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sábado, 31 de agosto de 2013

PROJECTO: "ALBA "(1952-1954) Uma obra-prima nacional


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A ALBA foi o melhor e mais bem sucedido paradigma da incipiente indústria automóvel portuguesa, na década de 50. Apenas foram construídos 3 exemplares do ALBA, entre 1952 e 1954. Mas, ao longo dos anos seguintes, da metalúrgica de Albergaria saíram diversas soluções mecânicas entre elas, um espantoso e inédito motor de quatro cilindros e 1500 cc.
Empresa nascida em 1921, sob o nome de Fundição Lisbonense, mais tarde mudou para Fundição Albergariense, antes de, em 1923, assumir o nome do seu fundador, Augusto Martins Pereira, um homem modesto, nascido em 1885, em Sever do Vouga e falecido em Maio de 1960. Na vila de Albergaria é então já dono de uma considerável fortuna e reconhecido internacionalmente na indústria metalúrgica. E, além disso, é nomeado comendador.
A empresa tornou-se conhecida mundialmente sob o nome de ALBA, que corresponde às 3 primeiras, mais a última letra da palavra Albergaria. O seu símbolo foi desenvolvido pelo pintor francês Daniel Constant.
As instalações iniciais situavam-se no centro da vila, mas foram transferidas, no final dos anos 30, para o local onde ainda hoje se situam. A empresa fabrica actualmente moldes para diversas utilizações, desde bancos de jardim a tampas de saneamento básico e fogões a lenha e a gás, sempre com desenho exclusivo. Hoje, são mais de 30.000 os moldes assinados pela ALBA. Um deles, não menos espantoso e significativo da sua capacidade inventiva, foi a carroçaria do automóvel que ficou conhecido pelo nome da empresa: ALBA.

Um caso raro de eficácia

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A ALBA era já, no início da década de 50, uma das maiores unidades industriais de metalurgia nacionais. Então, já com mais de 60 anos, o comendador Augusto Martins Pereira começou a deixar progressivamente a gestão da fábrica para o seu filho Américo. Mas foi o seu neto, António Augusto, então na casa dos 20 anos e um grande entusiasta do desporto automóvel, quem decidiu criar a marca ALBA, vocacionada para a competição e que, depois da FAP e da Dima/DM, foi a terceira marca portuguesa a surgir após a Segunda Guerra Mundial.
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O primeiro exemplar do ALBA foi construído em 1952 e, logo se tornaram notadas algumas das características básicas que, mais tarde, acabaram também por ser copiadas por outras marcas portuguesas envolvidas na competição automóvel. É pois preciso assinalar que a ALBA não foi um caso isolado. A carroçaria do ALBA foi sempre o perfeito exemplo de um intenso equilíbrio estético. A prova de como a aerodinâmica deveria ser, então, tratada: as suas linhas suaves e afiladas, muito baixas, fizeram escola e eram desenhadas à imagem do que de melhor se fazia então na Europa, nomeadamente tendo por inspiração as “barchettas” italianas. Somente as marcas que surgiram após a ALBA se preocuparam em desenvolver produtos mais eficazes aerodinamicamente pois, até então, as suas formas eram algo rudimentares e pouco eficientes. E, quanto a isto, na verdade é preciso referir que a ALBA chegou mesmo a conceber carroçarias, feitas à imagem do “seu” desportivo, para outras marcas nacionais.
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Foram fabricados apenas 3 ALBA e, hoje em dia, existem 2 exemplares: o exposto no Museu do Caramulo desde 2006, de carroçaria creme, matrícula OT-10-54; e o TN-10-82, vermelho, cuja construção, em 1953, foi financiada por Noémio Capela, que com ele apenas participou no III Rali Rainha Santa, em Coimbra, em Julho de 1954, embora o tenha cedido à equipa para correr noutros eventos. O seu motor é um FIAT de 1089 cc. Desconhece-se o que sucedeu ao terceiro ALBA, matrícula LA-11-18, de 1954, embora a convicção geral seja de que tenha sido destruído num acidente e, posteriormente, “reconvertido”, algures nos finais da década de 50.
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A ALBA foi a única marca a construir, para além da carroçaria, um motor próprio, situação a que foi obrigada pelas alterações regulamentares impostas em 1954 pelo ACP (Automóvel Clube de Portugal) e que a impediam de continuar a ser competitiva com os pequenos motores FIAT e Simca de 1089 cc, que usava desde a sua origem. Nesse ano, os limites de cilindrada subiram dos 1100 cc para os 1500 cc, penalizando os pequenos construtores artesanais portugueses, pois todos usavam o mesmo fiável motor de origem italiana e que tão bem sucedido era nos pequenos e ágeis Cisitalia. Por isso, foram muitas as que então deixaram de correr e, principalmente, de ser competitivas.
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A única equipa que lutou contra essa maré foi a ALBA, liderada como sempre pelo espírito empreendedor de António Martins Pereira. A princípio, foi decidido desenvolver um motor a partir do FIAT, mantendo a mesma base mas aumentando o diâmetro, atingindo os 1325 cc. Mais tarde, a ALBA desenvolveu um motor mais potente, baseando-se num bloco da Peugeot, resultando num 1360 cc. Mesmo assim, continuava impossível bater os motores da Porsche, que dominavam através dos Denzel e dos Porsche 550 Spyder. Foi então que Corte-Real Pereira teve a ousadia de pegar num motor Alfa Romeo 6C 1750 e diminuir-lhe o diâmetro, criando assim um curioso motor de 6 cilindros e 1,5 litros de cilindrada, que infelizmente não teve muito sucesso nas 3 provas em que participou na Boavista em 1955 e 1956 e Vila Real em 1958.
Descrição: 691325309@30012012-22CA
Sem baixarem os braços, os homens comandados por Martins Pereira começaram então a desenvolver o projecto inédito de um motor próprio, concebido nas instalações da metalúrgica de Albergaria. Totalmente feito em alumínio, era um bloco de 4 cilindros quadrado (diâmetro e curso de 78 mm), com 2 árvores de cames à cabeça e 2 velas por cilindro, distribuidores movidos directamente pelas Árvores de cames e 2 carburadores duplos horizontais, uma novidade técnica na Época. Leve e fiável, a sua potência oscilava entre os 90 e os 95 cavalos e, acoplado a uma caixa de 4 velocidades, permitia ao ALBA atingir os 200 km/h. Felizmente, é esse o motor que está no ALBA existente no Museu do Caramulo e que, todos os anos, sobe a Rampa, por ocasião do Caramulo Motor Festival, pilotado por Salvador Patrício de Gouveia.

