posse de 25% da Unitel, a primeira operadora de telecomunicações privada, em Angola, passou também para Isabel dos Santos a partir de decreto presidencial. "Um porta-voz de Isabel dos Santos disse que ela contribuiu com capital pela sua parte da Unitel, mas não especificou a quantia; um ano depois, a Portugal Telecom pagou 12,6 milhões de dólares por outra fatia de 25%", escreve a revista.

A quota-parte de 25% da Unitel que Isabel dos Santos detém é avaliada, por analistas que seguem a atividade da Portugal Telecom e que foram ouvidos pela "Forbes", em mil milhões de euros.
A revista relembra ainda a parceria de Isabel dos Santos com Américo Amorim, que abarca as áreas financeiras e petrolíferas, através do banco BIC, Galp e da Sonagol. O investimento de 500 milhões na empresa portuguesa ZON também é apontado no artigo que explica ainda como Isabel dos Santos ficou à frente da Nova Cimangola, a cimenteira angolana.

No fim do artigo, é citado o "Jornal de Angola", numa edição de janeiro, depois de ser divulgada a lista dos bilionários da "Forbes". "Damos o nosso melhor por uma Angola sem pobreza, mas estamos deliciados pelo facto da empresária Isabel dos Santos se ter tornado uma referência no mundo da finança. Isto é bom para Angola e enche os angolanos de orgulho", escreve. O artigo da publicação norte-americana termina com uma resposta à citação do "Jornal de Angola": "Os angolanos deviam estar humilhados, não orgulhosos".

http://makaangola.org/2013/01/30/destaque-35/

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Moçambique Antes e depois da chegada dos Portugueses!

Alguns dados sobre Moçambique : Moçambique situa-se na costa oriental de África. Com uma superfície de 799.380 quilómetros quadrados,faz fronteira a norte com a Tanzânia, a ocidente com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e África do Sul, e a Sul com a Suazilândia e a África do Sul. A sua faixa costeira, na zona este do território, é banhada pelo oceano Indico, numa extensão de 2.515 quilómetros.A população de Moçambique é estimada em 15.7 milhões de habitantes (censo 97), sendo 7.5 milhões de homens e 8.3 milhões de mulheres, com uma média de 20 habitantes por quilómetro quadrado, onde a discrepância é extraordinariamente variável. A situação geográfica e a história deste país, marcada por vários processos migratórios, resultou num grupo populacional heterogéneo com características multi culturais e multi étnicas.Moçambique tem uma população predominantemente rural, com uma percentagem de 23% dos seus habitantes em áreas urbanas.Maputo, a capital(ex-Lourenço Marques), no sul do país, e a cidade da Beira, no centro do país, têm os mais elevados índices de concentração de população urbana, representando o imenso mosaico cultural que é Moçambique.A língua oficial é o português embora declarado como língua materna de apenas 5% da população, durante o censo de 1997. Das diversas línguas de origem bantu faladas nos país, as que cobrem um índice mais elevado de populações, enquanto língua materna são: emakua (1/3 da população); xisena,(1/4 da população); xitsonga (1/5 da população) e xitswa (1/8 da população).
Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a construção de uma sociedade socialista.Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em Moçambique, cujo desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país, sobretudo na década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de Moçambique. A desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por agressões militares que a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o regime de apartheid da África do Sul. Apenas em 1992, com a assinatura do ‘Acordo Geral de Paz’ entre a FRELIMO e a RENAMO, cessam as hostilidades e inicia-se um processo de paz e reconciliação.A década de 80 marca a transição de uma economia centralmente planificada para uma economia aberta, de mercado. Nos anos 90, concretiza-se a transição política anteriormente iniciada, onde se destaca a introdução de uma constituição pluralista e a emergência de um processo de descentralização política e administrativa.A nossa chegada a Moçambique. Entre a chegada do primeiro navegador português a Moçambique (1498) e o controle efectivo do território e a instalação da administração colonial, decorreu um processo difícil de dominação das diversas organizações políticas africanas que detinham o poder no território. A ocupação efectiva ocorreu em finais do século passado, com a dominação do Estado de Gaza no sul do país, embora apenas na década de 20, a administração colonial tenha passado a assumir um real controle do território.O desenvolvimento do colonialismo Português em Moçambique, pode ser grosseiramente dividido em três períodos: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos de exportação (sisal, açucar e copra), no centro e norte do país, com base em mão de obra barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de força de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica, Congo Belga e em alguns casos a África do Sul . No sul, predominava a exportação de mão de obra para alimentar o capital mineiro da África do Sul. Os acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da mão-de-obra, traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de impostos, quer da utilização dos caminhos de ferro que ligavam o porto de Lourenço Marques à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para o trânsito de mercadorias;: sob influência da construção do nacionalismo económico, este período é marcado por uma intensificação do trabalho forçado e integração crescente da economia de Moçambique numa economia regional dominada pela África do Sul. O princípio do trabalho forçado e da introdução de culturas forçadas marcam este período, como uma forma de proteger a burguesia portuguesa, incapaz de concorrer com o capital mineiro e com as plantações, no acesso à mão de obra.960-1973: As mudanças políticas mundiais e a crise do regime de Salazar durante este período levaram a diversas reformas políticas e económicas, que conduziram, entre outras medidas, à abolição do trabalho e das culturas forçadas e ao traçar de novas estratégias de desenvolvimento para as colónias. Algumas das consequências das reformas políticas levaram à modernização do capital, com a abertura da economia ao investimento estrangeiro. É neste período e neste contexto de modernização do capital que se fazem investimentos na indústria de manufacturação. A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição formal das culturas e do trabalho forçado. O colonialismo português introduziu mecanismos impeditivos do crescimento de uma burguesia negra, agrícola ou comercial. Assim, embora houvesse uma diferenciação de classe e até mesmo alguns ‘koulaks’ e pequenos comerciantes, o sistema de produção agrícola e industrial manteve-se nas mãos da burguesia portuguesa.

