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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Agosto Cinzento...




a crise em setembro vai ser maior, ana cgara escreve na agenda setting


                                                                                                                                                                                                   «Aguaceiros fortes e trovoadas estão previstos para o continente até ao próximo dia 8 de Agosto». O aviso foi dado, logo pela manhã, pelo Instituto de Meteorologia.
Assim acordou o país no primeiro dia do mês mais «português» deste rectângulo à beira-mar. Não há, para já, banhos a sul nem sol que aqueça a alma lusitana.
A crise económica está a revelar-se, aqui e ali, aos poucos, como que a adivinhar tempos cinzentos. Simbolicamente, foi neste primeiro dia de Agosto que os bolsos dos cidadãos registaram um de muitos rombos que estão a chegar. A começar pelo aumento das tarifas dos transportes públicos em 15%. Também hoje chegou ao fim a isenção de portagens na ponte 25 de Abril no mês de Agosto.
Não fosse isso suficiente, até 12 de Agosto cerca de 50 membros da Comissão Europeia, FMI e BCE vão estar em Portugal para fazer a primeira avaliação do cumprimento do programa de assistência financeira a Portugal. E, se as coisas não estiverem a correr assim tão bem, lá vem mais um aperto de cinto.
Já nem é preciso lembrar as medidas de austeridade que serão anunciadas até ao final deste mês, e que o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, já garantiu serem «essenciais» para tapar o desvio orçamental de mais de dois mil milhões de euros que o Governo de coligação encontrou nas contas públicas.
É a partir de Setembro que as contas à vida vão dar umas valentes dores de cabeça aos portugueses. Desde a Educação à Saúde, passando pelos transportes e impostos, e acabando no Natal mais magro, o regresso à realidade vai ser amargo.
As campainhas de alarme tocaram no primeiro dia de Agosto. Muitos só vão acordar daqui a um mês, o tempo perfeito para se fazerem diagnósticos, anúncios e se tomarem medidas efectivas e com resultados.
O caminho a percorrer é penoso. Entre os espinhos e as curvas, que vençam os mais fracos e que se aguentem os que vão sobrevivendo a este temporal…de poucas certezas e muitas angústias.