Uma história de sucessos.
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O ALBA estreou-se no Circuito de Vila do Conde, a 31 de Agosto de 1952. O primeiro resultado de relevo aconteceu logo no mês seguinte, também em Vila do Conde, o 2.º lugar na classe. A sua primeira vitória na geral foi na Taça Cidade do Porto, no Circuito da Boavista, em 1953, ganhando a prova na frente de 30 outros carros, 20 dos quais de origem portuguesa, o que mostra bem a vitalidade da nossa indústria artesanal de automóveis de competição. A última vez que um ALBA participou numa prova foi em 1961, quando Corte-Real Pereira conquistou o 3.º lugar absoluto no Rali Nocturno do Salgueiros.
Ao longo destes anos, os ALBA participaram em 42 provas, conquistando os seus pilotos 25 pódios e 10 vitórias, das quais 5 absolutas e entre elas, a Taça Cidade do Porto, no Circuito da Boavista, em 1953 (Corte-Real Pereira) e o Rali Vinho do Porto, em 1955. A história desportiva do ALBA concentrou-se entre os anos de 1953 e 1956, sempre em Portugal, nunca se tendo deslocado além-fronteiras.
No total, foram 9 os pilotos que utilizaram os ALBA. Para além de Francisco Corte-Real Pereira que fazia principalmente provas de velocidade e de António Martins Pereira dedicado aos ralis e provas de regularidade, os outros pilotos foram Noémio Capela, Elísio de Melo, Baltazar Vilarinho, Castro Lima, Carlos Miranda, Manuel Nunes dos Santos e Manuel Alves Barbosa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Se não conhece...Conheça as medidas que o FMI vai propor em Setembro

Oitava e nona avaliações do programa de ajustamento nacional acontecem já no próximo mês. Conheça as propostas do FMI.
1 - Procura
Introduzir contrato único para os novos contratados.
Revisão das condições de despedimentos por justa causa.
Eliminar a restrição que força a dispensa de trabalhadores com contratos temporários, em caso de extinção do posto de trabalho por motivos económicos, mesmo que sejam mais produtivos que os trabalhadores dos quadros.
Permitir a renovação extraordinária de contratos a termo (expirou em Junho, mas o Governo já tem nova proposta no Parlamento nesse sentido).
2 - Custos laborais
Reduzir o salário mínimos das pessoas entre 18 a 24 anos ou, em alternativa, para os primeiros dois a três anos de trabalho.
Reduzir o prazo de sobrevivência e caducidade dos acordos de contratação colectiva para um período mais curto que os actuais cinco anos.
Reduzir as contribuições sociais nos novos contratos de baixos salários.
Reduzir restrições do código do trabalho à redução dos salários nominais.
3 - Oferta
Introduzir créditos fiscais nos escalões mais baixos de rendimentos.
Eliminar o aumento na duração do subsídio de desemprego que é dado consoante a idade.
Reduzir o período mínimo de contribuições para aceder ao subsídio de desemprego.
Promover a formação e o ensino dual com empresas do sector transaccionável.
4 -  Concertação social 
Organizar a sequência da negociação colectiva, começando com os sectores mais expostos à concorrência internacional.
Alargar a participação na Concertação Social às comissões de trabalhadores permanentes e outras que representem os trabalhadores jovens e os desempregados.
Fornecer informação anual de subsídios públicos dados a sindicatos e confederações empresariais.
Tornar obrigatória a publicação de listas anuais com o número de membros dos sindicatos e confederações empresariais.

