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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Moçambique Antes e depois da chegada dos Portugueses!

Alguns dados sobre Moçambique : Moçambique situa-se na costa oriental de África. Com uma superfície de 799.380 quilómetros quadrados,faz fronteira a norte com a Tanzânia, a ocidente com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e África do Sul, e a Sul com a Suazilândia e a África do Sul. A sua faixa costeira, na zona este do território, é banhada pelo oceano Indico, numa extensão de 2.515 quilómetros.A população de Moçambique é estimada em 15.7 milhões de habitantes (censo 97), sendo 7.5 milhões de homens e 8.3 milhões de mulheres, com uma média de 20 habitantes por quilómetro quadrado, onde a discrepância é extraordinariamente variável. A situação geográfica e a história deste país, marcada por vários processos migratórios, resultou num grupo populacional heterogéneo com características multi culturais e multi étnicas.Moçambique tem uma população predominantemente rural, com uma percentagem de 23% dos seus habitantes em áreas urbanas.Maputo, a capital(ex-Lourenço Marques), no sul do país, e a cidade da Beira, no centro do país, têm os mais elevados índices de concentração de população urbana, representando o imenso mosaico cultural que é Moçambique.A língua oficial é o português embora declarado como língua materna de apenas 5% da população, durante o censo de 1997. Das diversas línguas de origem bantu faladas nos país, as que cobrem um índice mais elevado de populações, enquanto língua materna são: emakua (1/3 da população); xisena,(1/4 da população); xitsonga (1/5 da população) e xitswa (1/8 da população).
Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a construção de uma sociedade socialista.Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em Moçambique, cujo desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país, sobretudo na década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de Moçambique. A desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por agressões militares que a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o regime de apartheid da África do Sul. Apenas em 1992, com a assinatura do ‘Acordo Geral de Paz’ entre a FRELIMO e a RENAMO, cessam as hostilidades e inicia-se um processo de paz e reconciliação.A década de 80 marca a transição de uma economia centralmente planificada para uma economia aberta, de mercado. Nos anos 90, concretiza-se a transição política anteriormente iniciada, onde se destaca a introdução de uma constituição pluralista e a emergência de um processo de descentralização política e administrativa.A nossa chegada a Moçambique. Entre a chegada do primeiro navegador português a Moçambique (1498) e o controle efectivo do território e a instalação da administração colonial, decorreu um processo difícil de dominação das diversas organizações políticas africanas que detinham o poder no território. A ocupação efectiva ocorreu em finais do século passado, com a dominação do Estado de Gaza no sul do país, embora apenas na década de 20, a administração colonial tenha passado a assumir um real controle do território.O desenvolvimento do colonialismo Português em Moçambique, pode ser grosseiramente dividido em três períodos: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos de exportação (sisal, açucar e copra), no centro e norte do país, com base em mão de obra barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de força de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica, Congo Belga e em alguns casos a África do Sul . No sul, predominava a exportação de mão de obra para alimentar o capital mineiro da África do Sul. Os acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da mão-de-obra, traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de impostos, quer da utilização dos caminhos de ferro que ligavam o porto de Lourenço Marques à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para o trânsito de mercadorias;: sob influência da construção do nacionalismo económico, este período é marcado por uma intensificação do trabalho forçado e integração crescente da economia de Moçambique numa economia regional dominada pela África do Sul. O princípio do trabalho forçado e da introdução de culturas forçadas marcam este período, como uma forma de proteger a burguesia portuguesa, incapaz de concorrer com o capital mineiro e com as plantações, no acesso à mão de obra.960-1973: As mudanças políticas mundiais e a crise do regime de Salazar durante este período levaram a diversas reformas políticas e económicas, que conduziram, entre outras medidas, à abolição do trabalho e das culturas forçadas e ao traçar de novas estratégias de desenvolvimento para as colónias. Algumas das consequências das reformas políticas levaram à modernização do capital, com a abertura da economia ao investimento estrangeiro. É neste período e neste contexto de modernização do capital que se fazem investimentos na indústria de manufacturação. A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição formal das culturas e do trabalho forçado. O colonialismo português introduziu mecanismos impeditivos do crescimento de uma burguesia negra, agrícola ou comercial. Assim, embora houvesse uma diferenciação de classe e até mesmo alguns ‘koulaks’ e pequenos comerciantes, o sistema de produção agrícola e industrial manteve-se nas mãos da burguesia portuguesa.

