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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Falar da guerra é uma coisa que dói

Quem o diz é Lobo Antunes e eu concordo. Há algumas pessoas.....poucas que ás vezes falam da guerra nas antigas colónias, mas nunca dizem tudo o que passaram,  e se falassem, os que nunca lá estiveram  não iriam compreender .
Um oficial superior dizia há tempo, que  a juventude de hoje não estaria  preparada para aguentar uma guerra daquelas. Quando os americanos foram para o Vietname, tinham uma juventude naquele tempo muito próxima da nossa actual e tinham os meios militares no (terreno) que nós nunca tivemos , nem hoje temos e  eles não tinham quais queres complexos em  usa-los. Correram  mundo, as imagens de crianças queimadas, com as bombas que os americanos lançavam. Mas isso não impediu que fossem vergonhosamente derrotados. 
É um facto que a guerra colonial deixou marcas em todos os que por lá passaram, nuns mais, noutros menos. Transcrevo um pequeno episódio contado por Lobo Antunes publicado à Lusa!


Um dos meus oficiais, que morreu há relativamente pouco tempo num acidente brutal de automóvel, estava um dia numa bomba de gasolina e um carro passou-lhe à frente e ele foi de imediato ao porta-luvas buscar a pistola. Um homem doce. Mas a primeira reação emocional dele foi imediata. Era muito difícil elaborar estas emoções. Havia como que uma regressão e voltávamos àquele estado».


Há reacções que pensamos já esquecidas que facilmente vêm ao cimo da nossa cabeça!