Após quase nove anos on-line o Alvalade. Informa vai encerrar!
Após quase 9 anos on-line o Alvalade.info vai ser encerrado e extinto nos primeiros meses de 2010. A História e a identidade Alvaladense não são temas que preocupem ou tenham interesse entre a maioria dos Alvaladenses e os exemplos disso estão nas tradições que se perderam ou estão a perder, nos atentados sucessivos contra o património que não merecem qualquer reacção local, nas promessas sucessivamente adiadas da recuperação e revitalização do núcleo histórico que não parecem incomodar a comunidade, na continuidade da documentação remanescente do antigo concelho de Alvalade na posse de uma ilustre família Messejanense sem que haja da terra qualquer esboço de intenção para a resgatar, ou o abandono a que foi votado o espólio do Posto de Culturas Regadas, único na região. Em 2010 assinalam-se os 500 anos do foral manuelino. Uma data importante, cujo simbolismo devia marcar o início de um novo ciclo para Alvalade. Alvalade, enquanto comunidade, há muito que deveria entender esta data como uma nova página na vida da freguesia, potenciando os seus valores histórico-culturais e com eles criar alavancas de desenvolvimento local. Insistindo e reclamando a requalificação do núcleo histórico, a valorização dos seus monumentos e respectivos acessos, a inauguração do Centro Cultural de Alvalade, do Núcleo de Arqueologia, a salvaguarda e musealização do espólio do Posto de Culturas Regadas, criar e sinalizar percursos aliando o património histórico ao património natural, entre outras. Festejar os 500 anos do foral com o centro histórico no estado lastimoso em que está, com o antigo Cinema de Alvalade perfeitamente desprezado, com o anel de barracas, pardilheiros e pocilgas ao redor de Alvalade, com mais de 60 jazidas arqueológicas abandonadas e a saque nos campos, com o espólio do Posto de Culturas Regadas em risco de desmantelamento, é desprezar grande parte da História e da identidade Alvaladense. Acresce ainda, que, enquanto Alvaladense recuso-me a divulgar a existência da Ponte Romana que tem um acesso povoado de barracas e uma imagem só ao nível do terceiro mundo. Ou a Igreja Matriz, cujas barreiras do adro estão como sabemos e todos vemos. Ou a Rua Atrás dos Quintais, que podia ser o Miradouro de Alvalade, no estado lamentável e degradante em que se encontra. Ou divulgar a existência da Fonte de Bica, cujo acesso pela Travessa da Bica há muito que podia e devia ter sido requalificado. Não aceito que a EDP mantenha por concluir há quase 10 anos as obras de reforço das linhas de energia, usando as fachadas dos edifícios privados como suporte, enquanto em Santiago, no centro histórico, as linhas vão ser enterradas. Não aceito promover Alvalade e observar os alcatroamentos disparatados recentemente feitos no núcleo antigo, enquanto para Santiago estão previstos investimentos de vulto já no início do próximo ano que visam precisamente substituir o alcatrão por materiais como calçada grossa e outros respeitando a identidade das ruas e praças históricas da sede do concelho. Há 14 anos que a Praça D. Manuel I aguarda a concretização de um projecto de requalificação apresentado publicamente aos Alvaladenses, no Salão da Casa do Povo, em Fevereiro de 1996 e que até hoje nunca saiu do papel. Há mais de 20 anos que o velho Cinema aguarda reconversão e readaptação a Centro Cultural. Por muito menos, já se convocaram vigílias e fizeram abaixo-assinados... Num contexto destes, nada estimulante para divulgar e promover os valores históricos e culturais locais, e tendo também em conta que o Alvalade.info foi sempre mais reconhecido e acarinhado por visitantes exteriores a Alvalade do que pelos residentes e naturais (salvo excepções pontualíssimas), não faz sentido manter a página nem justifica o esforço e os meios dispendidos.
Luís Pedro Ramos
Alvalade Info.
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