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sábado, 27 de maio de 2017

.... Sem saudosismos e sem preconceitos

                         


Sem saudosismos e sem preconceitos, Alvalade não pode deixar de reconhecer que no período anterior à Revolução dos Cravos houveram conterrâneos nossos que fizeram e deixaram obra feita e que  ainda hoje serve a freguesia e a população. Hoje estão esquecidos, e alguns foram mesmo varridos dos topónimos das ruas. As mudanças de regime são também isto… Mas Alvalade deve tanto aos dirigentes e líderes locais do pós 25 de Abril como a muitos outros do período anterior. Será a história e não nós aqui, que se encarregará, com o necessário distanciamento, de lhes fazer justiça. A muitos desses alvaladenses, hoje praticamente esquecidos, se deve a rede de abastecimento de água e saneamento básico, a luz eléctrica da vila, os primeiros telefones, a criação do Posto de Culturas Regadas, o cinema de Alvalade, a fundação da Casa do Povo, as várias pontes e estradas que servem a freguesia, a Associação de Regantes, a extinta estação de Correios, o Futebol Clube Alvaladense, entre muitos outros benefícios.
Hoje regressamos novamente a 26 Janeiro de 1958, dia da inauguração da rede eléctrica na vila, uma data muito esperada e vivida  intensamente na freguesia.  Na fotografia, convidados, dirigentes e população local convivem e petiscam no antigo mercado da Praça da República, um dos espaços centrais daquela que terá sido uma das maiores e melhor organizadas inaugurações da história da freguesia.
_LPR.... 
Com a devida vénia ...http://www.alvalade.info/visitacao-a-alvalade-e-igreja-matriz-em-1715-transcricao/

Estou totalmente de acordo com o que o Luís escreveu .. fazendo uma comparação, com o tempo actual e aquele tempo , a minha opinião é que... e vivendo no tempo de então...havia mais dedicação e entrega à terra , do que há hoje.....quero dizer , depois do 25 de Abril... houveram muitos.. que se apropriaram da situação e emergiram fazendo-se passar por ( cristãos novos...A" ) e beijando sempre o símbolo do 25 de Abril...aproveitaram-se.... olhando  mais pelos seus interesses,  pondo de lado os interesses da comunidade.

A "-Usei este exemplo numa referencia  ao reinado  de D. Joâo ll , quando da expulsão dos Judeus..

sábado, 13 de maio de 2017

O QUE ERA A GUERRA

Baseado em factos verídicos mas alterados propositadamente para proteger os seus intervenientes. 

"JÁ NADA VOLTARÁ A SER COMO DANTES dito pelo Furriel :   

     Amadeu Carvalho da CCS do B. CAÇ.3850.


