Super-ricos franceses querem pagar mais impostos
E esta:....: Cumpre-se a palavra de ordem, com alguns anos do partido U D P: Os ricos que paguem a crise.
Milionários franceses, detentores das dezasseis maiores fortunas do país, instaram esta terça-feira o Governo a aplicar uma taxa especial sobre os rendimentos dos mais ricos para ajudar a debelar os problemas financeiros do país. A proposta de Warren Buffet continua assim a ganhar o apoio dos seus pares. Com a zona euro a braços com a crise da dívida soberana, algumas das propostas para a resolução da crise têm partido dos sectores mais improváveis. Depois de, na semana passada, Warren E. Buffet, bilionário norte-americano, ter defendido que os “super-ricos” deviam pagar mais impostos, a proposta começa a extravasar fronteiras, e já chegou à segunda maior economia europeia.Numa petição publicada no site da revista de informação Le Nouvel Observateur citada pela agência Reuters, membros das 16 maiores fortunas do país, incluindo a herdeira da L’Oreal e o director da petrolífera Total, pedem a criação de uma “contribuição especial” sobre os rendimentos mais elevados, sem afectar o cash flow das respectivas empresas.“Estamos conscientes de que beneficiamos do sistema francês e do ambiente europeu a que estamos ligados, os quais esperamos poder ajudar a preservar”, dizem os signatários do documento, que incluem ainda os directores executivos da agência de publicidade Publicis, os homólogos do banco Société Générale e o presidente da companhia Air France, entre outros.“Num momento em que o défice das finanças públicas e as perspectivas de agravamento da dívida do Estado ameaçam o futuro da França e da Europa, e em que o Governo pede a todos um esforço de solidariedade, consideramos necessário o nosso contributo”, acrescentam na petição, que será publicada na quinta-feira, dia em que a revista mensal Le Nouvel Observateur sai para as bancas.Este mês, Valérie Pécresse, ministra do Orçamento" de França, afirmou que o Executivo está a trabalhar num novo imposto sobre os indivíduos cujo rendimento anual seja superior a um milhão de euros. Gilles Carrez, membro do comité parlamentar de orçamento, já anunciou que o imposto extraoridnário será de dois por cento sobre o rendimento anual. Com o fim destas isenções ficais, o Governo francês espera arrecadar 300 milhões de euros, que se inserem no esforço de poupar entre cinco mil milhões e dez mil milhões de euros para o Orçamento" de 2012, segundo a Reuters.Na sequência dos receios de que, à semelhança dos Estados Unidos, a França possa perder a nota triplo-A da sua dívida soberana, o Presidente Nicholas Sarkozy, que prepara a reeleição em Abril do próximo ano, pretende reduzir o défice público para 5,7 por cento do PIB este ano, baixando-o para 4,6 por cento em 2012, de acordo com a mesma agência. As medidas para a redução do défice serão apresentadas amanhã.No passado dia 15, Warren E. Buffet escreveu um artigo de opinião no New York Times a pedir aos políticos que “parem de mimar os super-ricos” com isenções ficais. A proposta de um aumento dos impostos aos milionários teve o apoio imediato de George Soros que, no entanto, ressalvou que a iniciativa do investidor norte-americano também serve para defender a imagem pública da classe rica.Warren Buffet é um investidor talentoso e malicioso. Ele pensa a longo prazo e sabe defender os interesses dos super-ricos. Tem consciência de que, se os ricos não fizerem nada agora, terão o antagonismo do público nos próximos anos”, disse o investidor húngaro-americano em entrevista ao Le Monde.Lista dos 16 signatários:Jean-Paul Agon, presidente executivo da L’Oréal; Liliane Bettencourt, accionista da L’Oréal;
Antoine Frérot, presidente executivo da Veolia Environnement;
Denis Hennequin, presidente executivo da Accor;
Marc Ladreit de Lacharrière, presidente da Fimalac;
Maurice Lévy, presidente executivo da Publicis;
Christophe de Margerie, presidente executivo da Total;
Frédéric Oudéa, presidente executivo do banco Société Générale;
Claude Perdriel, presidente do conselho de supervisão do Nouvel Observateur;
Jean Peyrelevade, presidente da Leonardo & Co France;
Franck Riboud, presidente executivo da Danone;
Stéphane Richard, presidente executivo da Orange;
Louis Schweitzer, presidente da Volvo e da AstraZeneca;
Marc Simoncini, presidente da Meetic e fundador da Jaïna Capital;
Jean-Cyril Spinetta, presidente da Air France-KLM, e do conselho de supervisão da Areva;
Philippe Varin, presidente da PSA Peugeot Citroën
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