domingo, 25 de agosto de 2013

Uma perda nacional! Acabo de ser tomado por uma tristeza infinita...



Fico sempre triste quando morre um homem do Goldman Sachs e recordo logo Simon Wiesenthal e a sua luta de aranha estendendo e esperando o nazi na teia antes que a natureza ou um acidente chegasse.
Estes também terão o seu tribunal de Nurembergue, a guerra lá chegará, e também um Simon que, implacável e metódico, os perseguirá até aos confins do Oriente.    Sem justiça a morte não é a mesma coisa.    António Borges não aguentou,   dommage.

antonio-borges-salarios


(João José CardosoAVENTAR - 25/08/2013)

Declaração de IRS - corajosa!!!!








*Um contribuinte, teve sua declaração rejeitada pelas Finanças porque, aparentemente, respondeu a uma das questões incorrectamente.

Em resposta à pergunta "Quantos dependentes tem?" o homem escreveu:
"50.000 imigrantes ilegais, 10.000 drogados,  200.000 subsidio-dependentes, 100 generais e almirantes, 13.000 criminosos nas nossas prisões, além de uma cambada de políticos em Lisboa e nos municípios espalhados pelo país.”

As Finanças afirmaram que o preenchimento que ele deu era inaceitável e estava incorrecto.

Resposta do homem às Finanças:

- De quem foi que eu me esqueci?*****

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

E...Quer comprar Portugal por um euro! Vendam-me Portugal, eu governarei melhor...


O príncipe da Pontinha, dono de um pequeno ilhéu na baía do Funchal, diz que quer comprar Portugal por um euro....

Quer comprar Portugal por um euro e compromete-se a assumir a totalidade da dívida do Estado. Na Madeira há quem garanta que é louco. Outros gabam-lhe a franqueza. Há 13 anos que Renato Barros, professor de EVT, reivindica a independência de um ilhéu na baía do Funchal - um forte em cima de uma rocha que comprou em 2000. Auto-proclamou--se príncipe - dá pelo nome de "D. Renato I, o Justo" - porque garante que o Principado da Pontinha foi alienado pelo rei D. Carlos em 1903. Numa entrevista via email, o príncipe da Pontinha gaba- -se de liderar um dos poucos estados do mundo sem dívida pública e revela que procura uma nova primeira-dama. Acusa Cavaco Silva de lhe dever dinheiro, atira-se aos bancos e aos políticos portugueses e nem o bispo do Funchal escapa às suas críticas.
O Principado da Pontinha ainda não é um reino. Porquê?

Por acaso já perguntaram à família Rainier do Mónaco porque são um principado e não um reino? O meu principado será um reino quando estiver em fase expansionista. A esse propósito, reitero a firme proposta de aquisição de Portugal, por um euro, e assumindo o respectivo passivo. Enviei um ofício real ao vosso ex-ministro Vítor Gaspar a dar conta da minha proposta, mas ainda estou a aguardar que o representante da República na Madeira me dê uma resposta. A não ser, claro, que tenham escondido o ofício - como esconderam os swaps.

O D. Renato não reconhece a soberania portuguesa?


Tal qual Portugal se desfez de vários territórios (Macau, Timor, Goa, Moçambique, Guiné, etc.), também a minha ilha - o Principado Ilhéu da Pontinha - foi alienada pelo vosso rei D. Carlos I em Outubro de 1903. É uma realidade que as vossas autoridades pretendem camuflar e daí ser mais fácil mandarem-me chamar louco ou irresponsável. Quando o que estou a fazer é o legítimo exercício de um direito à autodeterminação, face ao qual os vossos governantes não sabem como lidar, tão-pouco conseguem ver esta situação de uma maneira mais positiva e até rentável para todos os lados. Preferem (ilegalmente) cobrar IMI a uma realidade à qual dão (para efeitos fiscais) 74 anos de vida. Isso é ridículo. Não reconheço legitimidade nem soberania a Portugal sobre o meu território independente. Aliás, já em 1973 a Guiné era reconhecida pelas Nações Unidas e Portugal ainda para lá mandava soldados. Vocês não evoluíram nada. Por isso não estou surpreendido.

