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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Duvido que outro país tenha mais transparência e escrutínio do que em Portugal”


Cavaco Silva:

Em entrevista à EuroNews, o Presidente da República, quiçá apenas com o intuito do passar uma imagem idílica no país no estrangeiro, disse a dado momento que “os governantes, hoje em Portugal, são objecto de um escrutínio permanente por parte da comunicação social – e ainda bem – por parte da opinião pública. Eu duvido que noutro país tenha mais transparência e escrutínio do que aquele que se verifica neste momento em Portugal”. Ora, como qualquer leitor frequente do Má Despesa saberá, infelizmente, esta frase não corresponde à verdade. Segundo o Índice de Percepção da Corrupção de 2012, Portugal ocupa o 33º lugar e na Europa Ocidental tem apenas atrás de si a Itália e a Grécia. Em 2000 o país estava num lugar bem melhor: 23ª posição. Em apenas uma década, Portugal desceu 10 posições. Como refere Paulo Morais, vice-presidente da TIAC, “nenhum país do mundo teve uma degradação tão grande na transparência numa década”. Depois, o próprio Presidente da República não dá o exemplo ao nível da transparência. A Presidência da República continua a não publicar os seus contratos e despesas detalhadas. No portal Base, por exemplo, não se encontra qualquer despesa de Belém. O Má Despesa denunciou esta situação no ano passado e destacou-a no livro "Má Despesa Pública" como um caso de falta de transparência nas contas das instituições portuguesas. No site da Presidência da República existia, desde 2011, uma secção chamada Contratos que nunca teve qualquer informação.Este órgão de soberania chegou a garantir à TVI24 que a situação iria ser corrigida.Como a Presidência nunca mostrou interesse em partilhar essa informação, a secção foi entretanto apagada.