 Alguns dados cronológicos da guerra antes, e até ao nosso regresso à Metrópole. (B. Caç.1891)

 
1964.                                                                                                                                          


Declaração do estado de emergência no Norte do Zambeze, em Moçambique, para onde são enviados 2500 militares portugueses. 
15/Ago -Entrada dos primeiros guerrilheiros da FRELIMO em Moçambique, vindos da base de Mtwara, na Tanzânia.

14/Set -Morte do guarda auxiliar da PSP Martins, por um grupo de guerrilheiros armados, na zona de Mueda, em Moçambique.-Primeira acção da FRELIMO no Niassa, com ataque ao posto administrativo do Cobué.

25/Set -Início da luta armada em Moçambique, conduzida pela FRELIMO , com um ataque a Chai (Cabo Delgado)


25/Set -Ataque da guerrilha à lancha Castor da Marinha Portuguesa, no lago Niassa.-Primeiras acções armadas da COREMO, em Tete e Niassa.

 
Out-Ataque a um posto de sentinela em Mutarara, primeira acção da FRELIMO na zona de Tete.

 16/Nov - Primeiras baixas sofridas pelas tropas portuguesas no Norte de Moçambique, na região de Xilama, Cabo Delgado.

31/Dez - No final do ano de 1964, os efectivos portugueses nos três teatros de operações ultrapassaram os 84.000 homens.

 1965

 Agost- Nomeação do Brigadeiro Costa Gomes para segundo- comandante da Região Militar de Moçambique.

10 de Out- Accionamento da primeira mina anti-carro por forças Portuguesas em Moçambique- Sagal -Mueda.

Outubro - Convocação, pelo exercito português em Moçambique dos oficiais milicianos dos cursos de 1957 a 1962.


1966.

11 de Maio- Chegada a Moçambique de um contingente de 5.000  militares o maior desde o inicio os combates em Moçambique.

1967.

10 de Setembro- inicio das operações regulares da Frelimo na provincia de Tete.

22 de Setembro- violentos e sucessivos ataques da Frelimo à base militar de Mueda.

Outubro - Abate de um avião T-6, com a morte do piloto, por acção das anti-aéreas da Frelimo, na zona do Revia Sector -E.

1968.

Janeiro - Ataque da Frelimo ao posto de Mitumba- Cabo Delgado. Causando 5 mortos e capturando diverso material.