Quem são os seus súbditos na ilha?


Quer uma "Lista de Schindler" ao contrário? A senhora jornalista já pediu ao seu presidente a lista dos cidadãos nacionais? Tenho súbditos espalhados pelo mundo, tal como os portugueses têm os seus imigrantes. E dou plena liberdade aos meus súbditos para afirmarem, ou não, em público a sua lealdade ao meu principado. Não o farei por eles, por uma questão de princípio.
E como é afinal um dia normal na vida do líder de um principado?
É um dia-a-dia igual ao de qualquer chefe de Estado que esteja verdadeiramente empenhado na bem-estar da sua nação e do seu povo. Mas até neste propósito parece que estou em minoria técnica.

Tem filhos? A educação deles está a ser pensada em função de um dia virem a assumir o governo da ilha?

A minha vontade foi ser príncipe. A vontade dos meus filhos é deles, não interfiro. Eles não são como a gentil Diana de Gales, que, de acordo com uma sua biografia, e para explicar a degradação do seu casamento, terá dito que se achava uma "égua de Windsor", destinada a procriar reizinhos.
O principado apresenta contas publicamente?
O principado não é nenhuma sociedade de responsabilidade limitada que tenha de prestar contas. Até a filial irlandesa do "benemérito" Bill Gates (que manda vacinas, e não comida, para África) passou a ser de responsabilidade ilimitada para não ter de as prestar. Por que razão teria de o fazer? Ele quer ser Dom? Eu já sou.
E a crise? Já chegou ao principado?
Apenas leves ricochetes, vindos daí desses lados, de crises de valores, ignorância, inveja, mesquinhez e falta de sentido de humor.

Também há desemprego aí?

Antes pelo contrário. Mas há um lugar para um sem-abrigo destinado a um tal Ulrich. A ver se ele aguenta...

A ilha é auto-suficiente? E exporta?

Sou um principado global e não faço embargo a nenhum país. Há dois tipos de produtos: os materiais ou (a)palpáveis (o vinho do príncipe, e, em breve, o tomate fortezão, pela falta que parece existir por aí) e os imateriais: criatividade, originalidade e irreverência. Ou seja, também exporto inteligência natural.

Diz a Wikipédia que, até 2010, a economia do principado se resumia ao turismo. Mas consta que está a preparar uma revolução económica, expandindo-se para outras áreas. Quais?

Enquanto andam a assassinar a economia portuguesa, eu dei instruções claras ao meu governo para fomentar e diversificar áreas de negócio que dêem aos portugueses (que pretendam a dupla nacionalidade luso-fortense e a outros cidadãos do mundo) emprego, bem-estar económico e desenvolvimento cultural. Tenho, por exemplo, um Real Centro Internacional de Negócios e as minhas 200 reais milhas marítimas para explorar. Sempre será melhor que vender tudo aos angolanos, como parece que o (Santoro?) país-irmão está a fazer.

Que opinião tem acerca do seu congénere português, D. Duarte?

Para já ele não é Dom, porque não tem o domínio sobre nada. Eu sou D. Renato porque tenho a posse e o domínio sobre o meu principado. Não conheço pessoalmente esse sujeito, não me posso pronunciar com rigor. Se é realmente monárquico? deixará, a meu ver, um pouco a desejar, pois, sinceramente, já teria mais que condições para reunir as tropas e pôr ordem nessa bagunça republicana. Preferia encontrar-me com a duquesa do Cadaval. Teria todo o gosto em recebê-la no meu principado.

Também já convidou Passos Coelho?

Quando Portugal tiver um primeiro- -ministro que não seja uma marioneta dos Bilderberg (do "amigo Balsemão") ou da Maçonaria, do Opus Dei, ou mesmo da recente Opus Gay, então terei todo o gosto em mandar formular um convite real. Até, inclusive, dada a minha dupla cidadania luso-fortense, pois não renego as minhas origens lusas, apenas não me conformo com quem governa (mal) os portugueses. No que toca ao sujeito em questão, um eventual convite teria de ter em conta os períodos anuais de abertura da caça ao dito, para não coincidir e criar um conflito armado desnecessário, pois não ouso cercear a liberdade dos meus súbditos no que a essa prática desportiva diz respeito.

Tem acompanhado a situação política portuguesa?

É uma crise política forjada para distrair os portugueses da má governação, da supressão de direitos sociais, económicos e culturais e, daqui a tempos, dos próprios direitos, liberdades e garantias. Vejam as cidades chinesas isoladas, qual Muro de Berlim, onde só entram os livros que as autoridades querem. Quem fomentou a crise deveria pagar do seu próprio bolso o diferencial agravado da situação financeira que causou ao Estado que diz ("i?rrevogavelmente") servir.

Defenderia eleições antecipadas?

Defendo a imediata intervenção das Forças Armadas portuguesas para que ponham no poder pessoas para quem o interesse colectivo pese mais que os interesses individuais ou corporativos. Eu disponibilizo as minhas forças armadas nesse desígnio conjunto. E até ofereço os calabouços reais.

Aceitaria uma troika no principado?

Se, além da China, sou o único estado do mundo sem dívida pública, não vejo tal necessidade. Quando muito eu próprio aceitaria intervir na troika, a bem dos portugueses e dos europeus.
Como é que a Europa poderá sobreviver à crise económica?
Só há crise económica porque vós estais todos nas mãos da (recapitalizada com o dinheiro dos contribuintes) alta finança internacional e nacional e porque deixaram os vossos governantes gastar mais do que estava orçamentado sem que o Tribunal de Contas exercesse a responsabilidade financeira reintegratória. Nacionalizem os bancos e confisquem os beneficiários das parcerias público- -privadas (beneficiários de um enriquecimento sem causa vergonhoso à luz do vosso direito civil) e das fundações-fantasma que delapidam o Orçamento do Estado e voltarão a ver o desenvolvimento económico em Portugal e na Europa.

Portugal precisaria de um Presidente da República mais incisivo?

A rainha de Inglaterra tem alguma palavra? Cavaco Silva já fez tanta asneira enquanto primeiro-ministro - ao assassinar a agricultura e a indústria - e o prémio foi a presidência. E, já agora, deve- -me 360 mil euros por ter atravessado o meu espaço aéreo (quando foi às Selvagens) sem a minha autorização. Já entreguei a nota real de débito junto do representante da República, que agora tem instruções para não receber cartas minhas, em clara violação ao vosso Código do Procedimento Administrativo.

Sonha conquistar Portugal um dia?

O sonho de qualquer cidadão português preocupado com o futuro do país é ter um príncipe como eu a liderar o seu destino colectivo. E já disse que ofereço um euro e assumo a vossa dívida, incluindo os swaps tóxicos.

Sente-se confortável com o facto de se ter auto-proclamado soberano?

Tão confortável como D. Afonso Henriques e os conselheiros da revolução portuguesa de 1974. E, já agora, a evolução (justificada) dos rendimentos desses senhores e dos políticos portugueses antigos e actuais chegou a ser auditada pelo Tribunal de Contas?

Sei que é professor de EVT. Como concilia a sua actividade profissional com a actividade de príncipe?

Sou professor em Portugal e príncipe no meu estado. Ao contrário da maioria dos governantes, não tenho públicas virtudes nem vícios privados, nem chamei o Rumsfeld a Portugal para intimidar as minhas próprias autoridades.

Os seus alunos tratam-no por "professor Renato" ou por "D. Renato"?

Em Portugal sou professor.

Li que tem embaixadores em alguns países. Onde? E quem são?

Tenho representação diplomática em países como o Brasil, a Costa Rica, a Argentina, Timor, o Irão, Espanha, a Austrália, a Venezuela, o Reino Unido e Portugal. O meu primeiro-ministro é que lhe poderia dar informação mais detalhada.

E o que é que os embaixadores fazem, concretamente?

Já fez essa pergunta ao titular do Palácio das (efectivas) Necessidades, homólogo do meu chanceler para os Negócios Exteriores?

Em que ponto está o pedido que enviou à ONU sobre a independência do ilhéu? Já teve uma resposta?
O meu advogado em Nova Iorque está com esse processo em carteira e a prestar contas directamente ao meu embaixador plenipotenciário em Londres, Sir Kevin Almond, que tem a responsabilidade pela coordenação internacionalista, ao nível de uma comissão trilateral (entidade, tal como o C. F. R. do Braga de Macedo, que vocês ocultam aos leitores portugueses).

É Verão. O príncipe D. Renato tira férias? Costuma ir para onde?

Gozo as férias na minha fragata real, ao longo das 200 milhas marítimas adjacentes ao meu principado, à luz do direito internacional público.

Na sua página do Facebook apela a donativos para a causa da independência do principado. Quanto é que já angariou?

Prefiro donativos a ter de cobrar impostos. Sobre montantes, quem trata disso é o meu chanceler para a Economia e a Criatividade, cujo perfil pessoal marcante é não revelar assuntos de Estado.
Em que medida é que esse dinheiro pode ajudar a causa?
A senhora jornalista parece estar equivocada. A independência é um dado adquirido. Por favor leia a Carta Régia do meu colega luso D. Carlos I - cuja inequívoca legalidade foi reconhecida pelo vosso Arquivo Nacional da Torre do Tombo. O reconhecimento da independência é o que está neste momento em causa por Portugal. Este processo, de âmbito internacional, junto de muitos países, tem, naturalmente, os seus custos, pelo que qualquer ajuda é bem-vinda.

O D. Renato escreve com "y" em vez de "i" e com "k" em vez de "q". Isto é a língua do principado? Tem nome?

Falta acrescentar a troca do "m" pelo "w". A língua oficial chama-se "fortense". A raiz da minha língua resulta, por um lado, do legítimo direito à diferença e à autodeterminação (que até está na vossa Constituição - mas não foi Vital Moreira que aconselhou "suspendê-la", em estado de emergência?). Por outro lado, introduzimos os "y" porque aqui não temos necessidade de pôs os pontos nos is. Também é uma tentativa de contrariar a estupidificação do ensino em Portugal (92% dos alunos chumbam num exame de Cultura Geral?), levando as pessoas a exercitar os neurónios. E é ainda uma reacção diplomática junto dos irmãos-PALOP ao novo ("socretino") acordo ortográfico em vigor no país-irmão Portugal. Estou aliás disponível para ajudar à internacionalização do vosso jornal, obviamente alterando o nome para "Y".

Já recebeu pedidos de asilo político? E tem concedido alguns?

Já recebi. Claro que concedo. E se a Rússia do meu colega Putin se vergar aos americanos, o Snowden pode vir para cá.

A quem nunca concederia asilo?

Aos pedófilos, aos canalhas internacionais dos Bilderberg e aos políticos portugueses que, uma vez irradiados pelo seu povo, rastejarão em frente do meu principado, em vez de pensarem em expropriar o meu forte, como já me disseram que tencionam fazer, contratando uma sociedade de advogados para o efeito. Mas como pode Portugal expropriar um território que já alienou?

E pedidos de asilo fiscal, também concede?

Alguns até são públicos, tendo em conta o torniquete fiscal aos contribuintes portugueses. Basta ir à minha página de Facebook e ler as mensagens de compatriotas seus.

O principado tem algum banco?

Sim. Além do banco real, onde me sento, há também os bancos de jardim, os do miradouro do Forte, etc. Com o reconhecimento internacional, ou até antes, se me apetecer, o principado terá o seu Banco Nacional e mandarei emitir títulos do Tesouro.

O Estado social é um conceito ultrapassado e insustentável?

O que é insustentável são as mordomias de quem "gere" (delapida) o Estado social. A riqueza está mal distribuída em todos os países. E se em vez de recapitalizarem os bancos começarem a recapitalizar as famílias e as pequenas e médias empresas, então o vosso problema estará automaticamente resolvido. Mas vocês, portugueses, infelizmente, são uns cobardes, têm medo de quem está no poder. Não os vêem como meros empregados, que recebem um vencimento à conta dos vossos impostos.

Como se define em termos de estilo de governação?

O poder é meu, mas antes de decidir ouço atentamente os meus chanceleres e reflicto na melhor decisão a tomar. E estou grato pela lealdade dos meus chanceleres, que não precisam de assessores nem de "afrodites", o que desonera substancialmente os cofres reais. Um exemplo a seguir...

Costuma ser convidado para casamentos e eventos das outras casas reais europeias?

Só agora o "manto de encobrimento" a respeito do Principado da Pontinha (graças à acção dos embaixadores e cônsules honorários no estrangeiro) começa a ser desfeito. Mas não sou muito desses eventos sociais, acho até uma fantochada para distrair as populações de assuntos mais sérios e para os políticos continuarem a fazer as suas negociatas na sombra.

O Principado da Pontinha é laico? Qual é a religião oficial?

Sou um príncipe cristão que admite que cada pessoa tenha o seu Deus e a sua religião.

É verdade que anda a tentar comprar um papa-móvel do Papa João Paulo II?

O meu chanceler para os Assuntos Religiosos tem tido alguma dificuldade em encontrar o bispo do Funchal, que, não tendo favelas para onde ir, parece que gosta muito de estar à mesa do poder. A aquisição do papa-móvel permitiria criar um roteiro turístico na ilha-sobrinha Madeira, tal como o Papa aparece semanalmente aos fiéis na Praça de S. Pedro, ou tal e qual a minha colega rainha de Inglaterra na varanda do seu palácio aos súbditos e turistas. Cego é quem não quer ver este potencial. O Vaticano tem o seu banco, a rainha tem os seus negócios e eu não posso ter um príncipe-móvel?

Quando morrer quer ser enterrado onde?

No meu principado, é óbvio. Um projecto de vida merece um fim digno e não uma vala comum ou um canto qualquer num condomínio fúnebre.

Ainda é casado? Está a receber candidaturas ao cargo de primeira-dama?

Sou divorciado. A magia da vida decerto irá funcionar para quem não olha essa mesma vida com talas e sob orientação superior.

Que características terá de ter a primeira-dama ideal da Pontinha?

Uma rosa sem espinhas? com pétalas (e não ramos) no regaço.

Qual é a posição do D. Renato em relação a temas como o casamento gay, a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo ou o aborto?

Casamento gay? Nada a opor. Co-adopção? Essa vossa mania de legislarem sobre tudo (e sobre nada) acaba por impedir que façam o que quer que seja de jeito. Não se pode definir por decreto aquilo que é melhor para as crianças, mas olhando para as situações em concreto. Quantos estafermos e estafermas, ditos bem casados com pessoas de sexo oposto, fazem pior às crianças? Não sejam hipócritas. Aborto? Já Gonçalves Zarco usava preservativos de carneiro quando deu a primeira queca da globalização no meu principado. Assim controlou a natalidade a montante. E não era a Simone de Oliveira que cantava que "quem faz um filho fá-lo por gosto"?

Politicamente, define-se como de direita ou de esquerda?

Defino-me como Justo, que, ao contrário de quem vos governa, põe os interesses colectivos acima dos individuais. Desde que a revolução russa de 1917 foi financiada pelo banco americano J. P. Morgan que só não percebe quem é burro: a ideologia é uma treta, apenas serve para dividir e não para fazer as pessoas pensarem em boas ou más gestões dos dinheiros públicos (dos contribuintes). E para os obrigarem a prestar contas e a repor os desvios.

D. Renato vive num apartamento no Funchal.

O meu domicílio fiscal é no Principado Ilhéu da Pontinha. Nada me impede de ter (ou de viver em) apartamentos em Portugal e, por outro lado, as minhas embaixadas fazem parte do principado, à luz do direito internacional.

Que vantagens tem para oferecer aos portugueses que queiram mudar-se para o Principado da Pontinha?

Os meus irmãos portugueses sofrem com o PIB. Eu ofereço-vos a F. I. B. (felicidade interna bruta). Quando os portugueses perceberem que andaram a ser enganados e derem valor ao ser em vez de ao ter, então, mesmo para vós, tudo começará a fazer sentido. Vendam-me Portugal, pois eu governarei melhor os portugueses. Não é o dinheiro nem o poder que me move, ao contrário do que acontece convosco.



FONTE

sábado, 3 de agosto de 2013

Um golpe mortal na Segurança Social....

                                                          Foto retirado daqui
       

                                                                                                                                                No último dia como ministro das Finanças, Vítor Gaspar assinou um decreto que pode liquidar a vida de, pelo menos, 3 milhões de portugueses. Esse decreto determina que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (que geria uma carteira de 10 mil milhões de euros) "terá de adquirir 4,5 mil milhões de euros de dívida soberana".

Sabendo-se que o referido fundo foi criado como reserva para assegurar, em caso de colapso do Estado, os direitos dos reformados, pensionistas, desempregados e afins durante dois anos (segundo o articulado de lei de bases), o golpe em perspectiva representa o risco de uma descomunal tragédia entre nós.

Lembremos que dos rendimentos dos seniores vivem hoje gerações de filhos e netos seus, sem emprego, sem recursos, sem amparo, sem futuro. Lembremos ainda que os últimos governos têm sido useiros no desvio de verbas da Segurança Social para pagamentos de despesas correntes - "o que qualquer medíocre gestor de fundos sabe que não se deve fazer", comenta, a propósito, Nicolau Santos no "Expresso".
Em 2010, dos 223,4 milhões de euros que deviam ser transferidos para o fundo em causa, o executivo apenas entregou 1,3 milhões.

Após ter semi-destruído Portugal economicamente, socialmente, familiarmente, psicologicamente, com total impunidade e arrogância, Vítor Gaspar deixa, ao escapar-se, apontado um tiro de misericórdia aos idosos (e não só), depois de os ter desgraçado com o seu implacável autismo governamental. Sindicatos, partidos, oposições, igrejas, comentadores, economistas, intelectuais meteram, por sua vez, a viola no saco ante mais esta infâmia - entretanto, os papagaios de serviço aterrorizam as populações com a insustentabilidade da Segurança Social.