(Para quem nunca viveu a guerra os relatos dos veteranos são essenciais. Não serão certamente as únicas fontes, mas são as mais importantes. Os relatos dos acontecimentos vividos em África são a única forma de nos transportarmos a um mundo que não conhecemos e onde nunca vivemos. Um mundo que não morreu e que existe, e existirá até o último veterano morrer. Só nesse dia a guerra acabará.) Uma coluna avança pausadamente pela picada. Devagar, quase paradas, as viaturas vão seguindo o trilho das rodas daquelas que se anteciparam na caminhada. Uma explosão faz os sentidos dos homens atuar como foram treinados para fazer. O salto da viatura, a posição de combate, ver sem ser visto, vislumbrar de onde vêm os disparos. Depois tudo passa. O silêncio, a princípio duvidoso, depois já de certeza feito, baixa sobre o lugar. É tempo de ajudar os camaradas sem a mesma sorte, os que a arbitrariedade da guerra determinou que fossem hoje os escolhidos. Pedir evacuação, injetar morfina, balbuciar uma palavra de conforto em que ninguém verdadeiramente acredita. Depois o ruído dos helicópteros desaparece aos poucos, e a coluna reorganiza-se. As dúvidas assaltam os que ficaram. Porquê ele, e não eu? Será que Deus existe mesmo? A medalha que minha mãe me deu é um talismã ou é uma forma de exorcizar o medo? Ainda há poucas horas o meu camarada me estendeu o aerograma da mulher, o filho nascera bem. E agora? Agora tudo terminou. Uma sensação de impotência, de incapacidade, assola os militares. Não há nada a fazer. Tudo o que foi feito, sonhado, conversado, foi em vão. Inutilidade. O bilhete de Identidade regista 21 anos, mas de repente, passamos a ter 40. Um mundo acabou, vai começar outro, com muito menos espaço para a ingenuidade, com quase nenhum espaço para a paz interior. “Já nada voltará a ser como dantes!”. Os pensamentos são cortados pelos barulhos da coluna em marcha. A operação continua, não para nunca. A noite caiu, o lugar para dormir foi escolhido, a segurança montada. E agora? Atacarão de noite? A chuva diluviana não limpa a alma. O camarada agora vive lá. A necessidade de desforra cresce. O inimigo é, sem tempo para mais reflexões, o culpado. Ao outro dia, o trilho, o silêncio da aproximação, a dúvida de quantos dias mais teremos à frente. Os ruídos do acampamento já próximo, a adrenalina a crescer no peito, a contração dos músculos, o olhar de lince. Ao sinal a explosão, o ataque, disparos, a adrenalina esvai-se em cada movimento. O dedo fica dormente de tanto carregar no gatilho. O inimigo debandou, estou bem, ainda não foi hoje. Há que agir rápido, levar o que se puder, destruir o que não se pode levar. No meio da correria, imagens de corpos atravessados por balas. De onde saíram estas balas? Fui eu? Foi o camarada que estava à minha direita? Foi o outro pelotão? Um corpo mais pequeno mostra-nos que a arbitrariedade da guerra é cruel. Passou sem olhar. O cheiro do fumo, da poeira misturada com suor, do sangue, inebria o combatente. Afasta-se, uma ordem indica-lhe que tem de perseguir um inimigo que deixa um rasto de sangue. Não anda muito. O guerrilheiro está a poucos metros, arrastou-se como pôde. Os ferimentos são graves. Não fala, não se mexe, apenas se sente o seu peito arfar. Os combatentes que chegam não falam, olham apenas. A solução está na cabeça de todos, não carece de explicação. A evacuação é inútil, a área é densamente arborizada, arrastar o corpo até uma clareira, e esperar a evacuação é inútil, o guerrilheiro não sobreviverá. Alguém tem de resolver o assunto. O oficial entende que é seu dever fazê-lo. Alivia a consciência com o pensamento de que ali, naquelas circunstâncias, é o melhor, é até o mais humano que há a fazer. A atitude que ajudará o guerrilheiro é acabar com o seu sofrimento. Para ele “Já nada voltará a ser como dantes!” Volta a organizar-se a longa cobra que os militares formam. Às cavalitas de um furriel, uma criança salva no meio do acampamento. Na hora do mata-bicho todos se esforçam para dar ao menino a sua lata de chocoleite. A criança conta poucos meses, e olha surpreendida para os rostos que nunca viu. Surpreendida e inconsciente do que se passou. Ainda não sabe que a partir daquele instante, também na sua vida “Já nada voltará a ser como dantes!”. A noite cai. O acampamento do segundo dia é formado. Sempre a mesma rotina. O miúdo mostra-se agora mais confiante. A meio da noite um choro, um berreiro. Mais lata de chocoleite para agradar ao miúdo. Não resulta. No meio dos barulhos da mata, aquele pode denunciar o grupo. Os militares têm 21, 22, 23 anos. Não são pais, nunca trataram de crianças, não sabem o que fazer. Ao fim de alguns minutos já todos perceberam que aquilo não pode continuar. Um barulho seco, rápido, soa na noite. Os militares são experientes, sabem que vão ser “abonados” com granadas de morteiro. Os corações suspendem-se e a explosão dá-se longe do local. O inimigo não atinou bem com o sítio. A explosão só piorou o estado de ansiedade da criança. Os nervos retesam-se. A solução está na cabeça de todos. Outro estalido, segundos depois outra explosão, ainda longe do lugar. Se o miúdo não se calar morrem todos, se ele se calar, foi porque morreu ele. “Já nada voltará a ser como dantes!”. 