Março - Frelimo atinge  dois aviões T-6 na pista de Mueda.

Março - Coluna militar portuguesa sofre emboscada em Cabo Delgado tendo 4 mortos e 7 feridos.


Abril- Golpe de mão das forças portuguesas a base da Frelimo, no Niassa, com captura de 4 elementos do movimento e vário material no monte Cassero.

Junho-Destruição da Base da Frelimo : Novo Vietname , no Sector de Marrupa, Niassa.


Julho- Forças portuguesas hélio-transportadas destroem base da Frelimo  duas bases  em Mavinga.


Dezembro- Inicio da deslocação de populações da área destinada à construção de Cabora Bassa.


 1968.

Janeiro- Ataque da Frelimo ao posto de Mitumba, Cabo Delgado, causando 5 mortos e capturando material.(a)
Março- Grupo da Frelimo atinge dois aviões T-6 na pista de Mueda

Março- Emboscada da Frelimo a uma coluna militar portuguesa, causando 4 mortos e 7 feridos.


Abril- Golpe de mão das forças portuguesas a uma base da Frelimo no Niassa, com captura de 4 elementos do Movimento, vário material de guerra e a descoberta de grandes áreas cultivadas na encosta do Monte Cassero.

Junho- Destruição, pelas forças portuguesas, da base Novo Vietname da Frelimo, no Sector de Marrupa, Niassa.
Julho- Acção das forças portuguesas hélio- transportadas a sueste de Mavimba , com a destruição de 2 bases da Frelimo.

Agosto- O Batalhão 1891 embarca em Nacala, com 27 meses de Comissão rumo à Metrópole. 

(a)- Em Fevereiro de 1968, foi recebida uma mensagem Zulo, em Miandica fazendo referência a este ataque, já que poderia  estar em perspectiva um ataque semelhante a Miandica. O que veio a acontecer pouco tempo depois. No qual tivemos mais uma baixa.  


Soldado  português e guerrilheiro da Frelimo.


 Armas ligeiras usadas por ambas as forças.













Retirado da Internet e compilado por : José do Rosário

sábado, 7 de dezembro de 2013

As 9 coisas que irás ver desaparecer das nossas vidas


 
Não deixa de ser interessante notar, e muito verdadeiro também, se estas mudanças vão ser boas ou más, depende em parte de como nós nos adaptarmos a elas. Mas, quer as desejemos ou não, aqui vão elas...


1. O Correio
Vai-te preparando para viver um mundo sem Correios. Eles estão a descair tanto com problemas financeiros que provavelmente não há maneira de os aguentar por muitos mais anos. O e-mail, FedEx, Facebook e SMS, têm praticamente dizimado as cartas, que é como quem diz a receita mínima necessária para manter os Correios a funcionar. O pouco do que ainda recebemos pelo correio, todos os dias, não passa de ”lixo” e contas.

2. O cheque
A União Europeia já está a preparar o terreno para acabar com o cheque até 2018. O processamento de cheques custa bilhões de euros por ano ao sistema bancário. Cartões de plástico e transacções on-line, ou pelo telefone, vão levar à eventual extinção do cheque. Isto tem ligação directa para a morte dos Correios. Se ninguém nunca pagar as suas contas pelo correio e nunca receber as pensões pelo correio, os Correios ficam em absoluto fora do negócio.

3. O jornal
A geração mais jovem simplesmente não lê o jornal. Eles certamente não se deslocarão a um quiosque para procurar um jornal impresso. Foi o que já aconteceu com o leiteiro e o padeiro. Quanto ao ler o jornal on-line, preparem-se para ter de pagar por isso. O aumento dos dispositivos móveis com Internet e e-readers, tem motivado todos os jornais e editoras de revistas para criar alianças. Eles reuniram-se com a Apple, Amazon, e outras grandes empresas de telefonia móvel para desenvolver um modelo de serviços de assinatura paga.

4. O livro
Vocês podem dizer que nunca vão desistir do livro físico, que seguramos na mão enquanto lemos e vamos virando as páginas. Eu disse a mesma coisa sobre o download de música do iTunes. Eu queria que o meu CD tivesse cópia impressa. Mas eu rapidamente mudei de ideias quando descobri que poderia obter os álbuns pela metade do preço, sem sair de casa, para conseguir os últimos êxitos. A mesma coisa está a acontecer com os livros. Hoje já podemos navegar nas livrarias on-line, e até mesmo ler um capítulo pré-visualizado antes de comprar. E o preço é menos da metade do de um livro em papel. É só pensar na conveniência! Assim que começares a passar os dedos pelo ecrã, em vez do livro, vais entrar na história como se fizesses parte dela, e a desejar mais ver o que acontecerá a seguir, esquecendo logo de que estás a segurar um gadgetem vez de um livro.

5. O telefone fixo
 Já hoje não precisamos do telefone fixo. A maioria das pessoas ainda o mantém simplesmente porque sempre o tiveram. Até a própria Telecom aproveita a linha do telefone mais para serviços, como o da televisão, do que para o telefone. Inclusivamente todas as empresas de telemóveis oferecem serviço fixo gratuito porque ele já é inespressivo.

6. A Música
Esta é uma das partes mais tristes da história da mudança. A indústria discográfica está a definhar de morte lenta. E não é só por causa de downloads ilegais. É a falta de oportunidade para a nova música inovadora chegar às pessoas que gostariam de ouvi-la. A ganância e a corrupção é que é o problema. As gravadoras e os conglomerados de rádio estão simplesmente a autodestruir-se. Mais de 40% das músicas compradas hoje são "Anexos dos Catálogos", o que significa música tradicional, com a qual o público está familiarizado. Os artistas mais antigos e consagrados. Isto também é verdade no circuito de concertos ao vivo.

7. A Televisão
As receitas dos canais televisivos tem caído drasticamente. Não apenas por causa da crise. As pessoas estão a preferir assistir a televisão e filmes a partir dos seus computadores. E, ao mesmo tempo, elas jogam e fazendo muitas outras coisas, que ocupam o tempo que costumava ser gasto assistindo a ver televisão. Programas do horário nobre descambam abaixo do menor denominador comum. A publicidade roda a cada 4 minutos e 30 segundos. Eu digo boa viagem para a maior parte de tudo isso. Está na hora das empresas do cabo serem postas de fora da nossa miséria. Deixem as pessoas escolher o que querem assistir on-line através do Netflix.

8. As coisas que hoje usamos
Muitos dos bens que usamos e possuímos já não poderemos realmente possui-los no futuro. Eles podem simplesmente ficar na "nuvem ". Hoje os nossos computadores ainda têm um disco rígido, onde guardamos as nossas fotos, músicas, filmes e documentos. O software está num CD ou DVD, sempre podemos reinstalá-lo, se for necessário. Mas tudo isso está a mudar. Os serviços de internet oferecem "serviços em nuvem" gratuitos. Isso significa que assim que ligamos o computador, a Internet é incorporada ao sistema operativo. Assim, se clicar num ícone, ele vai abrir algo na Internet. Se guardar alguma coisa, ela será salva na nuvem. Neste mundo virtual, podemos aceder à nossa música, ou aos nossos livros, ou qualquer coisa do género, a partir de qualquer computador portátil ou dispositivo móvel. Não é porque as coisas estejam mais seguras, mas porque essa é a realidade do futuro.

9. A nossa privacidade
 Se já houve um conceito, com que podemos olhar para trás com nostalgia, é o da privacidade. Isso já acabou. Ela foi-se já há muito tempo, de qualquer maneira. Vivemos a era do "big-brother". Há câmaras nas ruas, na maior parte dos edifícios, e até mesmo no nosso computador e telemóvel. E vocês podem ter certeza que funcionam 24 horas por dia, 7 dias na semana, "Eles" sabem quem és e onde estás, até as coordenadas GPS, e o Google Street View. Se comprarem alguma coisa, isso é colocado num trilhão de perfis, e passam a receber anúncios reflectido essa escolha. Neste momento é possível conferir todos os teus passos, desde que te levantas até que te deitas, documentando-os em filmes ou fotografias.


Tudo o que temos perdido e que não pode ser alterado são as "Memórias"... E memso essas, provavelmente, o Alzheimer nos vai tirar também!
O futuro já é hoje…

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