Transcrevo em baixo o artigo do jornal I:

Vítor Gaspar, o exterminador de reformados (Jornal i 13 de julho)
O último despacho de Vítor Gaspar é de uma gravidade enorme. Confortado certamente pelo facto de a sua futura pensãozinha estar dependente do fundo do banco de Portugal, a criatura deu ordens para a segurança social comprar em massa dívida pública, através de um simples despacho. A medida põe em grave perigo o pagamento de prestações sociais, nomeadamente pensões, reformas e subsídios de desemprego, se houver um novo resgate. Foi um acto deliberado e feito praticamente às escondidas, que pode destruir a vida de milhões de portugueses. Gravíssimo! Só por ter-lhe ocorrido uma ideia semelhante, José Sócrates foi quase crucificado.

O que são Swaps...palavrão inglês, para cobrir as aldrabices em Portugal!....

Há uns tempos para cá o Portuga é bombardeado por palavrões em Inglês, para disfarçar as aldrabices bancárias e não só,... em Portugal.
A maior aldrabice bancária, alguma vez feita em Portugal e que até agora ainda não conseguiu encontrar qualquer culpado ....foi o caso B P N. Foi, quando os Média começaram a usar mais estes palavrões , em Inglês. Aqui e neste caso , começou a aparecer o palavrão (Default): que segundo a Wikipedia  :significa, essencialmente, o devedor não pagou a dívida que ele ou ela é obrigada a ter pago. Insolvência "é um termo jurídico que significa que o devedor é incapaz de pagar suas dívidas.falência "é um achado legal que imponha a supervisão judicial sobre os assuntos financeiros daqueles que estão insolventes ou inadimplentes. Actualmente são os Swaps....   

O jornal Económico dá uma ajuda na sua edição do dia 27 de Abril de 2013 .

Parece um conceito complicado, mas na verdade é muito mais simples do que pensa. Saiba o que é um contrato de 'swap'.
É talvez uma das expressões mais usada por estes dias e que envolve milhões. Muitos milhões de euros.
Mas afinal o que são estes instrumentos complicados chamados 'swap'?. Na verdade são simples.
Imagine que pediu um empréstimo ao banco para comprar uma casa. Ou seja, contraiu um crédito à habitação. Esse empréstimo, na maior parte das vezes, é acordado tendo por base uma taxa de juro variável. E que sobe ou desce consoante a variação da Euribor.
Agora imagine que acredita que os juros vão subir muito nos próximos anos. O melhor, seria fixar essa taxa, travar essa subida. É exactamente isso que um contracto de 'swap' permitiria que fosse usado num crédito à habitação.
Como a própria palavra indica, 'swap' é uma troca. Neste caso uma taxa de juro variável por uma fixa.
O pior é se ao contrário do que pensava as taxas de juro em vez de subirem, descerem. Então nesse caso fica a pagar o valor fixo   (que acordou).
Imagine 5%, quando no mercado o preço do dinheiro já só custa 2%. Foi exactamente isso que aconteceu no caso de algumas empresas públicas. Acordaram contratos numa altura em que as taxas de juro estavam a subir, pensando que iriam subir ainda mais e tentaram trancar essa valorização.
Mas a realidade nem sempre é o que nós pensamos que vai ser. E neste caso não foi. As taxas de juro desceram e agora as perdas potenciais podem chegar aos 3 mil milhões de euros.
No fundo é como no casino. Apostamos no vermelho mas às vezes sai o preto. Há sempre alguém que ganha. 
Tantas palavras, que em Português genuíno o que o Povo fala, se traduz apenas numa palavra...Aldrabões. Em  todas estas aldrabices há sempre os que ganham sem arriscar nada...os que pagam, e não foram vistos nem achados no negócio.....esses somos nós ...o Povo....que continuamos cegos e não conseguimos alterar esta situação!


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

(NORUEGA) OS BÁRBAROS SOMOS NÓS

           





              



Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo
(às 15.30).

As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias
para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de
televisão ou videojogos.

Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos
por gravidez."





"A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível
salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao
argumento, o mais igualitário.
Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em
rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros
dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros."




"É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga
ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados
«devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades
móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em
Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e
«confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica."



"Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários
portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já
agora, os políticos.

Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que
os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas
frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam
por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama,
com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos
cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores
motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o
dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes."



 "Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com
despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas
públicas um exercício de ética e responsabilidade.
 Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não
foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital
norueguesa corresse mundo por uma boa causa."



"Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres
lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus
jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.

Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali
montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do
círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia
nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social."
"Lá, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos
de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Nãoclamam por Messias nem por benesses. Não se queixam do «excessivo peso do
Estado»,
para depois exigirem isenções e subsídios."



 É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós.
Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.