Militares da CCAÇ- 1559-chegada a Lisboa no Paquete Vera Cruz

O militar está de regresso. O navio encosta à amurada. Os familiares estão lá em baixo, ainda não o distinguiram na massa verde que ocupa o passadiço do navio. Mas ele já os viu. Sem perceber porquê, as lágrimas escorrem-lhe pela face, incontrolavelmente. Uma emoção que não controla, uma mistura de alegria por estar vivo, de encontrar os seus bem. Mas a alegria ganhou um novo sabor. Tem um travo a picada, a rostos que não estão. A ausência, a despedida na chegada. Até a alegria “Já voltará a ser como dantes!”. A rotina ajuda a abafar a memória. A manhã está clara, o ex-combatente segue o seu percurso para o trabalho. É hoje um homem um pouco mais velho, casado, pai de filhos. A guerra acabou, escreveram os jornais há poucos meses. Ele esforçou-se por acreditar que sim. Mas as suas noites brancas lembram-lhe que não. Os sonhos onde ruídos e imagens lhe trazem à mente o que julgou ter acabado. Um sonho em especial visita-o sazonalmente. Um resto de camuflado, com um resto do que ainda há pouco estava cheio de vida. Pensativo não nota que na sua frente uma senhora de idade o olha. Ninguém sabe porque começam estas conversas. Que enigma existe no mundo que as possibilita. A verdade é que a senhora já idosa, dispara-lhe à queima-roupa: - O meu filho se fosse vivo teria a sua idade! O ex-combatente não responde. Alguma coisa dentro de si diz que caiu numa emboscada. O silêncio parece o melhor caminho. Mas a idosa tem no peito uma necessidade profunda de falar. Provavelmente a sua noite também foi branca. - Negomano. Que lugar deve ser aquele? Que sítio para onde levaram o meu filho. Ele escrevia-me a contar maravilhas do local. Mas eu sei que era para me acalmar. Dizia que tinha visto leões e comido churrasco de gazelas. Mas eu sei que não, que a maioria das vezes não se devia alimentar bem. Escrevia a contar que nunca tinha visto um inimigo. Mas eu sei que quem colocou a mina no caminho era seu inimigo. Só tinha aquele filho sabe? Era da sua idade, agora o meu marido faleceu e eu estou sozinha. “Já nada voltará a ser como dantes!” O ex-combatente chega ao destino. Um alívio. O autocarro pára e ele sai. Na paragem uma jovem mãe, sem complexos, dá de mamar ao seu filho de meses. Ato contínuo o militar vê imagens que não queria rever, que queria enterrar. Mistura imagens dos seus filhos, com aquele bebé ao colo de sua mãe. Mas o cérebro não o deixa afastar-se, há uma cara que se sobrepõe a tudo e a todos. O peito começa a asfixiar. O olhar inocente de uma criança mostra-lhe que “Já nada voltará a ser como dantes!”. Chega ao trabalho, e encara os mesmos nomes, e as mesmas caras de sempre. Ao lado da sua secretária está já o seu velho amigo de turma, e mais tarde colega na empresa que é propriedade de seu pai. Este seu colega fora esperá-lo à Rocha Conde d’Óbidos. Abraçaram-se. O ex-combatente sentiu que aquele abraço era de alegria por rever o colega, mas estranhamente passou-lhe pela cabeça que ele não tinha chegado de África. Não tinha chegado de África porque não chegara a partir. O pai havia telefonado a conhecidos, devedores de favores, e havia evitado a mobilização. Havia na alegria de rever o amigo, uma amargura pela injustiça do mundo. Já dono de um automóvel, oferecera boleia para casa. Pelo caminho queixou-se de ainda estar no serviço militar. Se soubesse tinha ido para África, dizia o colega de trabalho, filho do patrão, que não quisera deixar o filho partir. O colega falava enquanto guiava o Opel Cortina ao longo da avenida 24 de Julho: -Se soubesse que demorava tanto tempo, tinha ido, afinal voltam todos. Vi as fotos que me mandaste das tuas férias em Porto Amélia. Praias bonitas hein? E garotas? Tens de me contar isso tudo. Eu ainda aqui estou, fardado. Mas agora não há nada a fazer é aguentar o meu calvário. Afinal depois de acabar a tropa caso-me e tudo voltará a ser como dantes!