 Alguns dados cronológicos da guerra antes, e até ao nosso regresso à Metrópole. (B. Caç.1891)

 
1964.                                                                                                                                          


Declaração do estado de emergência no Norte do Zambeze, em Moçambique, para onde são enviados 2500 militares portugueses. 
15/Ago -Entrada dos primeiros guerrilheiros da FRELIMO em Moçambique, vindos da base de Mtwara, na Tanzânia.

14/Set -Morte do guarda auxiliar da PSP Martins, por um grupo de guerrilheiros armados, na zona de Mueda, em Moçambique.-Primeira acção da FRELIMO no Niassa, com ataque ao posto administrativo do Cobué.

25/Set -Início da luta armada em Moçambique, conduzida pela FRELIMO , com um ataque a Chai (Cabo Delgado)


25/Set -Ataque da guerrilha à lancha Castor da Marinha Portuguesa, no lago Niassa.-Primeiras acções armadas da COREMO, em Tete e Niassa.

 
Out-Ataque a um posto de sentinela em Mutarara, primeira acção da FRELIMO na zona de Tete.

 16/Nov - Primeiras baixas sofridas pelas tropas portuguesas no Norte de Moçambique, na região de Xilama, Cabo Delgado.

31/Dez - No final do ano de 1964, os efectivos portugueses nos três teatros de operações ultrapassaram os 84.000 homens.

 1965

 Agost- Nomeação do Brigadeiro Costa Gomes para segundo- comandante da Região Militar de Moçambique.

10 de Out- Accionamento da primeira mina anti-carro por forças Portuguesas em Moçambique- Sagal -Mueda.

Outubro - Convocação, pelo exercito português em Moçambique dos oficiais milicianos dos cursos de 1957 a 1962.


1966.

11 de Maio- Chegada a Moçambique de um contingente de 5.000  militares o maior desde o inicio os combates em Moçambique.

1967.

10 de Setembro- inicio das operações regulares da Frelimo na provincia de Tete.

22 de Setembro- violentos e sucessivos ataques da Frelimo à base militar de Mueda.

Outubro - Abate de um avião T-6, com a morte do piloto, por acção das anti-aéreas da Frelimo, na zona do Revia Sector -E.

1968.

Janeiro - Ataque da Frelimo ao posto de Mitumba- Cabo Delgado. Causando 5 mortos e capturando diverso material.

Março - Frelimo atinge  dois aviões T-6 na pista de Mueda.

Março - Coluna militar portuguesa sofre emboscada em Cabo Delgado tendo 4 mortos e 7 feridos.


Abril- Golpe de mão das forças portuguesas a base da Frelimo, no Niassa, com captura de 4 elementos do movimento e vário material no monte Cassero.

Junho-Destruição da Base da Frelimo : Novo Vietname , no Sector de Marrupa, Niassa.


Julho- Forças portuguesas hélio-transportadas destroem base da Frelimo  duas bases  em Mavinga.


Dezembro- Inicio da deslocação de populações da área destinada à construção de Cabora Bassa.


 1968.

Janeiro- Ataque da Frelimo ao posto de Mitumba, Cabo Delgado, causando 5 mortos e capturando material.(a)
Março- Grupo da Frelimo atinge dois aviões T-6 na pista de Mueda

Março- Emboscada da Frelimo a uma coluna militar portuguesa, causando 4 mortos e 7 feridos.


Abril- Golpe de mão das forças portuguesas a uma base da Frelimo no Niassa, com captura de 4 elementos do Movimento, vário material de guerra e a descoberta de grandes áreas cultivadas na encosta do Monte Cassero.

Junho- Destruição, pelas forças portuguesas, da base Novo Vietname da Frelimo, no Sector de Marrupa, Niassa.
Julho- Acção das forças portuguesas hélio- transportadas a sueste de Mavimba , com a destruição de 2 bases da Frelimo.

Agosto- O Batalhão 1891 embarca em Nacala, com 27 meses de Comissão rumo à Metrópole. 

(a)- Em Fevereiro de 1968, foi recebida uma mensagem Zulo, em Miandica fazendo referência a este ataque, já que poderia  estar em perspectiva um ataque semelhante a Miandica. O que veio a acontecer pouco tempo depois. No qual tivemos mais uma baixa.  


Soldado  português e guerrilheiro da Frelimo.


 Armas ligeiras usadas por ambas as forças.













Retirado da Internet e compilado por : José do Rosário