Por: António Carlos  Augusto

NÓS SOMOS A PESTE GRISALHA

A propósito do Deputado do PSD que diz que (a nossa Pátria sofre de Peste Grisalha)  nao consegui conter a raiva e a seguir transcrevo o mail que lhe enviei que é para alguém me defender se criarem uma nova prisão de alta segurança ou me mandarem internar num hospício.Segundo o seu comentário que transcrevo a seguir gostaria de lhe fazer algumas perguntas:A propósito de demografia escreveu: "A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.Ora bem:
 1º - Deduzo que o Sr. Deputado que nasceu a 13 de Fevereiro de 1968 foi por obra e graça do Espírito Santo e como tal deve achar-se um filho de Deus que desceu à Terra.    
2º - Portanto cresceu sem pai, sem mãe, sem avós e sem berço. 

3º - Apesar de tudo isso nasceu feliz porque hoje não tem ninguém na sua família a quem possa dizer que faz parte da peste grisalha. 

 4º - Também não tem que agradecer a ninguém os estudos que tem. Chegou a advogado também por obra do Espírito Santo!E agora vamos a conclusões. Pois fique sabendo que eu tenho na minha família e eu própria pertenço à peste grisalha. E fique sabendo também que quando o Sr. Deputado nasceu já eu trabalhava. E assim foi durante 44 anos, não devo nada a ninguém, tenho educação, princípios e moral coisa que lhe falta a si e muito!A si falta-lhe tudo o que eu tenho, amor, amizade, convicções, solidariedade, determinação. Tive pai, mãe, avós, berço, mesmo que tudo tenha sido modesto.Sabe que se não morrer cedo e espero que não, terá que engolir as palavras que disse ou então pintar o seu cabelo porque a peste também lhe chegará e alguém poderá lembrar-se do que disse. Alguém obviamente mais novo porque o Sr. Deputado poderia ser meu filho hipoteticamente falando. Felizmente não é porque para seu mal seria diferente ou então não se livrava de um bom par de estalos. Fique bem no meio dos seus e não se esqueça de todas as noites agradecer ao Espírito Santo!   

 Maria Virgínia Machado

Mais uma achega......
                                                                                                                 
 O deputado a que esta senhora se refere, é o deputado do PSD , Carlos Peixoto que  escreveu no jornal  I  e dá a entender , que o mal deste país são  os velhos.
Mas não é só ele...outros  subtilmente estão a incutir nas gerações mais novas que são os mais velhos que através das suas reformas estão a levar o país à desgraça. A tal Refundação do Estado que se fala é que está a fazer aparecer estes senhores com estas opiniões. Os reformados e os Funcionário publicos é que são a desgraça deste País. Mas os B PN ,e outras falcatruas, em que esta corja  colaborou, ou não fizeram nada, para que os responsáveis pagassem, (estes) não têm culpa nenhuma

José do Rosário

É? ....Um cigano como professor em cada escola..é a solução

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino (sem querer apontar dedos) é dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida. É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores. Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares. O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não. A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento. O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas. Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão. Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo. Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano. Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha proposta. Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança. Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem , claramente não está preparada para a Vida!... 

 Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão